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Rasputin - Dark Servant of Destiny

São Petersburgo, Rússia, 1905.

Nos elegantes salões da capital do império russo aparece pela primeira vez Gregório Rasputin, um já famoso "milagreiro" siberiano de aspecto repulsivo e olhos marcantes, então com 33 anos de idade.
 
O místico starets ganha a confiança da família imperial do czar Nicolau II, e principalmente de sua esposa, a imperatriz Alexandra Feodorovna, por causa de seu poder de amenizar o sofrimento do único filho do casal,  o czarevich Alexei Romanov,  herdeiro do trono, que sofria de hemofilia.

No entanto, o poder que ele irá exercer também sobre a imperatriz Alexandra acabará  determinando o triste destino não só da família real, mas de toda a Rússia e também de toda a humanidade.
 
Os últimos anos desse polêmico místico estão contados no filme "Rasputin - Dark Servant of Destiny", de 1996, do diretor alemão Uli Edel.
 

 
 
O filme começa já no ano de 1991, quando os restos mortais da família real são finalmente descobertos na cidade de Ecaterimburgo, na Sibéria, e é narrado pelo póstumo czarevich Alexei, que vai então contar a história das relações entre sua família e o starets Rasputin.
 
O filme então volta para o ano de 1883, na cidade natal de Rasputin, Pokrovskoe, um povoado perto de Ecaterimburgo, onde teve uma vida muito dura, como era comum na Sibéria. Ele tinha então 11 anos e já mostrava possuir alguns poderes e habilidades de adivinhação ou profecia. Seu nome de batismo era Gregório Efimovich.
 
Gregório Rasputin
 
Starets era o nome dados aos homens de Deus que viviam na pobreza, em austera virtude e solidão, oferecendo-se como guia de outras almas em momentos de comoção e angústia. Eram comuns na Sibéria e muito respeitados pelos russos. Era um guia espiritual, um homem sagrado e Rasputin se apresentava como tal.
 
O escritor russo Dostoievski escreveu em seu livro "Os Irmãos Karamazov": "O starets é aquele que leva nossa alma e nossa vontade, e as faz dele. Quando escolhemos nosso starets, entregamos nossa vontade. Damos a vontade a ele em absoluta submissão, em renúncia total".
 
E é muito importante entender essa relação que o povo russo tinha com esse tipo de místico, para que seja possível compreender a subserviência com que se entregou a imperatriz Alexandra ao seu domínio.
 
Só que Rasputin era um starets fraudulento. Ao contrário dos verdadeiros homens santos que deixavam para traz as tentações mundanas, Gregório levava uma vida de promiscuidade, estava sempre bêbado e tinha um comportamento grosseiro e imoral.
 
Só que ele realmente tinha um poder de hipnotizar as pessoas com seus profundos olhos azuis. E esse poder de alguma forma surtia um maravilhoso efeito sobre o menino Alexei, que sofria dores terríveis quando aconteciam as hemorragias. Rasputin era o único que conseguia fazer com que essas dolorosas hemorragias parassem, quando todos os recursos médicos já não surtiam mais efeito algum.
 
Dessa maneira a imperatriz Alexandra acabou se rendendo totalmente ao seu domínio, e, quando começou a primeira guerra mundial, em 1914, e a Rússia se viu praticamente obrigada a participar para defender a Sérvia, Rasputin teve influência direta sobre as decisões do czar Nicolau II, através da imperatriz, principalmente na escolha de seus ministros.
 
Essas decisões fizeram com que o povo da Rússia, que já estava em processo revolucionário desde 1905, voltassem-se totalmente contra o czar e contra a imperatriz, que passou a ser ainda mais odiada pelos russos, não só por ser alemã, mas principalmente por sua ligação com o starets.
 
Até que em 31 de dezembro de 1916, o jovem e  riquíssimo príncipe Felix Yussupov, casado com a sobrinha do czar, Irina, juntamente com outros nobres colocou em prática o plano de assassinar Rasputin, e com isso libertar a Rússia de sua influência nefasta.
 
Atraindo Rasputin para uma festa particular em seu palácio, o grupo envenenou a comida que foi oferecida ao monge com cianureto de potássio. Rasputin ingeriu todo o veneno mas continuou tranquilamente dançando sem o que a substância fizesse nenhum efeito. Assustados, os assassinos decidiram então terminar o serviço com tiros de revólver nas costas e na cabeça.
 
O corpo então foi amarrado e jogado em um rio congelado. Três dias depois, quando o corpo foi encontrado com sinais de que havia morrido por afogamento.
 
Os acontecimentos que sucederam o evento da morte de Rasputin seguiram o curso exato de suas profecias que diziam que, caso ele fosse morto por um nobre, em menos de dois anos, toda a família real estaria morta. E foi o que aconteceu.
 
Em 17 de julho de 1918 a família do czar Nicolau II (ele próprio, a esposa e os 5 filhos) foi  executada barbaramente pelos revolucionários bolcheviques do Soviete dos Urais, com o consentimento do novo líder Vladimir Lênin.
 
 
O livro "Nicolau e Alexandra", do escritor americano Robert K. Massie, narra com grande riqueza de detalhes a biografia do último czar Nicolau II, da dinastia Romanov, e de sua esposa, a princesa germânica Alexandra Feodorovna, e descreve com clareza a relação da família com o místico Rasputin, elucidando de fato qual foi o nível de influência dele sobre as decisões do czar, através de seu domínio sobre a imperatriz.