Rei Davi

O filme "Rei Davi" (original: King David), de 1985, dirigido pelo australiano Bruce Beresford, traz o aclamado ator Richard Gere no papel do maior rei de Israel, de acordo com o Antigo Testamento, mais precisamente nos livros I Samuel, I Reis e I Crônicas.

 
O Senhor Deus havia se arrependido de ter escolhido Saul como rei de Israel, e ordenou que o Juíz e Profeta Samuel ungisse um novo rei que seria indicado por Ele, para ser o sucessor do Rei Saul.
 
Assim Deus indicou o jovem Davi, um pastor de ovelhas, filho de Jessé (ou Isaí), da tribo de Judá.
O Senhor havia mandado Samuel procurar um dos filhos de Jessé mas não tinha deixado claro qual deles seria o escolhido. Samuel então avaliou um por um, todos fortes e imponentes, mas nenhum era o aprovado pelo Senhor.
 
Deus disse a Samuel: "Não te deixes impressionar pelo seu belo aspecto, nem pela sua alta estatura, porque eu o rejeitei. O que o homem vê não é o que importa: o homem vê a face, mas o Senhor olha o coração." I Sm 16, 6-7
 
Samuel já não sabia mais o que fazer, pois nenhum dos filhos era o escolhido e perguntou então a Jessé se não havia mesmo mais nenhum. Ele então disse que havia mais um, o filho mais novo que estava pastoreando ovelhas. Quando o viu, o Senhor disse a Samuel: "Vamos, unge-o: é ele." I Sm 16, 12
 
Davi era louro, de belos olhos e mui formosa aparência. I Sm 16, 12
 
 
O rei Saul já vinha perdendo as graças do Espírito do Senhor e às vezes um espírito mau se apoderava dele, enviado por Deus, que já tinha seu plano traçado.
 
Nesses momentos de fúria sob influência desse espírito mau, somente o suave som da harpa era capaz de acalmar o rei. Assim seus servos procuraram um bom tocador de harpa, e encontraram o jovem Davi.
 
Saul logo se afeiçoou por Davi e pediu ao pai do rapaz que o deixasse com ele como seu escudeiro. Assim ele tocava a harpa sempre que o rei estava tomado pelo mau espírito. (ISm 16, 14-23)
 
O que Saul ainda não sabia é que Davi já havia sido ungido por Samuel para se tornar o próximo rei de Israel.
 

Davi e Golias

 
O jovem Davi continuava sua vida como um simples pastor enquanto seus irmãos mais velhos serviam ao exército do rei Saul, na guerra contra os filisteus.
 
Um certo dia, o gigante filisteu Golias fez um desafio ao exército de Israel: se algum soldado israelita o derrotasse, os filisteus seriam seus escravos, mas se ocorresse o contrário, os israelitas seriam escravos dos filisteus.
 
O rei Saul havia prometido a mão de sua filha em casamento ao soldado que conseguisse derrotar Gol...ias, além da isenção de impostos à sua família, mesmo assim ninguém se apresentou.
 
O frágil Davi, que havia deixado suas ovelhas com outro pastor para procurar por seus irmãos, chegou ao acampamento exatamente no momento em que Golias fazia o desafio e zombava da fé do povo de Deus.
 
Davi, tomado de cólera e de toda a confiança no Espírito do Senhor, sob o olhar incrédulo de seus companheiros, partiu para o duelo com Golias armado apenas com seu cajado de pastor e um alforje com cinco pedras, que arremessou e acertou mortalmente a fronte do gigante. ISm 17, 1-58

 

Amizade de Jônatas e Davi

 
Depois do episódio da vitória de Davi sobre o gigante Golias, o rapaz ficou morando no palácio com a família de Saul, e deveria se casar com a filha mais velha do rei como prêmio pelo seu feito heróico. No entanto ela já havia sido dada em casamento a outro homem.

Jônatas, filho de Saul, desenvolveu um profundo amor fraternal por Davi, e ambos estabeleceram uma forte aliança de amizade que duraria para sempre.

Dali em diante o jovem Davi passou a lutar bravamente contra os filisteus ao lado do rei e de seus filhos, obtendo muitas vitórias. O povo começou a amá-lo e a ovacioná-lo quando retornavam de alguma batalha dizendo: "Saul matou mil. Davi matou 10 mil."

