O Triunfo da Vontade

Documentário de propaganda nazista de 1935, dirigido pela cineasta alemã Leni Riefenstahl, traz esse  triste período da história recente que, por mais doloroso e devastador que seja, precisa ser sempre lembrado com total consciência das consequências,  para que não volte a acontecer jamais. 

E ele ilustra muito bem o texto abaixo, sobre o nazismo no cinema, do nosso colaborador Vitor Grané Diniz, da página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram).




         Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Hollywood estabelecera um padrão para caracterizar nazistas no cinema, eram sempre figuras maníacas, maldosas e cruéis.

Nos anos 50, a segunda guerra mundial ainda era um acontecimento relativamente recente, portanto o contexto era muito desfavorável, e o assunto, delicadíssimo. Nos anos 30 tanto Adolf Hitler quando Josef Stalin enxergavam no cinema uma forma de propaganda, a Alemanha, por exemplo, tinha sua cineasta oficial, Leni Riefenstahl, que dirigiu obras de exaltação nazista como O triunfo da vontade (1935) e Olympia (1938). Hoje essas obras são importantes fontes de estudo e análise sobre o contexto social e político da época, mas em plenos anos 50, retratar um nazista de forma gentil remetia aos filmes-propaganda de Leni Riefenstahl.

           Tomemos também como exemplo um filme realizado em pleno século XXI, A queda! as últimas horas de Hitler, esse (excelente) filme sobre o final do terceiro reich foi duramente criticado ao ser lançado em 2004. O motivo? Retratava um Hitler mais “humanizado”, capaz de ser educado, gentil e até ter apreço pelas pessoas. Se ainda nesse século retratar um nazista dessa maneira foi motivo de polêmica, é de se imaginar como o público e a crítica reagiria no período pós Segunda Guerra.


Texto de Vitor Grané Diniz, da página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram)

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Who Are You, Madame Blavastky?

Documentário de 1991, de Karine Dilanyan, fala sobre a vida da misteriosa mística russa Helena Blavatsky, co-fundadora da Sociedade Teosófica.




Helena Petrovna Blavatsky,  nasceu em 12 de agosto de 1831, na cidade de Ykaterinoslav onde hoje é a Ucrânica, mas que na época fazia parte de Império Russo. Nasceu em casa, numa noite de muita tempestade, durante uma epidemia de cólera. Seu nome original era Yelena Petrovna von Hahn, era de origem nobre por parte de mãe, filha de um soldado de origem germânica. Tinha uma irmã mais nova chamada Vera. Durante a infância, mudou-se de cidade várias vezes com a família.

Desde criança sente o chamado de uma voz interior, que a conduz para o seu destino, para um horizonte misterioso, de forma transcendental, para uma promessa de conhecimento secreto. 

Ela sentia que não pertencia a si mesma e que seu comportamento poderia às vezes parecer irracional ou até mesmo hilário para os outros.

Aos 17 anos ela se casa com Nikifor Vladimirovich Blavatsky, um homem mais velho, na casa dos 40 anos, vice-governador de uma província russa. Um ano depois ela deixa o marido, realizando pequenas viagens que dão início a nove anos de andanças ao redor do mundo em busca da "verdade".

No documentário, narrado por ela mesma recordando suas memórias, ela menciona os fatos escritos por seu primo Sergey, sobre ela, mas totalmente equivocados. 

Ela conta que lutou ao lado de Garibaldi, na Itália.

Sua irmã, Vera, conta que na infância a família foi visitada por um príncipe indiano, que conversou com Helena por muitas horas e teria contado a ela sobre uma misteriosa Fraternidade espiritual que existia em algum lugar do mundo e também sobre os Rosacruzes e seus antigos rituais mágicos e secretos. Essa foi a primeira vez que Helena confessa estar ouvindo a voz de seu destino e decide que irá atrás desse conhecimento.

Foi por esse motivo que Helena se casou tão cedo e logo deixou seu marido. Para conquistar a independência de que precisava para ir em busca de seu destino. Ela imaginava que o mais puro conhecimento sobre o universo, sobre Deus e sobre o homem, deveria estar bem guardado em algum lugar do planeta.

Ela descobriu que nas montanhas do Tibet havia um lugar onde homens santos haviam recusado o benefício da eternidade para permanecerem na terra auxiliando a humanidade. E seu objetivo passou a ser a descoberta desse lugar, nas montanhas remotas e nevadas do Himalaia.

