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Hannibal, o Invencível

Roma, 218 a. C.

A república romana está enfrentando o segundo  dos três conflitos com a república de Cartago, conhecidos como Guerras Púnicas.

Em 219 a. C., o general cartaginês, Aníbal, ataca a cidade romana de Sagunto, na Espanha. A resposta foi: "Roma oferece paz ou guerra, escolha. Para Roma, tanto faz". 

Essa obra épica do gênero "espada e sandália", Hannibal, o Invencível, do diretor italiano Carlos Ludovico Bragaglia, foi rodado em 1959, e o herói cartaginês é vivido pelo ator norte-americano Victor Mature.


 
 
Logo depois de um breve contexto o filme começa com os senadores romanos debatendo sobre a ameaça que está se aproximando: Anibal e seu exército estão prestes a cruzar os Alpes após partirem da Espanha.

O senador Minucius, bastante otimista, acredita que os cartagineses não serão capazes de alcançar esse feito, e caso consigam, os homens chegarão tão exaustos e enfraquecidos que serão facilmente derrotados pelas legiões romanas.

Já o senador Fabius Máximus, interpretado pelo ator Gabriele Ferzetti, acha que as legiões de fronteira estão muito ocupadas na Gália e quer se precaver de um otimismo excessivo.

Até que chega um mensageiro informando que Anibal de fato cruzou os alpes que que as legiões romanas estão batendo em retirada. Apenas Rotarius, líder de uma tribo gaulesa rival dos romanos, oferecia resistência. Mas o gaulês acaba fazendo uma aliança com Aníbal, abrindo passagem para os  cartagineses em troca da supremacia de sua tribo na região.

Depois de montar seu acampamento próximo a Roma, Aníbal sequestra a sobrinha de Fabius Maximus, a jovem e bela Sylvia, vivida pela atriz norte-americana Rita Gam, e também o filho do senador, o jovem Quintilho, que é apaixonado pela prima. Quintilho é interpretado pelo ator italiano Terence Hill, então com vinte anos de idade.




Mas o sequestro é apenas uma tentativa de enviar uma oferta de paz para Fabius Maximus, que será recusada. Os dois jovens são liberados no dia seguinte pela manhã, após Anibal apresentar a Sylvia seu acampamento. Ele mostra a ela os grupos de soldados que combatem a seu lado:  numídios, líbios, hispânicos e cartagineses.

Depois de retornar para casa em segurança ao lado de seu primo, Sylvia recebe de Aníbal um anel para que ela use quando precisar falar com ele e também para sua própria segurança caso caia nas mãos de algum de seus soldados. 

Depois da Batalha de Trébia (218 a. C.) vencida por Aníbal, Sylvia entra em contato com o general, na vã tentativa de conseguir ainda aquela proposta de paz e também porque já está apaixonada pelo arquiinimigo de sua pátria.

Nessa batalha Aníbal acaba perdendo um olho, picado por um inseto no pântano.

Logo em seguida o filme mostra também a Batalha de Trasimeno, com mais uma derrota para os romanos, que convocam todos os homens de 15 a 50 anos para se alistarem e  lutarem por Roma.

O exército romano passa para as mãos de dois generais que se odeiam, e Aníbal irá se aproveitar dessa fragilidade e conquistar mais uma vitória na famosa Batalha de Canas.

Sylvia deixa a família para ficar ao lado de Aníbal no acampamento, sabendo que se for capturada pelos romanos, sua sentença por traição será a pena de morte e será enterrada viva. Mas chega então a ex-esposa de Aníbal, a cartaginesa Demília, com o filho pequeno dos dois (na vida real Amilcar teria se casado com a espanhola Imilce).

Ela vem de Cartago ao lado de Maharbal, um general de confiança de Aníbal que tinha entrado em conflito por discordar da exitação de Aníbal em invadir Roma de uma vez por todas.