Isso provocou ciúme e raiva no Rei Saul, que já sentia-se ameaçado ao perceber que estava perdendo as graças de Deus. Ele desconfiava que não conseguiria deixar o trono para nenhum de seus descendentes e por isso passou a perseguir Davi, como se o jovem representasse fisicamente essa ameaça.

Ele então ofereceu a mão de sua filha Micol, que realmente o amava, caso ele conseguisse matar 100 filisteus. Era na verdade uma armadilha para que Davi fosse morto pelos inimigos. Mas Davi voltou tendo matado 200 filisteus, e se casou com Micol.

Saul compreendeu que o Senhor estava realmente ao lado de Davi, e sua ira cresceu ainda mais.
ISm 18, 1-30
 
 
 

Três Homens em Conflito

"Três Homens em Conflito", de 1966, é o terceiro filme da Trilogia dos Dólares e é a maior obra do diretor italiano Sergio Leone, mestre do gênero faroeste espaguete.
 
O título original é "Il Buono, il brutto, il caitivo", The Good, the Bad and the Ugly, ou "O Bom, o Mau e o Feio.
 
 
 
 
 
Trazendo a brilhante e conhecidíssima trilha sonora do compositor também italiano Ennio Morricone, o filme tem como pano de fundo a Guerra Civil Americana no ano de 1862.
Os três homens em questão são três pistoleiros anti-heróis que estão à procura de uma grande quantia de ouro dos soldados confederados escondida em um cemitério.
 
São eles: Blondie (Lourinho), o Bom, vivido pelo ator Clint Eastwood, Angel Eyes, o Mal, e Tuco, o Feio, um mexicano brilhantemente interpretado por Eli Wallach.
 
Esse super clássico do gênero é simplesmente obrigatório.

O Nascimento de Uma Nação

"O Nascimento de Uma Nação" é um filme de 1915, do diretor americano D. W. Griffith, ambientado entre os anos de 1860 e 1871, que fala da Guerra Civil Americana, do processo abolicionista e da ascenção da Ku Klux Clan.



O filme é uma adaptação da peça teatral "The Clansman" (O Membro do Clã), de 1905, do reverendo Thomas Dixon Jr.

Cabiria

O filme italiano Cabiria, de 1914, do diretor Giovanni Pastrone, com uma parceria com o poeta Gabrielle D'Annunzio, que teria escrito os intertítulos, foi uma superprodução grandiosíssima para a época, exibida para pessoas dos mais altos escalões em vários países, inclusive nos EUA, quando foi apresentado na Casa Branca para o então presidente Woodrow Wilson.

Uma referência para os filmes épicos que vieram depois, com a grandiosidade e alta qualidade de seus cenários.
 
A história se passa entre os anos 218-202 a.C, durante o período da Segunda Guerra Púnica, entre o Império Romano e Cartago (onde é a atual Tunísia).
 
 
 
Cabiria é uma garotinha no início do filme. Ela sobrevive a uma enorme erupção do vulcão Etna, que fica na Sicília, Itália, junto com sua babá, que a protege de ser vendida como escrava, onde seria entregue em sacrifício ao deus (demônio) Moloch.
 
Quem já leu o Antigo Testamento sabe o quanto essa entidade Moloch é citada como sendo um ser horrível e nojento.
 

Arquimedes e o Cerco a Siracusa

 
O filme mostra também o cientista Arquimedes (287-212 a.C.), da cidade de Siracusa, na Sicília, que hoje pertence à Itália, mas que na época fazia parte da Magna Grécia (conjunto de colônias gregas que formavam a Hélade).


Arquimedes

Ator Enrico Gemelli como Arquimedes
 
 
Arquimedes era matemático, físico, astrônomo, engenheiro, e deixou enormes contribuições à ciência sobretudo no campo da engenharia.
 
Suas invenções bélicas também foram relevantes e no filme ele aparece desenvolvendo e aplicando sua invenção chamada "raio de calor de Arquimedes", que consistia de um conjunto de espelhos que devidamente posicionado conseguia atear fogo em determinados locais por refletir a luz solar.
 
O dispositivo foi usado contra os navios romanos durante o Cerco a Siracusa (214-212 a.C.), assim como várias outras invenções do cientista.