Ela prometeu não revelar os conhecimentos que obteve nesse período da sua vida, no qual ela pode desenvolver suas habilidades psíquicas. 

Quinze anos depois ela visita a Rússia, e o narrador volta a ser seu primo Sergey. Ele diz que esperava ver uma mulher belíssima, mas na verdade ela tinha ganhado muito peso e não era muito atraente fiscamente. Mas seus poderes o impressionaram muitíssmo.

Em seguida há uma espécie de julgamento de Helena, onde sua irmã Vera argumenta em sua defesa e seu primo Sergey contesta seus feitos e a acusa de charlanismo e heresia. 

Mas a própria Helena intercede e diz que a irmã teve que enfrentar tanta coisa para defendê-la, tantas fofocas e malidicências. Ela afirma que realmente não é uma cristã, mas que acredita nos ideiais de Jesus Cristo, e que jamais se levantaria contra os cristãos ortodoxos, e que seu primo na verdade é um traidor assim como Judas.


Linha do tempo:

1831 - HPB nasce prematura na Rússia. Já na infância apresenta sinais de poderes psíquicos e sobrenaturais.

1842 - falecimento de sua mãe

1848 - casa-se com Blavatsky mas foge em seguida para a casa do avô. Com receio de ser mandada de volta para seu marido, dá início a uma série de viagens pelo mundo: Constantinopla, Turquia, Grécia e Egito, provavelmente financiadas por seu pai.

1850 - encontra-se no Cairo

1851 - vai com o pai para Londres onde encontra pela primeira vez com seu mestre, o hindu Morya, ou "Mestre M", que já conhecia por encontros telepáticos durante a infância, segundo seu relato. 

Vai para o Canadá, EUA, América do Sul, México, Índia e Java. Mas ainda não consegue entrar no Tibete.

1855 - Volta a Índia e vai ao Tibete onde passa por um período de treinamento com seu mestre.

1858 - Vai a França, Alemanha e em seguida volta a Rússia para visitar a irmã Vera.

1860 - 1865 - Vive e viaja pelo Cáucaso aprimorando seus poderes.

1865 - Volta a viajar pelos Balcãs, Grécia, Egito e Síria.

1868 - Lutou ao lado de Giuseppe Garibaldi na Itália.

Volta para o Tibete para encontrar seu mestre e recebe o ensinamento do budismo tibetano.

1870 - Vai a Chipre e Grécia

1871 - Vai para o Egito em um navio que naufraga mas ela é resgatada e consegue chegar ao Cairo.

1872 - Funda a Société Spirite, com base nos ensinamentos de Allan Kardec. Mas se decepciona com o grupo. Volta para Odessa.

1873 - Seu mestre lhe orienta a ir para Paris e em seguida Nova York, onde vive sem dinheiro e com muitas privações, mas acaba recebendo uma herança de seu pai falecido.

1874 - Conhece o coronel Henry Steel Olcott, e passa a praticar o espiritismo a seu lado.

1875 - Junto com Olcott funda a Sociedade Teosófica.

1877 - Publica "Isis sem Véu", que ela alega ser psicografado. Apesar do sucesso do livro e da sociedade, afunda-se em dívidas.

1878 - Muda-se com Olcott para a Índia.

1881 - Escreve "O Mundo Oculto".

1885 - Volta sozinha para a Europa e passa a viver como dama de companhia de uma condessa na Alemanha.

1886 - Escreve "A Doutrina Secreta"

1889 - Escreve "A Voz do Silêncio" durante um período de férias, após muitos momentos conturbados em sua vida. Sofre também com muitos problemas de saúde e obesidade.

1891 - Morre em Londres em decorrência de uma epidemia de gripe, aos 59 anos.


No Tibete Helena Blavastky teria conhecido os "eleitos ocultos"e a Grande Fraternidade Branca, com quem tinha também comunicações telepáticas, e que revelaram  a ela a história oculta da raça humana, onde cada rodada do ciclo cósmico teria associadas sete raças raízes:

1a - Raça Astral (espírito puro, forma mais elevada de existência)

2a - Raça Hiperbórea (desaparecida no mar do norte)

3a- Raça dos Lemurianos (miscigenada com animais)

4a - Raça da Atlântida (poderes paranormais, cidade gigantes, fonte de energia de origem desconhecida)

5a - Raça Ariana (fundou a Grécia Antiga)

6a e 7a Raças ainda não chegaram


Blavatsky foi iniciada em sete símbolos esotéricos, dos quais o mais poderoso era a suástica, símbolo de Agne, deus do fogo, do sol e da criação.



