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Elizabeth - A Era de Ouro

Inglaterra, 1585.
 
A Rainha Elizabeth I, então com 52 anos de idade, e já com 27 anos de reinado, transformara o país em uma rica potência, e a Inglaterra era a única nação que resistia à guerra religiosa travada pelo Rei Felipel II da Espanha.
 
O império espanhol era o maior do mundo na época.
 
A história dessa fase do reinado de Elizabeth e do embate entre Inglaterra e Espanha está contada no magnifico filme Elizabeth - A Era de Ouro, de 2007, do diretor indiano Shekhar Kapur.

 


Esse é a continuação do primeiro filme sobre a rainha, do mesmo diretor, chamado Elizabeth, já postado aqui no blog.









Além de Cate Blanchett e Geoffrey Rush, que participaram do primeiro filme, estão no elenco também o ótimo ator Clive Owen e a fantástica atriz britânica Samantha Morton, essa fazendo o papel de Maria Stuart, prima e rival de Elizabeth.

Maria Stuart
 
Podemos falar um pouco sobre essa forte e  fascinante figura, Maria Stuart, Rainha da Escócia desde os nove meses de idade. Ela foi criada na França e a Escócia era governada por regentes com sua mãe, Maria de Guise (que aparece no filme Elizabeth).

Maria Stuart
 
Samantha Morton como Mary Stuart no filme Elizabeth - A Era de Ouro
 
 
Maria de Guise
 
  
Nascida na Escócia em 1542, casou-se aos 16 anos de idade com o Francisco, Delfim da França (herdeiro do trono), da dinastia dos Valois. Ele era irmão de Margarida de Valois, apresentada no filme A Rainha Margot. No anos seguinte seu marido se tornou o rei da França, Francisco II, mas por poucos meses, até sua morte em 1560. Durante esse período Maria Stuart foi a rainha consorte da França.

Após a morte do marido ela retornou para a Escócia, assumiu o governo de seu país e casou-se novamente, gerando um filho. Seu segundo marido foi assassinado e ela casou-se pela terceira vez, mas foi exilada da Escócia pelo marido e procurou abrigo na Inglaterra, junto à prima Elizabeth. Maria Stuart era sobrinha-neta de Henrique VIII.

Só que no passado Maria já havia reclamado o trono da Inglaterra para ela, e, por ser católica, muitos católicos ingleses a reconheciam como a verdadeira rainha, e não a protestante Elizabeth. Por causa disso, Maria Stuart se tornara uma ameaça costante à prima, que a deixou confinada às imediações de palácios nos interior da Inglaterra, com liberdade bastante restrita.

Porém Maria conseguia se comunicar com os "papistas" (nome pejorativo dado as católicos) e tramou uma conspiração para assassinar Elizabeth. A conspiração foi descoberta e todos os envolvidos foram executados, inclusive Maria, que foi julgada e condenada, tendo sua cabeça cortada em 1587, aos 44 anos de idade.

A Armada Espanhola

Outro enorme desafio vivido por Elizabeth foi a constante perseguição de Felipe II, rei da Espanha. Ele havia sido casado com a irmã de Elizabeth, a católica Maria I. Após a morte da esposa, por questões políticas Felipe chegou a pedir Elizabeth em casamento, mas foi rejeitado, assim como todos os outros pretendentes da rainha.

Felipe II da Espanha

Felipe havia conseguido superar Gengis Khan na extensão de seu império direto (as Filipinas receberam esse nome em homenagem a ele). Era um católico fanático, e achava que tinha a obrigação de varrer do mapa a protestante Elizabeth, e tudo o que ela representava.

Ele então construiu uma frota de 130 navios bem armados, conhecidos como a Armada Invencível, para atacar a Inglaterra. Porém os ventos foram favoráveis aos ingleses e as fortes tempestades dizimaram parte da frota, dando a vitória à Elizabeth.

Felipe II era filho de Carlos V, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, responsável  pela Dieta de Worms (ou Édito de Worms) em que Martinho Lutero foi declarado um herege. Já falamos desse episódio na postagem do filme Lutero.
 



A Rainha Margot

Paris, França, 1572.
 
A cidade está mais movimentada que de costume pela chegada de centenas de forasteiros, na maioria protestantes, vindos para o casamento da católica Margarida de Valois, irmã do então rei Carlos IX de Valois, com o protestante Henrique de Navarra.
 
