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O Conde de Monte Cristo

Ilha de Elba, Itália, 1815.

Um navio mercante vindo de Marselha, na França, aporta com seu capitão precisando urgentemente de socorro médico, sofrendo de meningite. O segundo imediato da embarcação, Edmond Dantes e seu melhor amigo, o representante do dono do navio, Fernand Mondego, arriscam suas vidas ao desembarcarem na ilha, que conta com uma segurança extremamente rigorosa, por estar ali exilado ninguém menos do que Napoleão Bonaparte.
 
Os guardas da ilha temiam uma invasão de aliados do general Bonaparte com o objetivo de resgatá-lo. Ao desembarcarem na ilha os dois tripulantes sofrem um ataque desses guardas, mas escapam com vida e os convencem de que chegaram em paz, apenas em busca de socorro para seu capitão.
 
No entanto, durante a noite, Napoleão pede em segredo um pequeno favor a Dantes: que esse leve uma carta pessoal a um amigo em Marselha. O inocente e prestativo rapaz atende a seu pedido e as consequências desse gesto irão transformar radicalmente a sua vida.
 
Essa história está contada no filme O Conde de Monte Cristo, de 2002, do diretor americano Kevin Reynolds, e é mais um filme histórico baseado em um livro homônimo do importante escritor francês Alexandre Dumas.
 
 
 
 

Apesar de se tratar de uma ficção, a obra está citada aqui no blog por contar um pouco do período do primeiro exílio de Napoleão, na ilha de Elba.
 
Todo o resto da história do filme não passa de apenas de um delicioso entretenimento sobre amor, traição e vingança, que inspirou inclusive a famosa série Revenge.

                                                                 * Fonte: Wikipédia

Essa estória já foi contada no cinema inúmeras vezes. Uma delas, a versão francesa para televisão de 1998, contou com o ator Gérard Depardieu no papel de Dantes.




O Homem da Máscara de Ferro

Paris, França, 1649.

Seis anos se passaram desde que Luís XIV assumiu o reino da França, após a morte de seu pai, Luís XIII. Autoritário e arrogante, ele governa como um verdadeiro déspota, deixando a população na miséria, o que começa a gerar muitas revoltas.
 
A seu lado, sempre fiel porém bastante preocupado com o seu comportamento, está D'Artangnan, o chefe da Companhia dos Mosqueteiros.
 
Os mosqueteiros, Athos, Porthos e Aramis, antigos companheiros de D'Artangnan, estão agora aposentados e decadentes.
 
Enquanto isso, na Bastilha, um jovem garoto está preso com uma máscara de ferro ocultando sua identidade. Tratava-se de um suposto irmão gêmeo de Luís XIV, Felipe, que havia sido separado da família pelo seu pai ao nascer e criado longe da corte, desconhecendo quem realmente era, para que não houvessem guerras por disputas de poder entre os irmãos.
 
No entanto, ao assumir o trono, Luís, temendo uma possível descoberta de seu paradeiros, teria mandá-lo para a prisão com a tal máscara.
 
Essa história está contada no filme O Homem da Máscara de Ferro, de 1998, do diretor americano Randall Wallace, baseado na obra de Alexandre Dumas chamada O Visconde de Bragelonne.



 
 
O elenco é de peso e conta com:
- Leonardo DiCaprio no papel de Luís XIV
- Jeremy Irons como Aramis
- John Malkovich como Athos
- Gérard Depardieu como Porthos
 
O filme é legal, mas a história, obviamente, não corresponde totalmente à realidade. Os personagens realmente existiram, inclusive o tal homem da máscara, mas nunca ficou provado que se tratava de um irmão gêmeo do rei.
 
O caso realmente é um grande mistério na França, e o escritor Alexandre Dumas aproveitou essa hipótese, para escrever o romance.
 
Assim com o filme Os Três Mosqueteiros, estou apresentando esse mais para fazer uma referência ao período e à figura do grande monarca que foi Luís XIV, representante do auge do absolutismo francês.
 
Falaremos dele com mais detalhes na postagem do filme O Absolutismo - A Ascensão de Luís XIV.
 
 
 



Os Três Mosqueteiros

França, 1625.
 
O jovem D'Artagnan deixa sua terra natal e segue viagem para Paris, com o objetivo de se juntar a Companhia dos Mosqueteiros do Rei, que na época era Luís XIII. Ele já havia recebido um intenso treinamento de seu pai, ex-mosqueteiro.
 