"Não existe nenhuma religião maior do que a verdade." HPB


Curiosidade:

A posição das mãos nas fotos de Blavatsky, sempre junto ao rosto, lembram o mesmo gesto do personagem da Marvel Professor Xavier, do X-Men. A cadeira também é bastante parecida.








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Documentário: A História Oculta do Terceiro Reich

"A SS Sangue e Terra" e "O Enigma da Suástica"

Primeira década do século XX:

- As cidades da Alemanha e da Áustria passavam por transformações com saída da população do campo para as cidades, para as indústrias, levando superpopulação e favelas.

- Clamores por socialismo e a democracia colocam a aristocracia em risco.

- Crenças religiosas são questionadas pelo conhecimento científico e pelo materialismo.

- Sentimento de nostalgia das elites por um passado mais harmonioso, organizado e espiritualizado. O mundo de beleza e ordem se desintegrava.

- Busca pela simplicidade. Movimento "A Reforma da Vida" - restauração de uma forma mais natural de vida (vegetarianismo, cura através de ervas, nudismo, vida comunitária e meditação, espiritualismo, astrologia, magia e ocultimo)

- Jovens se juntavam à Wandervogel (Aves de Passagem), contra a industrialização e em prol do amor místico pelo meio rural e reverência ao folclore e rituais alemães.

- Nesse contexto o jornalista e ocultista austríaco Guido Von List (1848-1919) conhece o trabalho de Blavatsky e acredita que a quinta raça se refere ao homem germânico. Adiciona aos conceitos dela algumas frases do filósofo Giordano Bruno, sobre a superioridade do homem alemão. 

Busca na mitologia germânica mais referêcias. A Armanenshaft, que reunia esses conhecimentos, tinha sido relegada ao ocultismo com a chegada do Cristianismo, mas sobreviveu graças a sociedades secretas como os maçons, templarios e outras ordens de cavaleiros. 

Durante a primeira guerra mundial List acreditiva que a Alemanha sairia vencedorea e que os novos senhores do mundo sairiam do grupo de iniciados nessas ordens secretas. 

Ele também havia tido acesso a antigas lendas e mitologias nórdicas, sobre o deus Odim, e ao conhecimento das runas, entre elas:

Fehu - runa da riqueza, da errância e da destruição

Urus - runa da regeneração e do sacrifício

Naudhis - runa da compulsão do destino

Sowelo - runa do sol e da vitória (era o símbolo da Juventude Hitlerista e o duplo sowelo era símbolo da SS)

Othila - runa da herança do solo germânico e era o símbolo do Ministério da Agricultura

Mannaz - runa do homem e da morte (substituiu as cruzes nos cemitérios da SS)

Mas não foi o que aconteceu. A Alemanha perde a guerra e a moral do povo alemão fica em ruínas assim como o país. Eles acreditam que a culpa tenha sido de capitalistas, democratas e judeus. O kaiser abdica e a Alemanha vira uma república democrática.

No entanto os aristocratas acreditam cada vez mais na supremacia da raça alemã, e busca ainda mais argumentos no darwinismo, que trazia conceitos recentes e revolucionários sobre a seleção natural, o que pavimentou vias para a terrível "eugenia".

- Um novo ocultista antissemita também austríaco, Jorg Lanz, dá continuidade ao trabalho de List e une os conhecimentos misticos com a higiêne racial da eugenia.

Ele lança um jornal chamado Ostara, com o qual difundia essas ideologias e pensamentos. Entre os colecionadores da publicação está o cabo Adolf Hitler. Dono de uma poderosa oratória, ele divulga aquelas ideias nos pubs locais. Dali para frente a história é bem conhecia e desde o nascimento dessas ideias à formação da guarda especial de proteção SS (Schutzstaffel) foi um pulo.

- Outro membro importante do nazismo foi Heinrich Himmler, um criador de aves muito ligado ao campo. Fazia parte da liga agrícola chamada Liga Artamana, cujo juramento era feito sobre sangue e terra. Ele também era colecionador do jornal Ostara. 

Himmler acreditava ser uma encarnação do rei Henry I (876-936), da Alemanha, e visitava seu túmulo todos os anos. Essas crenças inflavam ainda mais seus sonhos megalomaníacos de dominação da raça ariana.