Margarida de Valois, ou Margot, como era conhecida, era irmã também do Duque d'Anjou e do Duque d'Alençon. Eles eram filhos da poderosa matriarca Catarina de Médici.

O casamento de Margot com Henrique, arranjado por pela mãe de Margot,  tinha o objetivo de selar a paz entre os seguidores das duas religiões, que há muito vinham se enfrentando em violentos conflitos.
 
De um lado os católicos liderados pelo Duque de Guise, e de outro, os protestantes, tendo o Almirante Coligny como representante.
 
Porém, o que os protestantes não esperavam era o sangrento massacre que ocorreria logo após o casamento, na noite de São Bartolomeu.
 
A história dessa tumultuada união está contada no filme francês A Rainha Margot (título original: La Reine Margot), do diretor também francês Patrice Chéreau, de 1994, baseado no romance homônimo do escritor Alexandre Dumas, tendo a belíssima atriz francesa, IsabelleAdjani no papel principal.
 
 
 
 
 A dinastia dos Valois, família de Margot, era católica e estava no poder desde 1328. Por volta de 1536 iniciou na França o movimento protestante calvinista, cujos membros eram chamados de "huguenotes". Os protestantes chamavam os católicos pejorativamente de "papistas".

As guerras religiosas travadas entre esses dois grupos, papistas e huguenotes (ou católicos e protestantes), devastaram a França no século XVI.

No ano de 1572 o rei da França era Carlos IX, irmão de Margot. Ele era totalmente dominado e influenciado pela mãe, a manipulardora rainha regente Catarina de Médice. Numa tentativa de obter um arcordo de paz, Catarina de Médice arranja o casamento entre a filha e  Henrique de Navarra, da casa dos Bourbon. Seria um casamento meramente político, sem que os noivos precisassem ter qualquer tipo de contato íntimo.

Margot de Valois


Porém, aproveitando que a cidade de Paris estava repleta de huguenotes, os papistas liderados pelo Duque de Guise e por Catarina de Médici, convenceram o rei Carlos IX de que os estes estavam conspirando um ataque aos católicos, fazendo com que o rei autorizasse um massacre contra os rivais.

Carlos IX, já estava começando a simpatizar com a causa protestante e tinha o Almirante Coligny, líder dos huguenotes, quase como um pai. Mas ele era mentalmente instável e não foi difícil convencê-lo a se virar contra os protestantes, e o rei então autorizou o massacre.

Dessa forma, logo após o casamento de Margot de Valois com Henrique de Navarra, centenas de huguenotes que tinham ido ao casamento foram pegos de surpresa  e brutalmente assassinados em Paris, inclusive dentro do palácio do Louvre, onde morava a família real, em uma verdadeira carnificina.

Para salvar sua vida, Henrique de Navarra foi obrigado a se converter ao catolicismo, convencido por sua esposa, que a essa altura, depois de ver a brutalidade cometida por sua família, já começava a compreender a causa de seu marido.

Até o casamento Margot era uma moça frívola, tinha muitos amantes (entre eles o Duque de Guise) e estava acostumada a ser maltratada e abusada por seus irmãos. Mesmo assim ela amava sua família. Porém, durante a festa de seu casamento ela se apaixonou por um huguenote, Joseph de La Môle, de quem tornou-se amante, e aliou-se definitvamente a seu marido, Henrique de Navarra, pela causa protestante.

O filme conta a história até a morte do rei Carlos IX e a fuga de Henrique de Navarra para sua terra natal. Quem assumiu o trono foi o irmão do rei, o Duque d'Anjou, que passou a ser o rei Henrique III.

 Há ainda um outro filme, chamado Henrique IV, que conta toda a saga de Henrique de Navarra, desde sua infância até a sua morte, passando por seus dois casamentos, com Margot, de que se divorciou posteriormente, e com Maria de Médici, com que teve o filho Luís XIII (esse mostrado no filme Os Três Mosqueteiros) e pelo seu reinado na França.


Sucessão de Reis da França no séc. XVI
 
 
Uma fígura lendária muito conhecida que conviveu com a família Valois no Séc. XVI foi o profeta Nostradamus. Ele chegou a profetizar que Henrique de Navarra se tornaria o rei da França, mas esses fatos não estão mostrados no filme.
 