Enciumada, Sylvia volta para casa e cumpre seu destino, mas seu tio, que ainda tem um pouco de misericórdia da moça, leva um frasco de veneno para abreviar seu sofrimento.

Maharbal e Demília informam a Aníbal que Cartago se recusou a mandar os reforços que ele solicitou e está enviando seu irmão Asdrubal com apenas quatro mil soldados. Mas ele é pego em uma emboscada e sua cabeça é enviada para Aníbal. As coisas começam a mudar.

Fabius Maximus assume como conselheiro do exército romano e o filme termina contando que Aníbal passará ainda muito anos lutando em muitos lugares.


As Guerras Púnicas

 
Fundada em 814 a. C. pela rainha fenícia Dido (Alissa, Elissa ou ainda Didone), a cidade de Cartago ficava localizada onde hoje é a Tunísia. Do antigo esplendor restam hoje apenas sítios arqueológicos.



 
Ela detinha um enorme poder territorial no norte da África e no sul da Península Ibérica, onde explorava minas de prata nas suas colônias espanholas. Mas se sentiu ameaçada pela expansão romana.
 
 
 



Cothon - Estrutura portuária 
 
 
Primeira Guerra Púnica:
 
Quase meio século antes, em 264 a. C., Amílcar Barca, pai de Aníbal e fundador da dinastia militar dos barcidas, havia travado a primeira guerra púnica contra Roma no Mar Mediterrâneo. Ele liderou a conquista de colônias na Espanha.
 
A guerra terminou empatada, mas com um acordo de paz com piores condições para Cartago. Os cartagineses, que eram exímios navegadores, foram obrigados a limitar sua marinha a apenas 100 navios.
 
Após a morte de Amílcar, seu genro Asdrúbal, o Esplêndido, assume seu lugar, mas por pouco tempo. Após seu misterioso assassinato, Aníbal se torna o governante, aos 26 anos de idade.
 
 
Segunda Guerra Púnica:
 
Aníbal havia jurado no leito de morte de seu pai que passaria a vida lutando contra Roma, até dominá-la completamente. Porém, como não tinha mais a marinha e para surpreender o opositor, decidiu investir contra a Itália por terra, a partir da Espanha, acompanhado de 40 mil soldados e dezenas de elefantes, verdadeirós tanques de guerra, seguindo pelos Alpes, atraindo os gauleses para lutarem como seus aliados.
 
Ele partiu da Espanha, atravessou os montes Pirineus, istmo da Península Ibérica e divisa entre Espanha e França, até o vale do rio Pó, na Itália. Cruzou o rio Ródano até chegar aos Alpes.
 
Aníbal foi um brilhante estrategista e suas táticas militares são ensinadas até os dias de hoje. Ele estudava profundamente seus adversários, dormia e comia junto com seus soldados.
 
Na época o cônsul de Roma era o experiente general Públio Cornélio Cipião, mais conhecido como Cipião Africano. Ele derrotaria Aníbal definitivamente na Batalha de Zama, em 202 a. C., assumindo o controle das colônias cartaginesas na Península Ibérica, pondo fim à Segunda Guerra Púnica.
  
 
 

Batalha de Zama
 
Mas antes disso Cipião sofreria derrotas para Aníbal, como na batalha às margens do Rio Trébia, contada no filme em questão.
 
A história de Cipião também é contada no filme italiano Scipione L'Africano, de 1937, do diretor Carmine  Gallone, produzido pelo filho de Benito Mussolini, durante o fascismo na Itália.
 
 
 
Em uma das batalhas anteriores, Aníbal decide entrar em um perigoso pântano para surpreender o inimigo, onde é picado por um inseto no olho direito.
 
Terceira Guerra Púnica:
 
Foi travada entre 149 a. C. a 146 a. C., na cidade de Cartago, a qual foi completamente destruída pelos romanos, liderados pelo general Emiliano, que a cobriram de sal para que nada mais fosse ali produzido.
 
Assim começa o apogeu de Roma, que possui agora o domínio do Mar Mediterrâneo.