Reflexão

Esse foi um período terrível pelo qual passou a humanidade, mas que deve ser sempre lembrado para que jamais volte a se repetir. 

Também os símbolos que nos cercam o tempo todo, seja em publicidades, filmes, logomarcas,  carregam muitas vezes o poder das referências e das ideias que são a eles associados e por isso devemos ter sempre uma percepção crítica e analítica sobre esse tipo de linguagem.






O Manto Sagrado

Filme de 1953, do diretor Henry Koster, está ambientado durante os últimos anos de Jesus Cristo e traz o ator Vitor Mature como o soldado romano que comanda a tropa responsável pela sua crucificação, e ganha o manto de Cristo em um jogo de dados.

O filme foi escolhido para ilustrar o texto abaixo, de Vitor Grané Diniz, sobre as inovações do cinema para fazer frente à popularização da televisão.





No final dos anos 40, no período pós-guerra, a venda de ingressos de cinema caiu consideravelmente, isso se explica porque durante a segunda guerra, as pessoas que ficaram em casa iam ao cinema como uma forma de ocupar o tempo livre, era uma maneira barata e divertida de se ocupar. Porém, com o retorno dos combatentes, quem antes ia ao cinema passou a ficar em casa ocupada com afazeres domésticos. Sustentar a família e procurar empregos se tornou uma prioridade. E por conta do desemprego e da recessão do país, o ingresso de cinema ficou caro, e todos esses fatores culminam para o crescimento da televisão, que permitia horas de diversão para toda a família e de forma gratuita. Isso permitiu à indústria televisiva competir de frente com o cinema, os produtores criaram séries para a TV que copiavam gêneros famosos das telas de cinema. No início dos anos 50, estima-se que pelo menos 50% dos lares americanos tinham ao menos um aparelho de televisão. “Por que as pessoas pagariam para ver filmes ruins no cinema, se podem ficar em casa e ver TV ruim de graça?” questionou Samuel Goldwyn à época. A televisão não tinha uma programação tão glamourosa, sua grade consistia basicamente em transmissão de eventos esportivos, noticiários, programas de jogos e filmes independentes que ficavam no ar por poucas horas diárias. No entanto, toda a programação era patrocinada por seus anunciantes, e eximia o público de pagar pelo entretenimento. Os estúdios de cinema dependiam exclusivamente da audiência para obter receita, então qualquer queda de público, por menor que fosse, pesava no bolso.

Em uma atitude desesperada, Jack Warner proibiu que aparelhos de televisão aparecessem nos filmes da Warner; a não ser de forma satírica, como em Dançando nas nuvens (1955) e Um rosto na multidão (1957), que fazia uma importante crítica à manipulação de massas. Demais produtoras cinematográficas ainda proibiam que as redes de televisão transmitissem seus filmes ou usassem seus estúdios para a produção de programas televisivos.

A indústria cinematográfica, como forma de reagir, tratou de tomar algumas medidas que incluíam o investimento de novas tecnologias visuais, que estariam fora do alcance da televisão, então novos recursos do cinema surgiram como uma forma de tentar trazer o grande público novamente para as salas de cinema. A reação resultou em uma tecnologia chamada Cinemascope, que consistia no uso de lentes anamórficas criadas pelo francês Henri Chrétien; isso significa que a tela seria mais larga, muito mais retangular e menos quadrada, ou seja, o enquadramento seria muito mais espaçoso, muitomais bonito esteticamente e muito mais detalhes poderiam ser observados em cena. Essa tecnologia nova despertou a curiosidade de muita gente. A Fox produziu filmes em Cinemascope em massa, o primeiro deles foi O manto sagrado (1953), depois veio Como agarrar um milionário (1953) e vários outros. Até o final de 1953, praticamente todos os grandes estúdios – exceto a Paramount – já haviam aderido à novidade.

Outra invenção que se popularizou junto com o Cinemascope foi o Technicolor, cujas principais características eram as cores fortes e vivas. Nesse contexto, logo no início dos anos 50, a MGM lançou em sequência duas grandes e caras produções que tinham por objetivo, atrair de volta o público às salas de cinema: Quo Vadis? (1951), com Robert Taylor e Deborah Kerr e Ivanhoé (1952), também estrelado por Robert Taylor, com Elizabeth Taylor e Joan Fontaine. 


Texto de Vitor Grané de Diniz, da página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram)

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O Príncipe Encantado

Filme de 1957, do diretor britânico Laurence Olivier, numa inusitada parceria com a atriz Marilyn Monroe, está ambientado na Inglaterra de 1911, durante a coroação do rei George V. 