Transcrição dos intertítulos:


Il Primo Episodio


É entardecer. Os pastores cantavam sua canção. A musa Dórica inspirava as variadas flautas para aquela que "o favo de mel emprestou sua fragrância". E Batto retorna dos campos para a cidade, para seu jardim no Catana, com sua vista do Etna.

A pequena Cabíria, a amada filha de Batto. Seu nome lembra o espírito da chama trabalhadora, e Hestia  (deusa da família e do fogo) ri sobre ela da lareira. Ela brinca com sua babá Croessa. (uma casa luxuosa com muitos escravos)

O poderoso peito do Tifão, sobre o qual descansa a Coluna Celestial, dá um pequeno sinal e quebra a paz da noite. Estão os rios de fogo prestes a correr novamente?  Oh Etna! Etna!


"Oh, soberano deus, tu que colocaste teu trono no abismo, tu que apertas as raízes da Terra, tu que sequestraste a filha de Demeter (Perséfone) de seus prados sicilianos, e a carregou para os portões do Hades, o demônio de milhares de nomes, eu o invoco em sagrada libação, acalmas a fúria do implacável fogo. Sejai misericordioso com aqueles que oferecem sacrifícios. Recebas seus presentes e suas orações." (sacerdotes clamam e oferecem sacrifícios a Hades, deus do submundo)

A paz é tão profunda como a noite quando de repente um rugido chacoalha os que estão dormindo e os arremessa novamente em meio ao terror. (o vulcão Etna entra em erupção e todos começam a correr desesperados de um lado para o outro enquanto chamas caem do céu e as edificações começam a desmoronar.)

Em vão os servos procuram escapar pelas rachaduras das paredes em ruínas. Então, de repente, eles descobrem uma passagem desconhecida, uma escada secreta que leva ao subterrâneo.

Aqui a fortuna de Batto, o acumulador, tem sido recolhida e escondida. À visão dessas deslumbrantes riquezas, a ganância venceu seus medos. Carregados com o inesperado butim, os servos escapam. E com eles está a babá Croessa.

Os sobreviventes choram a doce Cabíria, acreditando estar ela enterrada sob os escombros. Nunca novamente eles devem sorrir. (os pais choram por ela)




Il Secondo Episodio (00:09:05)


Os sobreviventes (servos) dividem o tesouro.

Espalhados ao longo da praia devastada, famintos, ainda pressionados pelo medo, os fugitivos procuram pelo mar. Eles encontram um navio abandonado, como se tivesse sido oferecido pela graça dos deuses.

É o navio dos piratas fenícios, que tinham atracado para procurar madeira. (eles chegam, matam os servos e levam Croessa e Cabíria como escravas)

Croessa e Cabíria são vendidas no mercado em Cartago. Karthalo, o alto sacerdote, compra a jovem vítima como uma oferta a Moloch, o deus do bronze.

Fulvius Axilla, um patrício romano, e seu escravo Maciste, vivem anônimos em Cartago. Eles espionam os movimentos da república rival.

O taberneiro Bodastoret.

Fulvius Axilla e Maciste são clientes da pousada do Macaco Despido (Striped Monkey).

O Alto Sacerdote seleciona as vítimas na cela do templo. Croessa tenta salvar Cabíria dizendo que a criança está doente, e portanto inaceitável para o deus Moloch. Mas seu fingimento falha. A vítima inocente é prometida para o próximo sacrifício.

Sua farsa é punida. (ela recebe chibatadas e é dada como morta)

Croessa reconhece Fulvius Axilla como um romano, e implora para ele salvar Cabíria.



"Aqui está um talismã de graça, um poderoso anel. Tome-o. Esse é o poder que ele carrega: se você ajudar... pelo deuses... ajuda você receberá." O romano se sente tentado pela perigosa empreitada.


O templo de Moloch.

A invocação de Moloch.

"- Rei de duas regiões. Eu o invoco. Eu respiro o profundo fogo nascido de você, o primeiro nascido.
- Aceita as cem crianças inocentes. Engole. Devora! Seja saciado! Cartago lhe dá suas flores."

"Escute-me criador voraz, você quem dá vida e você que destroi todas as coisas, oh faminto insaciável, agora escute-me!"

- Aceite a mais pura carne pura! Aceite o mais doce sangue! Cartago lhe dá suas flores."