No caminho, envolve-se em um briga com agentes secretos do então primeiro-ministro da França, o Cardeal Richelieu, e é humilhado por eles. Entre esses agentes está a inescrupulosa Milady de Winter.

Ao chegar em Paris, em meio a muitas confusões, ele acaba desafiando três homens para um duelo: Athos, Porthos e Aramis. Ele não sabia que esses eram justamente os três mosqueteiros a quem D'Artagnan tinha a intenção de se juntar.
 
Porém os duelos estavam proíbidos naquele período, e os guardas do cardeal Richelieu tentam prender os quatro, os mosqueteiros e o jovem rapaz, mas eles lutam lado a lado e vencem  bravamente um número bem maior de guardas. Isso acaba por aproximar o grupo.
 
Todas as aventuras que viriam a partir desse encontro, misturando ficção e fantasia com fatos e personagens reais, estão contadas no filme Os Três Mosqueteiros, do diretor inglês Paul W. S. Anderson, de 2011, baseado na obra homônima do escritor francês Alexandre Dumas.



Essa história já foi retratada no cinema diversas vezes. Escolhi particularmente essa versão, não porque a achasse a melhor, mas somente porque é a mais recente, conta com atores bem conhecidos como a atriz Mila Jovovich no papel de Milady.

No filme, Richelieu tenta enfraquecer ainda mais a figura do rei, e volta-se contra sua esposa, a rainha Ana, criando uma suposta história de traição dela com o Duque de Buckingham, da corte do rei Carlos I, da Inglaterra.

Ele forja, junto com Milady, o desaparecimento de um colar de diamantes de Ana, que foi um presente de Luís, fazendo parecer que ela havia dado tal colar de presente ao duque inglês. Uma camareira da rainha, por quem D'Artagnan havia se apaixonado, descobre o plano e pede que ele e os mosqueteiros resgatem o colar a tempo de um baile que iria acontecer, o que acaba acontecendo.
  
Achei até que essa versão exagerou nos recursos, enfim, é um bom entretenimento, mas não esperemos mais do que isso (dessa versão, não da história). O que importa aqui é o contexto histórico. Vamos a ele.
 
Como já disse, quem estava no poder era o jovem rei Luis XIII, filho do Rei Henrique IV e sua segunda esposa, Maria de Médici. A história de seu pai jáfoi postada aqui no blog nos filmes A Rainha Margot e Henrique IV - O Grande Rei da França. Sua mãe aparece somente no segundo filme.
 
Luís XIII nasceu em 1601, quando seu pai era o rei da França, o primeiro da casa dos Bourbon. Em 1610, com o assassinato do rei, Luís assumiu o trono aos 9 anos de idade, sob a regência de sua mãe, Maria de Médici, a qual deveria durar até que o rei atingisse sua maioridade, em 1614.

Luís XIII


Só que quando sua maioridade chegou Maria ainda não o achava preparado para governar, e continuou no poder ao lado de seus aliados, o que causou muita insatisfação em Luís.
 
Em 1615 Maria casa seu filho com a infanta da Espanha, Ana da Áustria.
 
Em 1617, através de um golpe de estado, Luís assume o trono e envia sua mãe para o exílio, colocando seu aliado, o duque de Luynes, à frente das questões do estado. Esse faz uma gestão desastrosa.
 
Em 1619 Maria foge do exílio e reúne um exército para lutar contra seu próprio filho, mas este faz as pazes com a mãe e lhe cede algumas terras.
 
Em 1620 Maria novamente se revolta contra o filho mas seu éxercito é derrotado.

Em 1621, quando o morre o duque de  Luynes, aliado de Luís, Maria volta a ter influência e em 1624 consegue que o cardeal Richelieu seja admitido no Conselho.

Cardeal Richelieu
 
 
Porém, Richelieu se voltou contra Maria e aliou-se aparentemente a Luís, de quem ficou ao lado até o fim de sua vida. O rei, jovem e inexperiente, não teve outra saída a não ser se apoiar na gestão do cardeal.
 
Após a morte de Luís XIII, em 1643, quem assume o trono é seu filho Luís XIV, o Rei Sol. Já falamos dele nos filmes sobre a Revolução Francesa, e falaremos a seguir, no filme americano O Homem da Máscara de Ferro, que é uma continuação de Os Três Mosqueteiros, e também no filme francês O Absolutismo - A Ascenção de Luís XIV, bem mais sério.
 


A Rainha Margot

Paris, França, 1572.
 