Foi escolhido para ilustrar o texto abaixo, sobre a moda e o cinema dos anos 50, redigido por Vitor Grané Diniz, da página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram).





Os anos 50, assim como as décadas anteriores, tinha um específico padrão de beleza social dominante, por exemplo, anos 10: Charles Dana Gibson cria um esteriótipo de beleza denominado “Gibson girl”, a mulher elegante, educada, bem vestida, alta, magra, cabelos ondulados. Já o padrão de beleza masculino seria o do atleta, o artista de circo, os construtores civis, quase sempre com seus desenhados e bem cuidados bigodes; anos 20: as mulheres adotaram o estilo melindrosa, corpo magro, cabelos curtos, sobrancelhas finas, olhos delineados e lábios em formato de coração. Quanto aos homens, foi substituído o padrão de força bruta da década anterior pelos rostos lisos e cabelos bem penteados, no estilo músico de jazz. Apelidado de “amante latino”, o italiano Rodolfo Valentino é considerado o primeiro sex symbol do cinema; anos 30: a primeira década em que atrizes de cinema passaram a efetivamente servir de inspiração e referência no quesito de moda e beleza, maçãs do rosto mais salientes, cílios longos, sobrancelhas arqueadas e curvas suaves no corpo. O padrão masculino também sofre influência do cinema, Clark Gable passa a ser referência de beleza e estilo com seu bigode ralo e cabelo bem penteado, e para complementar a imagem, o charuto e o uísque complementavam a postura; anos 40: em plena Segunda Guerra, a mulher adota um padrão que combinava refinamento e força, logo, mulheres com ombros largos se tornaram um diferencial. O visual masculino também foi influenciado, os cabelos ultra penteados deixaram de ser moda, e em seu lugar foi adotado um corte militar. Enfim, chegamos aos anos 50: a mulher ideal deveria ter seios arrebitados, ombros estreitos, pernas longas, aparência ingênua, porém provocativa, cabelos cacheados e pele clara, e se fosse loira, melhor ainda. Já os homens adotaram uma postura mais viril, lábios carnudos, força física, queixos marcados e cicatrizes eram um charme a parte. Com base nessa análise, é possível afirmar que Marlon Brando e Marilyn Monroe foram, certamente, os dois maiores ícones sexuais de sua época.

Marilyn Monroe foi a prova viva de que assim como a beleza ajuda a trazer fama, popularidade, dinheiro e status, ela também pode atrapalhar e muito. Inúmeros artistas talentosos acabaram não tendo o devido reconhecimento justamente por terem sido ofuscados por seus atributos físicos.

Em sua época Marilyn Monroe não foi devidamente reconhecida como uma grande atriz, sua fama se baseava em sua imagem, seu carisma e no que ela representava em praticamente todos os seus filmes, o papel de “loura burra”. Em determinado momento da carreira essa pecha chegou a incomodá-la tanto que ela decidiu estudar interpretação no Actors studio, onde seria uma das mais novas pupilas de Lee Strasberg.

O objetivo de Monroe era ser reconhecida pelo seu talento como intérprete e não apenas como sex symbol. Ela foi buscar ajuda justamente na escola onde Marlon Brando havia se formado e cujo “método” ajudara a popularizar, ela queria ser igual a ele não apenas no tocante ao sex symbol, mas também no tocante ao talento. No entanto, é fato que as atrizes levaram muito mais tempo para terem seus nomes e imagens ligadas ao “método” do que atores como Brando, Dean, Clift e Newman. Isso se explica porque a maior parte das atrizes ainda seguiam a tradição do glamour e do estrelato em Hollywood, destaquemos o exemplo de Ava Gardner, Susan Hayward, Elizabeth Taylor, Grace Kelly, Audrey Hepburn, e de certa maneira, a própria Marilyn Monroe.

E nessa nova fase da carreira, Monroe foi trabalhar justamente com Laurence Olivier, o ator mais tradicional e conservador que se podia imaginar. Eles fizeram par romântico na comédia O príncipe encantado (1957), e para piorar, Olivier era também o diretor da obra. Marilyn fez questão de ir aos sets sempre acompanhada de Paula Strasberg, esposa de Lee e professora de atuação; a loura sempre buscava alguns minutos extras para se concentrar e entrar na personagem, e não dava um único passo sem o aval de Paula. Olivier, como não queria constranger sua estrela principal, tratava de ter extrema paciência.