"Agora consuma o sacrifício em sua garganta de chama, oh pai e mãe, oh deus e deusa, oh pai e filho, oh deus e deusa! Criador voraz! Rugindo, ardente faminto..."

(crianças são entregues a Moloch e na vez de Cabíria Fulvius e Maciste conseguem salvá-la)

Fugindo de seus perseguidores, os audaciosos heróis buscam refúgio no telhado do templo.

(eles fogem com a menina para a pousada)

Maciste convence o confuso taberneiro.

"Por Baal-Samin,  que assiste a tudo do estrelado firmamento! Por Baal-Peor, vocês devem acreditar em mim! Eu não vi ninguem!" (os perseguidores vão embora)

Croessa paga caro pelo resgate da vítima.


Il Terzo Episodio (00:30:40)


Enquanto isso, Aníbal, a "espada de Cartago" segue seu destino através das montanhas sagradas que alcançam os céus como uma parede impenetrável. (218 a. C. - segunda guerra púnica)




Com força e persistência extraordinárias, Anibal atravessa os Alpes. O poder do seu avanço ameaça Roma. 

A alma de Cartago é inebricada com as boas notícias de vitória. A cidade exalta seu filho.

Enquanto isso, Fulvius Axilla e Maciste se escondem na pousada do Macaco Despido. Eles estão  protegidos pelo cauteloso silêncio do medroso Bodastoret.


Avisado do perigo que ameça Roma, sua distante terra natal, Fulvius decide tentar uma fuga naquela mesma noite.

Sofonisba, a filha de Asdrúbal, a apaixonada "flor da romã". (general Asdrúbal Giscão)

O rei numídio Massinissa é um hóspede de Asdrúbal, que promete a ele sua linda filha, Sofonisba.

Massinissa, príncipe dos guerreiros cavaleiros,  envia um presente para a misteriosa virgem e implora para vê-la em segredo, ao nascer da lua, no jardim de cedros.

(Sofonisba recebe os presentes e fica entusiasmada)

- "Como ele é? Conte-me!"
- "Como o vento da primavera que atravessa o deserto em pé de nuvens, trazendo cheiro de leões e a mensagem de Astarte." (Astarte equivalente a Tamit - esposa de Baal, deusa da lua)


Ao cair da noite um cauteloso homem adentra o maravilhoso templo.

" Eu não vi nada. Eu não sei de nada... Mas uma noite, eu ouvi dos patrões da minha pousada... Ao nascer da lua dessa noite, coloca-se uma emboscada lá..."

A lua nasce.

"Oh rainha que traz a luz... deusa noturna vista por todos com chifres de búfalo... que caminha em um círculo, que se deleita em vigília, que cresce e míngua... fértil, feliz, radiante... proteja seus suplicantes... receba-os dentro dos seu mistério."

(Sofonisba se arruma para o encontro com Massinissa)

Outros corações. Outros medos.

(Fulvius e Maciste saem da pousada com Cabíria e são interpelados pela população)

Uma circunstância afortunada favorece o romano. (Fulvius pula no mar)

"Oh deusa do amor,  celebrada em mil hinos, você que concede suas graças em segredo infunde invencível desejo nos imortais... você que encontra prazer no escuro da noite e nos leitos de marfim... fértil, habilidosa, sorriso infinito... Entre nas profundezas do coração que a invoca."

Ainda perseguido, Maciste se esconde nos jardins de Asdrubal. (e interrompem o encontro de Sofonisba, Massinissa e a escrava)

"Proteja-a, e os deuses o protejerão."

-"Esse homem apareceu em minha frente inesperadamente. Não há nada com ele e ninguém o acompanha."

- "Oh Moloch, ajude-nos a encontrá-la. Ela está com o outro sequestrador." (Massinissa sobre Maciste enquanto Sofonisba e a escrava escondem Cabíria)

Ainda sangrando por causa da terrível tortura, Maciste é acorrentado a uma pedra pelo resto da vida. A morte teria sido muito misericordiosa.

Para Roma.

O taberneiro se vinga do medo que ele passou. (Bodastoret provoca Maciste)
 


Il Quarto Episodio (00:53:35)


A sorte de Aníbal, o vencedor de Canas (batalha de Canas 216 a.C.), muda de lado. O pro-Cônsul Marcelus sitia Siracusa, aliada de Cartago. Fulvius Axilla luta sob a insignia do vencedor de Nola (batalha de Nola 216 a.C.). 