Nostradamus






 

Elizabeth

Inglaterra, 1554.

Maria I, filha de Henrique VIII com a primeira esposa, Catarina de Aragão, torna-se a soberana.

Ela é uma católica fervorosa e está casada com Felipe II da Espanha, mas não possui filhos. O país está divido entre católicos e protestantes. Esses últimos são perseguidos e queimados como hereges. Muitos estão exilados.

Elizabeth, filha do rei com a segunda esposa, Ana Bolena, vivia no campo, em Hatfield. Ela era protestante e a próxima na linha de sucessão. Coma morte da irmã, ela assume o trono em 1558.

A história dos momentos que antecederam seu reinado e também dos primeiros anos deste, está contada no filme britânico  Elizabeth, de 1998, do diretor indiano Shekhar Kapur (mesmo diretor do belíssimo filme The Four Feathers, já publicado aqui no blog).

 
O elenco do filme é de primeira. A atriz que interpreta a rainha Elizabeth é a espetacular australiana Cate Blanchett. O filme conta ainda com os também ótimos atores Joseph Fiennes (mesmo que interpretou Lutero, no filme homônimo), Daniel Craig, Vincent Cassel, entre tantos outros.
 
Já falamos aqui da vida dos pais de Elizabeth na postagem do filme A Outra.
 
Após a morte da meia irmã, Maria I, Elizabeth foi coroada aos 25 anos de idade. Ela herdou um reino falido, com os cofres vazios, uma marinha esgotada e um exército sem munição, além de sérios conflitos religiosos, já que durante o reinado de Maria, a Inglaterra havia voltado a se submeter ao Vaticano.
 
Havia uma forte pressão do Conselho para que Elizabeth escolhesse logo um marido e gerasse um herdeiro. Essa era uma questão estratégica de estado e não uma escolha romântica. Havia pretendentes da França e da Espanha.
 
Ainda existia a ameça constante de Maria Stuart, rainha da Escócia, que reivindicava o trono da Inglaterra. Maria era casada com o menino Francisco II, seu primo e Delfim da França (irmão de Margarida de Valois - futura Rainha Margot, de quem falaremos em breve). A mãe de Maria Stuart, Maria de Guise, era a regente quando Elizabeth assumiu o trono.
 
Maria de Guise, tinha planos para atacar a Inglaterra com a ajuda dos franceses. Elizabeth, pressionada pelo conselho mas contra a sua vontade, sai na frente e ataca a Escócia com um frágil exército, sofrendo uma humilhante derrota. Não foram enviados reforços "de peso" para seu exército porque os bispos ingleses, oponentes de Elizabeth e ainda muito influentes, não haviam permitido.
 
Maria de Guise firma então um compromisso de não atacar mais a Inglaterra com a condição de que Elizabeth aceitasse a proposta de casamento de seu sobrinho, o Duque d'Anjou (também irmão de Margarida de Valois). Elizabeth, a contra-gosto,  aceita conhece-lo pessoalmente.
 
Em 1559 Elizabeth propõe aos bispos católicos, para votação, um Ato de Uniformidade, onde o  país adotaria apenas uma religião. Ela sabia que alguns deles, mais radicais, jamais votariam a seu favor. Seu segurança e fiel escudeiro então prendeu esses bispos durante a votação, e ela conseguiu ter sua proposta aprovada por exatos 5 votos. O Papa da épora era Pio IV.
 
Elizabeth recebe então o irreverente francês Duque d'Anjou. Mas seu coração pertencia a outro homem, por quem não poderia alimentar esperanças, já que ele já era casado. Inclinada a aceitar a proposta de casamento do duque francês, teve que voltar atrás e decidiu recusá-lo por causa de seu comportamento nada convencional.
 
A essa altura, sob uma forte pressão de todos os lados pela escolha de um marido e pelos constantes atentados contra a sua vida, ela se viu obrigada a agir com "mãos de ferro", e, novamente com a ajuda de seu protetor, consegue livrar seu país de todos os seus inimigos.
 
Elizabeth I
 
 
Reestabelecida a paz em seu reino, decidida a jamais se casar e não se submeter a nenhum homem, Elizabeth tem uma espécie de transcendência divina, e passa a ser conhecida como a Rainha Virgem.
 
A partir daí ela dá início à fase áurea de seu reinado, que durou mais 40 anos.