Texto de Vitor Grané Diniz, da página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram)

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A Doce Vida

Filme de 1960 de Federico Fellini, com Marcello Mastroianni, representa um belo exemplo do sucesso que a afinidade entre diretor e ator pode atingir, como apresentado no texto abaixo, de Vitor Grané Diniz, da página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram).




Na história do cinema, é muito comum que os diretores tenham seus atores favoritos e que façam questão de utilizá-los em inúmeras obras, uma vez que o elegeram como os melhores representantes possíveis de seu estilo cinematográfico.

Ao analisarmos tal fenômeno fica impossível não se recordar novamente de Alfred Hitchcock, que nunca teve como prioridade dirigir atores como já foi explicado, porém ainda assim ele tinha seu elenco de apoio: Grace Kelly, Cary Grant, Ingrid Bergman, James Stewart... e tentava sempre utilizá-los na maior parte de seus filmes, uma vez que esse grupo sabia exatamente o que o mestre do suspense buscava.

Algumas outras parcerias entre ator e diretor se tornaram referências no cinema, impossível não destacar as duplas James Stewart e Anthony Mann, parceiros em sete produções; Katharine Hepburn e George Cuckor, parceiros em dez produções; Humphrey Bogart e John Huston, parceiros em seis produções; Jack Lemmon e Billy Wilder, parceiros em sete produções; John Wayne e John Ford, parceiros em inacreditáveis 21 produções cinematográficas.

Essas colaborações não se restringiam apenas a Hollywood, os grandes diretores europeus também tinham seus atores preferidos, o caso mais notável foi o do sueco Ingmar Bergman, que tinha um grupo seleto de atores que incluía Max Von Sydow, Bibi Anderson, Harriet Anderson, Liv Ullmann, Ingrid Thulin, Gunnar Björnstrand e Gunnel Lindblon, que se fizeram presentes em praticamente todos os trabalhos do diretor, é raro assistirmos a um filme de Ingmar Bergman que não conte com nenhum destes sete atores no elenco. Ainda no âmbito europeu, vale destacar as colaborações entre Françoise Truffaut e Jean Pierre Léaud; Jean Luc Godard e Anna Karina; e a de Federico Fellini e Marcello Mastroianni, uma parceria que rendeu dois dos mais extraordinários clássicos do cinema de todos os tempos: A doce vida (1960) e Fellini 8½ (1963).

Na atualidade, temos grandes parcerias já reconhecidas entre atores e diretores, é razoável dizer que ainda podemos aguardar novos filmes de Quentin Tarantino com Samuel L. Jackson; de Steven Spielberg com Tom Hanks; de Martin Scorsese com Leonardo DiCaprio e de Tim Burton com Johnny Depp.


Texto de Vitor Grané Diniz, da página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram)

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Sindicato de Ladrões

Filme de 1954, com o ator Marlon Brando, vencedor de oito prêmios Oscar, incluindo o de melhor direção, ilustra aqui a biografia do controverso diretor Elia Kazan, em texto de Vitor Grané Diniz, da página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram).




Ilías Kazantzóglu – nome de batismo de Elia Kazan – nasceu no dia 7 de setembro de 1909, em Istambul, Turquia. Formou-se no colégio Williams e depois seguiu para a Yale school of drama. Desenvolveu interesse por cinema e literatura depois de conhecer Sergei Eisenstein e Frank Norris. Antes de ser tornar diretor, Kazan assumiu outras pequenas funções no meio teatral, cuidando de cenários, figurinos, iluminação, além de algumas atuações.

Ao lado de Robert Lewis, Lee Stresberg e Cheryl Crawford, Kazan fundou o Actors studio. O grupo não tinha pretensões comerciais, era apenas uma equipe de atores que se ajudavam mutuamente e se reuniam com frequência para reviver o teatro oficina. Dentre os demais participantes estavam Montgomery Clift, Maureen Stapleton, Karl Malden, Eli Wallach, David Wayne e Patricia Jackson. "Quase tudo o que eu aprendi como ator veio dos primeiros anos no Actors studio", diz Paul Newman. As pequenas apresentações e exercícios de improvisações eram restritos aos demais estudantes. “De vez em quando eu ia ao Actors studio nas manhãs de sábado porque Elia Kazan estava lecionando”, recorda Marlon Brando.