Mas um velho sábio, levantando a vista de suas meditações, inventa máquinas irresistíveis para defender as muralhas da cidade. 

Arquimedes (então com 71 anos de idade) pede fogo ao sol para destruir a frota romana. 

Um instrumento nunca antes visto aparece de repente, divino como um feixe de raios silenciosos.

Fulvius Axilla é incapaz de conter o pânico que o rodeia.

Nessa mesma noite a formidável frota romana não é nada além de uma fogueira apagada em águas calmas. (Fulvius cai do barco em chamas no mar)

A correnteza leva Fulvius ao mar de Aretusa.

Qualquer esperança de salvação é perdida.

Mas o anel de Croessa ainda está no dedo do náufrago. "Se ajudar, a ajuda receberá." E a ajuda chega, apesar da desesperança. (Fulvius é resgatado do mar, um dos homens reconhece o anel da casa de Batto e os homens o levam até lá desacordado.)

Ao se recuperar, o hóspede de Batto conta a história do anel.

"Héstia, inefável fonte dos felizes deuses e dos míseros mortais,  aceite nossas oferendas. Cabíria está viva e seu fogo a acompanha."
- "Ela estava viva. Agora, eu não sei..."     

E despedindo-se de seu angustiado anfitrião, Fulvius Axilla promete procurar Cabíria se o destino levá-lo a Cartago.


Il Quinto Episodio (1:02:00)


Sifax, rei de Cirta, tomou o reino de Massinissa, que desapareceu no deserto.  Asdrubal entrega sua filha ao rei mais poderoso, assegurando uma aliança contra Roma com seu já envelhecido genro. 




(Sofonisba) "Minha amada pomba, suba no carro de Tanit e leve até ela a tristeza e leve até ela a tristeza do meu coração."

Mas Cipião, o favorito do povo, conquistador da Espanha, já controla a África. Lelius o acompanha, e Massinissa, o cavaleiro bandido de Numídia, sonha com a coroa de Cirta.

Familiarizado com o território, Fulvius aceita se infiltrar em Cartago para reconhecer suas defesas. 

Nas muralhas da cidade fortificada. (formação da escada humana 1:10.00)




Na mesma noite Asdrúbal convoca o conselho. 

Cumprida sua missão, Fulvius lembra-se de Maciste e Cabíria, que estão na cidade inimiga há mais de 10 anos. A sorte do velho taberneiro melhorou.  

Fulvius conta a Bodastoret que seu único desejo é reencontrar seu fiel servo Maciste.

Mas na noite seguinte, enquanto o velho taberneiro dormia... (Fulvius vai às escondidas até a prisão de Maciste)

A alegria da inesperada liberdade aumenta sua força.

"O medo cortou seu alento para sempre." (Bodastoret cai morto de medo quando vê Maciste livre)

Maciste não soube mais de Cabíria desde que a noite em que a confiou a uma desconhecida.


Kartalo chegou a Cirta.

E Sifax sai em marcha contra as forças de Roma. 

Não deixe que ninguém viva para levar a notícia do massacre através dos mares.

Para Kartalo, cujo olhar cheio de luxúria já havia se fixado em sua delicada beleza, a escrava favorita de Sofonisba responde: "Meu nome é Elissa, como a rainha de tudo aquilo que é branco e de perfeito silêncio. (Elissa é o outro nome da rainha Dido, fundadora da cidade de Cartago)

Antecipando o próximo ataque, Cipião mudou o acampamento para uma posição mais segura. Desiludidos e perplexos, Fulvius e Maciste temem nunca alcaçar a segurança.

Totalmente exausto, Fulvius abandona a batalha.

O campo de Sifax arde em chamas.

Maciste vê as chamas à distância. É um raio de esperança.

Fulvius e Maciste são capturados pelos fugitivos que tentam chegar a Cirta, sua cidade natal.

O fulminante Massinissa empurra o inimigo à derrota, sem quartel.

O rei Sifax é capturado. A vingança é feita.

Elissa se compadece dos sedentos prisioneiros. Só a morte trara um fim a seus sofrimentos.

Cirta resiste a seus atacantes, mas a teimosa audácia de Massinissa está prestes a quebrar a constância do adversário.