A cidade está mais movimentada que de costume pela chegada de centenas de forasteiros, na maioria protestantes, vindos para o casamento da católica Margarida de Valois, irmã do então rei Carlos IX de Valois, com o protestante Henrique de Navarra.
 
Margarida de Valois, ou Margot, como era conhecida, era irmã também do Duque d'Anjou e do Duque d'Alençon. Eles eram filhos da poderosa matriarca Catarina de Médici.

O casamento de Margot com Henrique, arranjado por pela mãe de Margot,  tinha o objetivo de selar a paz entre os seguidores das duas religiões, que há muito vinham se enfrentando em violentos conflitos.
 
De um lado os católicos liderados pelo Duque de Guise, e de outro, os protestantes, tendo o Almirante Coligny como representante.
 
Porém, o que os protestantes não esperavam era o sangrento massacre que ocorreria logo após o casamento, na noite de São Bartolomeu.
 
A história dessa tumultuada união está contada no filme francês A Rainha Margot (título original: La Reine Margot), do diretor também francês Patrice Chéreau, de 1994, baseado no romance homônimo do escritor Alexandre Dumas, tendo a belíssima atriz francesa, IsabelleAdjani no papel principal.
 
 
 
 
 A dinastia dos Valois, família de Margot, era católica e estava no poder desde 1328. Por volta de 1536 iniciou na França o movimento protestante calvinista, cujos membros eram chamados de "huguenotes". Os protestantes chamavam os católicos pejorativamente de "papistas".

As guerras religiosas travadas entre esses dois grupos, papistas e huguenotes (ou católicos e protestantes), devastaram a França no século XVI.

No ano de 1572 o rei da França era Carlos IX, irmão de Margot. Ele era totalmente dominado e influenciado pela mãe, a manipulardora rainha regente Catarina de Médice. Numa tentativa de obter um arcordo de paz, Catarina de Médice arranja o casamento entre a filha e  Henrique de Navarra, da casa dos Bourbon. Seria um casamento meramente político, sem que os noivos precisassem ter qualquer tipo de contato íntimo.

Margot de Valois


Porém, aproveitando que a cidade de Paris estava repleta de huguenotes, os papistas liderados pelo Duque de Guise e por Catarina de Médici, convenceram o rei Carlos IX de que os estes estavam conspirando um ataque aos católicos, fazendo com que o rei autorizasse um massacre contra os rivais.

Carlos IX, já estava começando a simpatizar com a causa protestante e tinha o Almirante Coligny, líder dos huguenotes, quase como um pai. Mas ele era mentalmente instável e não foi difícil convencê-lo a se virar contra os protestantes, e o rei então autorizou o massacre.

Dessa forma, logo após o casamento de Margot de Valois com Henrique de Navarra, centenas de huguenotes que tinham ido ao casamento foram pegos de surpresa  e brutalmente assassinados em Paris, inclusive dentro do palácio do Louvre, onde morava a família real, em uma verdadeira carnificina.

Para salvar sua vida, Henrique de Navarra foi obrigado a se converter ao catolicismo, convencido por sua esposa, que a essa altura, depois de ver a brutalidade cometida por sua família, já começava a compreender a causa de seu marido.

Até o casamento Margot era uma moça frívola, tinha muitos amantes (entre eles o Duque de Guise) e estava acostumada a ser maltratada e abusada por seus irmãos. Mesmo assim ela amava sua família. Porém, durante a festa de seu casamento ela se apaixonou por um huguenote, Joseph de La Môle, de quem tornou-se amante, e aliou-se definitvamente a seu marido, Henrique de Navarra, pela causa protestante.

O filme conta a história até a morte do rei Carlos IX e a fuga de Henrique de Navarra para sua terra natal. Quem assumiu o trono foi o irmão do rei, o Duque d'Anjou, que passou a ser o rei Henrique III.

 Há ainda um outro filme, chamado Henrique IV, que conta toda a saga de Henrique de Navarra, desde sua infância até a sua morte, passando por seus dois casamentos, com Margot, de que se divorciou posteriormente, e com Maria de Médici, com que teve o filho Luís XIII (esse mostrado no filme Os Três Mosqueteiros) e pelo seu reinado na França.


Sucessão de Reis da França no séc. XVI
 
 
Uma fígura lendária muito conhecida que conviveu com a família Valois no Séc. XVI foi o profeta Nostradamus. Ele chegou a profetizar que Henrique de Navarra se tornaria o rei da França, mas esses fatos não estão mostrados no filme.
 
Nostradamus