No extenso universo do cinema, há diretores com os mais variados estilos e metodologias de trabalho, alguns desenvolveram o estilo de dirigir atores e outros não, por exemplo: cineastas como Stanley Kubrick e Alfred Hitchcock se preocupavam muito mais com a trama e as técnicas de filmagem do que com o trabalho dos atores; já outros diretores como Quentin Tarantino, Roman Polanski e Clint Eastwood são o que se chama  de “diretores de atores”, chegando a fazer toda a cena atrás das câmeras para que os atores pudessem visualizar as expressões e movimentos que eles queriam. Elia Kazan era um perfeito exemplo de diretor de atores, prova disso é que basta analisar a quantidade de atores e atrizes que já foram premiados sendo dirigidos por Elia Kazan: Marlon Brando, James Dunn, Celest Holm, Vivien Leigh, Karl Malden, Kim Hunter, Anthony Quinn, Eva Marie Saint, Jo Van Fleet. “A primeira coisa que faço com um ator não é assinar um contrato, eu o levo para jantar e para dar um passeio e converso com ele, conheço a mulher ou namorada, descubro com quem ele terminou ou com quem começou a namorar, conheço os filhos do ator, converso com ele, tento conhece-lo como pessoa, esse é o meu material, a experiência dele é o material, isso é exatamente Stanislavski, group theatre, mas também é o meu método, acredito nisso, e depois de conhecer o ator sei o que posso explorar, se não conheço o ator, não sei o que pode acontecer”, explica Elia Kazan.

Em Vidas amargas (1955), por exemplo, tanto James Dean quanto Cal (seu personagem) tinham problemas de relacionamento com seu pai. Ainda por cima Rymond Massey, que interpreta o pai de Cal, não nutria boas relações com Dean. Kazan se valeu disso para criar uma convivência tensa entre os dois, tanto em frente quanto atrás das câmeras. Em Laços humanos (1945), Kazan fez a pequena atriz Peggy Ann Garner chorar de verdade. Na época, o pai da menina estava servindo na guerra como piloto de caça. O diretor teria dito algo à menina sobre seu pai, e ela não parou mais de chorar o dia inteiro, o que foi importante para a cena.

No entanto, havia diretores com mentalidades completamente opostas à de Elia Kazan, note-se o espanhol Luis Buñuel. Segundo a atriz francesa Catherine Deneuve, nas filmagens, antes de começar a rodar, Buñuel insistia "Catherine, não demonstre nenhuma motivação! No motivation!”. Já Alfred Hitchcock, por exemplo, também não tinha como prioridade a interpretação, seus focos eram as técnincas, a trama e a narrativa, certa vez ele chegou a afirmar que “atores eram gado”.

O fato é que já fazia algum tempo que o cinema clamava por interpretações mais realistas, e quem se saiu na frente foi um movimento que ficou conhecido como o “neorrealismo italiano”, consagrado nos anos 40, que embora tivesse muitas estrelas da época – como Ingrid Bergman e Anna Magnani – buscava colocar pessoas comuns para interpretar papéis com os quais eles se identificassem de fato, como no caso do filme Ladrões de bicicleta (1947); para viver um operário desempregado, o diretor Vittorio de Sica escalou Lamberto Maggiorani, um verdadeiro operário de fábrica. Segundo De Sica, Maggionari era apenas “um simples trabalhador de Breda que deixou seu emprego durante dois meses para me emprestar seu rosto”. Essa proximidade entre o ator e o personagem tendia a trazer mais naturalidade à interpretação. Em uma sequência do filme Umberto D (1952), uma jovem dona de casa (Maria Pia Casilio) acende o fogo na cozinha, varre o chão, acende o fogo novamente, olha para fora, lança insenticida em algumas formigas, o café fica pronto, tudo em absoluto silêncio. O espectador é condicionado a acompanhar todos estes pequenos atos diários, enquanto a personagem permanece sozinha com seus pensamentos e afazeres diários.

Nos anos 40 e 50, o cinema norte-americano passou por uma difícil fase que ficou conhecida como Era MacCarthy, ou simplesmente Marcatismo. Nessa fase pós-segunda guerra, o comunismo era visto e tratado como um crime. O HUAC (Comitê de Atividades Antiamericanas do Cogresso) tinha como função investigar a filiação, envolvimento e infiltração de simpatizantes comunistas nos meios de comunicação e entretenimento, e por isso mais de 250 membros da comunidade Hollywoodiana foram proibidos de prosseguir com suas funções profissionais, ao passo que tantos outros se viram obrigados a delatar e identificar comunistas. As investigações e delações se tornaram atrações midiáticas a ponto de serem transmitidas em rede nacional por rádio e televisão. “A transmissão pela televisão dos depoimentos dos atores, diretores e produtores convidados a prestar testemunho a respeito da influência comunista nos meios cinematográficos condenou um mundo mítico a um ritual de humilhação do qual este saiu diminuído”, explica o autor Olivier-René Veillon em seu livro O cinema americano dos anos cinquenta.