A lembrança da noite de luar nos jardim de cedros.

Enquanto isso Maciste supera o tédio.

O sonho de Sofonisba




"Que venha Karthalo para interpretar meu sonho."

"A criança resgatada... A fúria de Molock... a ruína do reino"

Sofonisba revela o ocorrido muitos anos atrás nos jardins de Asdrubal.

O sacerdote ordena que a vítima resgatada seja devolvida.

Espiando o sacerdote, Maciste prepara uma doce vingança. Ele sabe que de qualquer jeito teria que morrer.

Com as palavras de Karthalo, Maciste reconhece a pequena Cabíria na escrava Elissa.

O destino é generoso. Jamais uma fortaleza sitiada esteve com tal provisão de suprimentos.

Com o coração cheio de medo, Cabíria se despede da luz.

Perplexo ao ver seu rei acorrentado, o povo de Cirta se rende.

O conquistador concede aos soldados um dia de saque. 

"O Massinissa glorioso líder romano, se Sofonisba é parte dos espólios, ela é sua."

"Não sou em quem toma a rainha, senão a rainha é quem me toma. Por Gurzil, o deus da batalha, por todos os nossos deuses, consagro a você a minha espada."

Assim, graças aos encantos da feiticeira real, o indomável numídio se dispõe a trair Roma.

"A prometida de Massinissa não adornará o triunfo do Cônsul."

Fulvius e Maciste continuam sua heróica resistência, enganando como vinho e sonho o tédio da trégua.

Mas os servos furiosos finalmente tentam asfixiá-los.

A deusa, que se regozija com as graças nupciais e concede sua graça em segredo finalmente atende às preces de Sofonisba.

Quando informam de seu extraordinário cativeiro, Massinissa deseja conhecer os audázes heróis.

Massinissa convence a rainha a poupar a vida de seus inimigos. E Fulvius Axila, preocupado com a situação de Cabíria, ousa implorar a Sofonisba por sua sorte.

"Já não vive. Foi assassinada."

Enquanto isso Cipião estabeleceu seu acampamento perto de Cirta. Lelius lhe informa que a filha de Asdrúbal tenta colocar Massinissa contra Roma do mesmo modo que havia feito antes com Sifax.

"Publios Cipião, cônsul de Roma, envia suas saudações a Massinissa, rei dos numídios, e o convoca a seu acampamento de pronto."

O rei resiste em deixar sua mulher nas mãos do cônsul. Mas o cônsul a reclama como parte do espólio.

"Lembre-se de que está na presença de Roma."

O cônsul trata a rainha cartaginesa como um espólio de guerra.

"Não colocarei sua lealdade à prova. Porém, peço-lhe um favor para a rainha, que lhe foi piedosa e que ainda pode lhe dar outra dádiva inesperada."

"Envie-me Maciste em segredo."




"O rei Massinissa envia à rainha Sofonisba um presente digno apenas de um coração real."

"Oh rei, eu recebo seu presente nupcial com o coração real."

"Assumo todo a responsabilidade pela minha morte. Nem preces, nem libações alterarão este ato final. Matisman, deus da morte, nenhuma oferta lhe faço como esta libação."

"Mensageiro da infâmia de Roma, é tarde demais. Mas Sofonisba ainda é a rainha e em troca deste presente mortal, ela mostrará misericórdia. Abdal, aproxime-se e escute-me. Vá... Faça o que eu digo."

Apesar de consagrada ao deus voraz e outra vez prometida como sacrifício vivo Cabíria escapará do destino do fogo.

"Eu a entrego a você. À medida que eu mergulho na escuridão eu trago a luz que brilhará em seu rosto."

Conquistada e desarmada pela derrota de Zama, Cartago se rende ao inevitável julgo. Outra vez os navios romanos voltam a cruzar o mar que fora o local de sua primeira vitória naval. A vitória que proclamou o nome de Roma desde de rostro de Duilius através dos mares.

"Quem canta agora as guerras púnicas? Quem se lembra de Cápua, de Matauros, de Útica e de Zama?"

"Eu não fui conquistado por cavaleiros, soldados ou navios, senão por um poder recentemente revelado, um poder cujas flechas partem dos olhos do amor."




















