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El Cid

Península Ibérica, 1080.

Formada por diversos reinos e condados, a península estava tomada ao sul pelos mouros e ao norte por nobres visigodos cristãos que tentavam recuperar suas terras, perdidas desde 711 para os muçulmanos vindos do norte da África pelo Estreito de Gibraltar e pelo litoral.
 
O principal rei naquele momento era Dom Fernando, rei de Castela, Leão e Astúrias. Um vassalo, nobre e fiel cavaleiro chamado Rodrigo Díaz de Vivar, lutava para defender seu rei contra os mouros quando conseguiu aprisionar cinco deles, que eram emires, ou seja, também eram reis para os mouros.
 
Um deles, Moutamín, argumentou que se eles fossem mortos, seus exércitos viriam com mais destruição, o que Rodrigo queria evitar, então, num acordo de não agressão, deixou-os viver, e, por esse ato de misericórdia, passou a ser chamado pelos mouros de El Cid, que era como eles chamavam um guerreiro justo e complacente.
 
Mas o ato trouxe duras consequências para Rodrigo, e a história de sua vida está contada no filme El Cid, do diretor americano Anthony Mann, lançado em 1961, quando os filmes épicos estavam fazendo muito sucesso.
 
 


 
Os nobres visigodos eram bárbaros germânicos que haviam contribuído para a queda do Império Romano, por volta de 500 d.C. e estavam na Península Ibérica desde então. Mas eles tinham ficado limitados ao noroeste da península desde o ano de 711, quando os mouros invadiram e tomaram rapidamente todo o sul da região.
 
Os três filhos de Dom Fernando eram Dom Sancho, Dom Afonso e Dona Urraca. Todos seriam seus herdeiros pois, seguindo um velho costume germânico, o reino seria divido após a morte do patriarca.
 
O rei possuía um guerreiro de sua confiança chamado "Campeão do Rei". Rodrigo estava noivo da filha do atual Campeão do Rei, a bela Chimene, vivida pela atriz Sopha Loren.
 
Porém, ao ser acusado de traidor por ter deixado os mouros com vida, o pai de Chimene ofende a Rodrigo e a seu pai, um ex-Campeão do Rei. Ao tentar resgatar a honra de seu pai, Rodrigo acaba se envolvendo em uma luta com pai de Chimene e o mata, contra sua vontade mas para se defender. Chimene, que amava muito seu pai, volta-se com todo o seu ódio contra Rodrigo e rompe o noivado.
 
Eis que chega então o rei de Aragão, Ramiro, para reivindicar a cidade de Calahorra, onde o rei Fernando e sua família habitavam. Para evitar uma guerra entre cristãos, já que eles tinham que poupar esforços e recursos para lutar contra os mouros, Ramiro então propõe um duelo entre os seus melhores guerreiros, e quem vencesse ficaria com a cidade.
 
Rodrigo se ofereceu para lutar, dizendo que se ele fosse inocente das acusações que pesavam sobre ele, Deus então ficaria a seu lado na luta. Rodrigo vence e passa a ser o novo Campeão do Rei.
 
Ele parte em uma missão e diz ao rei Dom Fernando que, se voltasse com vida, gostaria de se casar com Chimene, mesmo contra sua vontade.
 
Só que Chimene, ainda com ódio de Rodrigo, trama sua morte com um outro vassalo que era apaixonado por ela, García Ordoñez, que iria então armar uma emboscada para Rodrigo. Só que no momento da armadilha os mouros que Rodrigo libertou o ajudam e ele volta com vida, deixando também Ordoñez viver. 
 
Ao voltar, Rodrigo se casa com Chimene, que o ama mas não o perdoa.
 
Morre então o rei Dom Fernando, deixando, como esperado, parte do reino para cada um do dos filhos, que não concordam com a divisão e começam a lutar entre si.
 
Essas disputas então marcam o restante da trama. Rodrigo prefere ficar de fora para não ser injusto com nenhum dos novos reis, e acaba sendo exilado.
 
Naquele momento estavam começando as Cruzadas, que era a luta dos cristãos contras os muçulmanos, que iam expulsá-los de Jerusalém em troca de indulgências (perdão pelos seus pecados) mas também da Península Ibérica.
 
Rodrigo então parte para reconquistar a cidade de Valencia, no leste da península, porta de entrada dos mouros pelo Mar Mediterrâneo, e acaba reconquistando também o amor de Chimene e a confiança do rei Afonso VI, que havia vencido seus irmãos e era agora o soberano.