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Der Fliegende Holländer - O Holandês Voador

O "Holandês Voador" ou "Holandês Errante" (Der Fliegende Holländer) foi a primeira ópera com música e libreto escritos pelo compositor alemão Richard Wagner pertencente ao Canon de Bayreuth, um catálogo formado pelas dez óperas compostas na "fase madura" artista.

Traz como tema principal a redenção através do amor, além de elementos constantes na obra wagneriana como maldição e anseio de redenção. Estreou em 1843 na cidade alemã de Dresde.

A história se passa na costa da Noruega, onde o Capitão Daland e a tripulação de seu barco estão quase chegando ao seu destino, retornando à terra natal, quando enfrentam fortes ventos que os tiram de sua rota, afastando-os por sete milhas da segurança do porto. 



Primeiro Ato


Os marinheiros jogam a âncora próximo a um rochedo para que o capitão possa ir à terra firme e indentificar a localização exata, enquanto a embarcação fica sob cuidados do timoneiro. Daland  vê ao longe a baia de Sandwike, onde fica sua casa, em que mora com sua filha, a jovem bela e romântica Senta e seus empregados.

Como já estiveram alertas por bastante tempo, o capitão recomenda que todos descansem até que a tormenta, que já está mais amena, acabe de vez e eles possam então seguir viagem. Todos vão dormir e o timoneiro fica de vigia mas acaba adormecendo também.

Nesse momento um outro barco se aproxima silenciosamente, com suas velas vermelhas. Trata-se do  mitológico navio "Holandês Voador" ou "Holandês Errante".

Segundo a lenda, há mais de cem anos, em 1680, o capitão Hendrick van der Decken, também conhecido como "O Holandês", estava voltando para a sua terra natal com seus marinheiros com seu barco carregado de especiarias, trazidas das colônias nas Índias Holandesas. Quando estavam passando pelo Cabo da Boa Esperança (ou Cabo das Tormentas) na África do Sul, enfrentaram uma forte tormenta. A tripulação achou melhor esperar por melhores condições de navegação, mas o capitão estava ansioso por regressar à casa e decidiu enfrentar o mar violento, mesmo com a revolta dos marinheiros, dizendo que atravessaria o cabo nem que fosse até o dia do juízo final.

Sua blasfêmia foi atendida por forças sobrenaturais e tanto o capitão como a tripulação foram condenados a navegar pela enternidade, sem poder atracar em terra firme. Apenas uma única concessão foi dada ao amaldiçoado navio, e conseguida através da intervenção de um anjo de Deus: a cada sete anos ele poderia parar em um porto e só o amor e a fidelidade de uma mulher poderia redimir o capitão de seu terrível destino. O malígno ser aceitou conceder essa chance, já que não acreditava mesmo na fidelidade feminina.

"seu navio sem âncora e seu coração sem esperança"

Era chegado o tempo, ao fim de sete anos e seu barco poderia finalmente atracar seu barco cheio de tesouros, que foi retirando das profundezas dos oceanos por todos esses anos. 

O capitão Daland acorda e se espanta ao ver aquele navio ao lado do seu. Dá uma bronca no timoneiro que não continuava dormindo. Os dois então tentam fazer contato com o capitão do barco misterioso e van der Decken se apresenta dizendo que vem de muito longe, está exilado de sua terra natal e solicita hospitalidade na casa de Daland em troca de um generoso pagamento com parte do incontável tesouro de que dispõe em seu barco. O ambicioso capitão Daland de imediato concorda e recebê-lo em sua propriedade. 

O holandês lamenta que de nada lhe serve o tesouro, já que não tem nem esposa nem filho e que jamais terá um lar. Daland lhe conta que tem uma bela filha e van der Decken a pede logo em casamento em troca de mais joias. Eles combinam de partir para a casa de Daland assim que o vento sul for favorável e o holandês pede a Daland que vá na frente e que em breve irá alcançá-lo.


Segundo Ato - 00:46:00

Na casa de Daland, equanto as mulheres trabalham no tear e esperam por seus companheiros, que partiram no navio para o sul em busca de fortunas, a jovem Senta observa pensativa um velho retrato de um certo capitão, da época de sua avó, e que vem a ser justamente Hendrick van der Decken. Aquela imagem a deixa muito impressionada. Sua governanta Mary havia lhe contado a história daquela pobre alma, daquele homem pálido, por quem Senta tinha grande compaixão.

As outras mulheres riem de Senta, por estar apaixonada pelo fantasma do retrato, e dizem que isso poderia desagradar a Erik, o caçador com quem Senta tem um namorico sem importância, mas que é apaixonado por ela. Senta pede que Mary cante para as outra mulheres a Balada do Holandês Errante, ao que Mary se recusa e decide ela mesma contar a história.


Após os relatos de Senta, as outras mulheres se compadecm com a desgraçada história do Holandês e clamam para que o anjo de Deus lhe mostre essa valorosa mulher para que ele possa encontrar sua redenção. Motivada por essa forte emoção, Senta assume o propósito de ser essa mulher se um dia tiver a oportunidade de encontrar o pálido capitão.

Chega então Erik, o caçador, dizendo que o navio de seu pai está se aproximando e todas as mulheres se apressam para preparar um banquete para receber os marinheiros, cozinhando e arrumando a casa cheias de entusiasmo.

Erik então pede autorização a Senta para pedir a seu pai a sua mão em casamento, propondo-lhe uma vida confortável e estável, além de seu amor. Mas Senta está dividida, na realidade já está decidida a esperar pelo Holandês. O caçador já reconhece nela os sinais de que está enfeitiçada pela imagem daquele quadro e pela desafortunada sina daquela pobre alma. Ele já havia tido um sonho premonitório, no qual o pálido marinheiro chegava ao lado do pai de Senta e ela partia com ele a vagar pelos mares. Muito triste, Erik parte, deixando Senta aflita e pensativa.

Quando, de repente, vê na porta de entrada de sua sala, aquela figura em pessoa. Assim como no sonho de Erik, o holandês van der Decken chega do mar com seu pai. Ela fica estática, paralisada diante daquele homem misterioso, por quem se sentiu atraída durante toda a sua vida.