Sansão e Dalila

O filme "Sansão e Dalila", de 1949, mais um épico do diretor americano Cecil B. DeMille, retrata brilhantemente a história bíblica de um dos últimos juízes dos hebreus e da mulher filisteia que o traiu por interesse.
 
Sansão é vivido pelo ator Victor Mature e quem dá vida à bela Dalila é Hedy Lamarr.
 
 
 
 
Algumas adaptações foram feitas na história para torná-la mais romântica e ainda mais impressionante do que a versão original contada no Antigo Testamento, nos Livro dos Juízes, capítulos 13 a 16, o segundo dos 16 livros do grupo dos Livros Históricos.
 
No filme, Dalila é a irmã mais nova da primeira esposa filisteia de Sansão, o que não corresponde à história original.

 

A Versão Bíblica

 
Por volta de 1.170 a.C, quando os hebreus já haviam chegado à Terra Prometida, as novas gerações afastaram-se da aliança que seus antepassados tinham feito com o Senhor Deus e começaram a pecar contra Ele.
 
O Senhor manda então os filisteus como castigo. Mas ao mesmo tempo envia também um líder para defender seu povo: Sansão, um dos últimos Juízes.
 
Seu pai se chamava Manué, da tribo de Dã, e sua mãe era estéril. O casal recebeu a visita de um anjo de Deus que disse que ela iria dar à luz um menino que seria nazareno, e por isso a navalha não poderia tocar sua cabeça (Jz 13, 5), ou seja, seus cabelos jamais poderiam ser cortados.
 
Sansão era respeitado e possuía uma força sobre-humana vinda  de seus longos cabelos. Um dia ele se apaixonou por uma mulher filisteia, e a pediu em casamento.
 

O Enigma do Casamento

 
Nas vésperas do casamento Sansão se deparou com um leão, e não tinha nada para lutar contra ele além de suas próprias mãos. E foi com elas que ele conseguiu despedaça-lo como se ele fosse um cabrito.
 
No dia do casamento ele passou novamente para ver o cadáver do leão e encontrou em sua boca um enxame de abelhas com mel.
 
Durante a festa de seu casamento, que duraria 7 dias, ele propôs um enigma aos 30 convidados filisteus. Se eles adivinhassem, ele lhes daria 30 túnicas finas. Do contrário, eles é quem lhe dariam as túnicas.
 
O enigma era: " Do que come saiu o que se come; do forte saiu doçura."
 
No quarto dia da festa os convidados foram até a esposa de Sansão e a pressionaram para descobrir o segredo, ameaçando queimar a casa com ela e o pai dentro. Ela então passou a insistir muito com ele até que Sansão contou a resposta do enigma.
 
Ela então revelou o segredo e quando Sansão percebeu o que havia acontecido e que ele tinha perdido a aposta por causa das ameaças contra sua esposa, ficou irado e foi dominado pelo Espírito do Senhor (Jz 14, 19). Ele então matou 30 filisteus para tomar-lhes as túnicas e dá-las aos convidados como pagamento.
 
Voltou para a casa de seu pai, deixando para trás sua mulher, que foi dada como esposa a um dos convidados.
 
Passou um tempo e Sansão, já mais calmo, foi procurar novamente a sua mulher. O pai da moça contou que ela já estava casada com outro, e lhe ofereceu então sua filha mais nova em casamento.
 
Sansão então ficou ainda mais irado e colocou fogo no estoque de trigo dos filisteus, amarrando 300 raposas duas a duas pela cauda e atando uma tocha entre elas.
 
Por esse motivo os filisteus queimaram a mulher de Sansão juntamente com seu pai. A resposta de Sansão foi ainda mais violenta e depois de concluir sua vingança ele foi viver recluso em uma gruta.

Temendo a dura represália dos filisteus, os próprios homens de Judá entregaram-no preso. Mas Sansão se livrou das cordas que o amarravam e com a carcaça de um jumento feriu mil homens.
 
Dali em diante o deixaram temporariamente em paz e ele foi juiz em Israel por 20 anos. (Jz, 15,20)
 

Sansão Conhece Dalila

 
Depois de um tempo, vivendo em Gaza, ele se interessou novamente por uma mulher filisteia chamada Dalila e passou a viver com ela. Os príncipes filisteus ofereceram à moça uma verdadeira fortuna caso ela descobrisse de onde vinha aquela força descomunal.
 
