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Napoleón

Brienne-le-Château, França, 1781.
 
Sobre o pátio coberto de neve os alunos do colégio militar de Brienne participam da simulação de uma batalha. Um garoto se destaca pela sua estratégia e pela audácia, era Napoleão Bonaparte, então com 11 anos de idade.
 
Sofrendo perseguição e insultos  dos outros alunos por causa de seu sotaque corso (da Córsega) e  de temperamento peculiar, Napoleão enfrentava a todos já dando mostras da personalidade que o colocaria no topo do império de um dos países mais importantes da época.
 
A história dos primeiros anos do grande líder e tirano que foi Napoleão Bonaparte, marcada por passagens e personagens da Revolução Francesa, está contada no marcante filme mudo Napoléon, do diretor Abel Gance, de 1927.
 
 
 

Esse filme dá início aqui no blog a um ciclo de postagens sobre a era napoleônica, um tema para lá de fascinante.

Como eu já disse, trata-se de um filme mudo, o que não impede que seja extremamente interessante, tendo sido tecnicamente bastante inovador para a época, influenciando inclusive toda uma nova geração de cineastas da Nouvelle Vague.

E, para quem quer conhecer um pouco mais sobre a história de Napoleão, é uma obra indispensável.


Sobre Napoleão Bonaparte
 
Nascido em 1769 na Córsega, filho de uma família de nobres franceses, Napoleão foi levado aos 9 anos de idade para Paris, para estudar no colégio militar, durante o reinado de Luís XVI. Sua família, apesar de pertencer à nobreza e de ter um certo refinamento, não era muito rica, pois eles eram em oito irmãos. 
 
 
A Córsega é uma ilha localizada no Mar Mediterrâneo. Apesar de estar na região geográfica da Itália, ela é uma região administrativa da França.
Pertenceu à Itália até 1768, ano em que foi invadida e tomada pelos franceses.

No colégio, onde levava uma vida muito triste longe de sua família, ele mantinha uma águia que fora enviada a ele por um tio como bicho de estimação. O filme faz a todo momento uma correlação entre o olhar do animal e o de Napoleão.
 
Ele passou os 5 anos seguintes no colégio, sem rever sua família e também sem muitos amigos. Tinha muito orgulho de sua origem e não se misturava com os franceses, preferindo o isolamento.  Aos 15 anos de idade ele entrou na Academia Real em Paris, onde assimilou mais a cultura francesa.
 
Após muito treinamento e dedicação, ele se especializou na artilharia, mas não tinha muitas esperanças de conseguir uma posição de destaque no exército, pois sabia que os altos postos estavam reservados aos soldados das famílias mais ricas. Ele, apesar de ser nobre, não era rico.
 
Napoleão adorava a matemática e as ciências em geral. Era apaixonado também pelo poder. Estudou a fundo as biografias de Alexandre, o Grande e Aníbal, para entender o que os tornara poderosos.
 
Até a Revolução Francesa,  Napoleão era um jovem triste, solitário e egocêntrico. Porém, durante a revolução, em 1793, ele teve a oportunidade de se destacar na batalha que ficou conhecida como Cerco de Toulon, no sul da França, onde ele usou a artilharia por sua conta e risco, para expulsar os ingleses que tentavam invadir o país, tentando reestabelecer a monarquia derrubada pelos revolucionários.
 
Ele então foi nomeado general, aos 26 anos de idade, passando a comandar as forças armadas do interior. Daí em diante sua ascensão foi meteórica, o que chamou a atenção da bela e rica dama da sociedade Josefina de Beauharnais, com quem viria a se casar em 1796.



Uma passagem muito bizarra do filme sobre um encontro dele com Josefina ocorre em um evento social chamado Baile das Vítimas, que era um baile para os parentes das pessoas que tinham sido guilhotinadas na revolução (!!!).
Josefina era uma delas, pois seu primeiro marido havia sido executado.


Extremamente carismático, praticamente um ator, ele tinha uma capacidade incrível para motivar os seus soldados. Mas seu olhar de águia procava neles também o medo.

Além de seu estranho e inseparável chapéu, sua marca registrada era a mão na barriga por dentro da camisa.