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007 Contra o Satânico Dr. No

Filme de 1962, do diretor Terence Young, marca a estreia da franquia de enorme sucesso que traz o fictício agente secreto 007, James Bond, para as telas do cinema, aqui interpretado pelo ator escocês Sean Connery, então com 32 anos de idade.




O filme se passa no Caribe, na ilha da Jamaica e a primeira "Bond girl" é vivida pela atriz suíça Ursula Andress, no papel da caçadora de conchas Honey Ryder



Apesar de se tratar de uma ficção, não apenas esse filme mas quase toda a saga James Bond traz a temática da corrida espacial, da guerra fria, rivalidade com a Rússia, além do mundo da espionagem pelas agências de inteligência dos principais países, principalmente a britânica MI-6 (equivalente à CIA americana e KGB russa).

Basesado no livro Dr. No, do escritor britânico Ian Fleming, criador do personagem que iria marcar gerações. 




Trabalhando a serviço da rainha da Inglaterra, sob o código 007, Bond tinha "licença para matar", assim como todos os agentes com prefixo 00.

Nessa história um outro agente do MI-6, John Strangways, baseado na Jamaica, é assassinado juntamente com sua secretária. Ele estava colaborando com a CIA na investigação de interferências por sinais de radio nos lançamentos dos foguetes americanos no Cabo Canaveral.

O vilão, o chinês Dr. No, ex membro da organização mafiosa TONG, trabalha agora para a organização SPECTRE - Special Executive for Counter-Intelligence, Terrorism, Revenge and Extortion, e tem o objetivo de boicotar os lançamentos de foguetes americanos do Projeto Mercúrio e dar inínio à guerra entre EUA  e União Soviética. Ele tem próteses metálicas no lugar das mãos devido ao contato com material radiativo.



É justamente na ilha da organização que a bela Honey Ryder está colhendo conchas valiosas e acaba se envolvendo perigosamente na operação de combate de James Bond.


Outros personagens recorrentes na franquia são: 

- "M": chefe do MI-6

- "Q": Major Boothroyd, mestre de armas (Quartermaster), inventor das sofisticados engenhos tecnológicos usados por Bond em suas missões (não aparecem nesse filme Dr. No)

- Miss Moneypenny: secretária de "M"


Curiosidades:

- Como em todos os filmes da série, temos a presença de cenas em cassinos, geralmente com o jogo "Chemin de Fer" ou Bacará. 

- A arma preferida de James Bond é a italiana Beretta. 

- A patente de James Bond na marinha britânica era a de Comandante.

- O drink "batido, e não mexido" pedido sempre por Bond, é o Vesper, em homenagem à Bond Girl do primeiro livro, Cassino Royale. Leva vodka, gim e vermute branco (Lillet Blanc), além de azeitona verde e casca de limão.

- O Projeto Mercúrio fazia parte do programa de exploração espacial da NASA, criada em 1958, e foi o primeiro projeto a contar com uma tripulação (na verdade apenas um astronauta por vôo)  e tinha o objetivo de realizar vôos na órbita da Terra . Durou de 1958 até 1963 e foi sucedido pelo Projeto Gemini e pelo Projeto Apollo, que levou o homem à Lua.






Sobre o autor Ian Fleming:

Nascido em Londres, em 1908, no seio de uma família rica e influente, até a juventude Fleming enfrentou a pressão de sofrer comparações com o pai, um herói da Primeira Guerra, e com o bem sucedido irmão mais velho, além de ter uma mãe autoritária e dominadora.

Depois de uma experiência como repórter, onde já começou a se envolver com o mundo da espionagem, ele foi convidado para trabalhar no MI6, como assistente do diretor, o General Godfrey. Ali ele acumulou experiências e conhecimentos que ele utilizaria em seus romances anos mais tarde, quando começou a escrever, em 1952, na sua casa Goldeneye, na Jamaica, onde passava 3 meses por ano, durante suas férias para fugir do rigoroso inverno inglês, ao lado de sua esposa Ann. Ele escreveu 12 livros da série 007, sendo "Cassino Royale" o primeiro deles,e morreu em 1964, aos 56 anos de idade, de ataque cardíaco, fruto de uma vida de excessos, mas que foi vivida com o máximo de intensidade.







Treze Dias Que Abalaram o Mundo

Cuba, Outubro de 1962
 
Um avião de reconhecimento americano U-2 sobrevoa a ilha e tira algumas fotos de alta resolução que despertam terríveis suspeitas.
 
Ao serem analisadas pelo Centro de Interpretação Fotográfica Nacional, o NPIC, aquelas fotos revelariam uma operação que havia passado completamente despercebida pelas forças armadas americanas: a instalação de mísseis nucleares russos na ilha de Cuba, a pouco mais de 100 km da Flórida.
 
No dia 15 de outubro o então presidente americano John F. Kennedy é alertado e convoca uma reunião do conselho formado por nove membros, chamado de Comitê Executivo do Conselho de Segurança Nacional, o EXCOMM, para discutirem o que fazer a respeito, mantendo tudo ainda no mais absoluto sigilo, dando início a um período de 13 dias de uma crise sem precedentes na história da humanidade. 
 
Esse episódio  tão importante da nossa história recente, conhecido como a Crise dos Mísseis de Cuba, está magistralmente contado no filme Treze Dias que Abalaram o Mundo (título original: Thirteen Days), lançado em 2000, do diretor australiano Roger Donaldson
 


 
 
O EXCOMM era formado, entre outros, pelo irmão do presidente, o Ministro da Justiça Robert (Bobby) Kennedy, pelo Lyndon Johnson - Vice-presidente, pelo Robert McNamara - Secretário da Defesa, por John McCone - Diretor da CIA e pelo General Maxwell Taylor - Chefe das Forças Armadas.
 
Além dos membros do conselho havia também outros participantes que eram secretários e conselheiros da confiança do presidente, como Assistente Especial e amigo pessoal do presidente, Kenneth O'Donnel, personagem principal do filme vivido pelo ator Kevin Costner.

A Crise dos Mísseis de Cuba foi um evento que levou a humanidade o mais próximo possível de seu extermínio.


Há pouco mais de um ano antes, entre os dias de 17 e 19 de abril de 1961, o presidente Kennedy havia promovido uma fracassada invasão à ilha de Cuba, tomada em 1959  pelo líder guerrilheiro Fidel Castro e seu aliado Ernesto "Che" Guevara, durante a Revolução Socialista Cubana, quando Cuba se aliou à antiga União Soviética. Esse episódio ficou conhecido como Invasão à Baía dos Porcos.

Os russos e os cubanos achavam que os americanos não desistiriam de destituir Fidel e poderiam tentar outra invasão a qualquer momento.

Além disso, os americanos mantinham alguns mísseis na Turquia e na Itália, já obsoletos e fora de operação. Os russos sentiam-se ameaçados por essas armas, principalmente pelas que estavam no vizinho território turco.

Esses dois fatos, a Invasão da Baía dos Porcos e a manutenção dos mísseis americanos na Turquia, foram as razões que o Primeiro Ministro russo Nikita Kruschev precisava para por em prática a OPERAÇÃO ANADYR, com a colocação dos mísseis em Cuba apontados para os Estados Unidos, oferecendo aos americanos o mesmo grau de ameaça e insegurança.