A bela Dalila era muito ambiciosa e logo aceitou a proposta, mas Sansão, que também não era tão ingênuo, nunca lhe revelava a verdade e ficava inventando explicações que não eram verdadeiras.
 
Mas ela o incomodava tanto com aquelas perguntas que um belo dia ele já cansado de inventar estórias, acabou contando a verdade sobre seus cabelos, e esse foi então seu maior erro, pois ela não demorou em cortar suas longas e poderosas madeixas para receber seu pagamento.
 
Fraco, Sansão foi preso, seus olhos foram furados e ele passou a trabalhar como escravo girando a máquina de moer grãos.
 
Os filisteus, regozijando-se por terem vencido seu maior inimigo, quiseram humilhá-lo ainda mais e o fizeram dançar diante deles no templo, que estava lotado com 3 mil pessoas. Mas Sansão pediu a Deus que mais uma vez lhe concedesse sua força e pediu para tocar as duas colunas que sustentavam o templo.
 
O Senhor atendeu seu pedido e Sansão com uma mão em cada coluna fez ruir o templo, matando a si e a todos os que lá estavam. Jz, 16, 30.


As duas colunas derrubadas por Sansão podem ser associadas às duas colunas Jaquim e Boaz, do templo de Salomão (IRs 7, 21), e que são um símbolo da maçonaria.

Colunas Maçônicas Jaquin e Boaz
 

 

A Queda de Troia

O curta-metragem italiano de 30 minutos "La Caduta di Troia", do diretor Giovanni Pastrone, foi apresentado pela primeira vez em 1911.

Ele conta a história dos últimos momentos da cidade de Troia, depois de ser atacada pelos Aqueus, os povos que viviam na Grécia no período de aproximadamente 1.200 a.C.



O diretor Giovanni Pastrone (1883-1959) foi um dos pioneiros mais inovadores do cinema. Começou a trabalhar em 1905, aos 22 anos de idade, como Assistente Administrativo na área de Contabilidade da empresa Carlo Rossi & Company, em Turim, na Itália.
 
Em 1907 tornou-se Diretor Administrativo da empresa, que passou a se chamar Italia Film em 1908 . Ele passou a ser sócio proprietário e reformulou o processo de produção de filmes.
 
Antes de "A Queda de Troia", Pastrone já tinha dirigido outros 3 curtas, mas esse foi o primeiro filme de 30 minutos sem interrupções produzido até então.


Giovanni Pastrone (1883-1959)

O estilo do filme é bem "operesco", mas com muita qualidade técnica para os recursos da época. Esse filme ainda usava planos ou enquadramentos fixos. Pastrone foi pioneiro no recurso de deslocamento da câmera sobre carrinho, mas ele só viria a usar essa técnica no filme "Cabiria", de 1914, um de seus maiores sucessos.


 
 
 

O Rei Harishchandra

O filme mudo "O Rei Harishchandra", de 1913, dirigido por D. G. Phalke (1870 - 1944), foi o primeiro épico indiano produzido, marcando o início da indústria cinematográfica no país.
 
Na época Phalke tinha assistido a uma obra sobre a vida de Cristo e ficara muito impressionado. Assim ele aprendeu as técnicas rudimentares de filmagem valendo-se de um elenco totalmente amador para realizar esse épico baseado na mitologia hindu.
 
A película possui aproximadamente 40 minutos mas infelizmente apenas uma parte da obra foi preservada.



O Rei Harishandra é citado em antigos poemas épicos de conteúdo moral e filosófico como o Mahabharata e o Ramayana. Ele é considerado um símbolo do apreço pela "verdade", mesmo que isso tenha lhe custado muito caro, como o afastamento da sua família e a perda de seu reino.

 
Não existe nenhuma precisão histórica sobre a sua existência e menos ainda sobre o período em que ele teria existido, mas os textos dos poemas datam de 1700 a 1100 a.C., sendo que a transmissão oral de seus conteúdos remonta de muito antes.
 
O advogado e líder indiano Mahatma Gandhi tinha Harishchandra como uma grande influência em sua vida. Daí a origem do símbolo de sua resistência pacífica na campanha de independência da Índia, a Satyagraha (Satya: Verdade, e Agraha: firmeza, constância).
 
 
Mahatma Gandhi (1869 - 1948)