Boa parte dos estúdios preferiu não comprar briga com o congresso, e comprometeram-se a demitir qualquer um que se recusasse a cooperar, e quem não o fizesse teria seu nome incluído em uma ‘lista negra’. O coro ainda ganhou o reforço da Screen actors guild, uma associação de atores de cinema liderada à época por Ronald Reagan, que apoiou a posição dos estúdios e ainda haviam contratados ex-agentes do FBI para ajudá-los a banir os contratados com passado político suspeito. E mais, em 1947 cinquenta executivos dos principais estúdios de cinema dos Estados Unidos se comprometeram a demitir qualquer de seus contratados que se recusasse a cooperar com o Comitê de Atividades Antiamericanas.

Em pleno início dos anos 50, menos de uma década após o término da segunda guerra mundial, Hollywood se dividira, de um lado formou-se a MPA (Aliança Cinematográfica Para Valores Americanos), um segmento conservador que apoiava as investigações. E por outro lado surgiu o Comitê Pela Primeira Emenda, que defendia a liberdade de expressão e livre pensamento, grupo que incluía, entre outros, nomes como John Huston e William Wyller. A indústria cinematográfica estava tão aterrorizada pelas investigações e delações que vários estúdios começaram a produzir filmes assumidamente anti-comunistas, como Meu filho John (1952) e Anjos do mal (1953), como uma forma de se firmarem contrários ao comunismo. Moralidade, democracia, patriotismo, valores cristãos e libertários passaram a ser exaltados nas produções.

Elia Kazan havia sido membro do partido comunista entre 1932 e 1934. Quando estava sob investigação, Kazan fez um compilado de todos os seus filmes e peças teatrais para mostrar que, nelas, não havia qualquer tipo de apelo comunista. No auge do Marcatismo, para não ser preso ou impedido de trabalhar, Kazan aceitou delatar alguns colegas membros do partido comunista ligados ao cinema, entregou nomes como Art Smith, Morris Carnovsky, Phoebe Brand, Lewis Leverett, J. Edward Bromberg, Paula Millers, dentre outros; tal delação pôs fim à carreira de uma série de pessoas ligadas ao meio do entretenimento. Em entrevista ao seu biógrafo Michel Ciment, Kazan afirmou ter delatado para denunciar a realidade suja do Partido Comunista, com o qual ele havia se decepcionado.

A triste consequência da época e do movimento é que roteiristas como Michael Wilson, Dalton Trumbo, John Howad Lawson e Albert Maltz ficaram sem trabalho de uma hora para outra. Muitos artistas incluídos na lista negra tiveram que se exilar, se aposentar ou adotar pseudônimos, ou melhor, diretores e roteiristas poderiam adotar pseudônimos, porém um ator não pode mudar sua face, e isso fez com que muitos profissionais do ramo da interpretação tivessem suas carreiras duramente afetadas. Estima-se que mais de trezentos profissionais do cinema tiveram seus contratos revogados e suas carreiras encerradas. Muitos estúdios cinematográficos se viram obrigados a demitir atores, diretores, roteiristas e demais profissionais que fossem considerados subversivos.

A imagem do diretor Elia Kazan foi severamente abalada e durante o restante de sua vida, ele seria tachado como um traidor. A absurda situação chegou no auge durante a cerimônia do Oscar de 1999, quando Elia Kazan, já bastante idoso, subiu ao palco para receber um prêmio honorário pela carreira; quando o veterano subiu ao palco a plateia ficou dividida. De Niro, Scorsese, Meryl Streep, Warren Beatty e Kathy Bates aplaudiram e reverenciaram o veterano diretor, já Nick Nolte, Ed Harris e Sophia Loren foram alguns dos que não aplaudiram, ignorando toda a contribuição que Kazan dera à indústria cinematográfica. Foi constrangedor!


Texto de Vitor Grané Diniz da página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram)

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Casablanca

Filme de 1942 do diretor Michael Curtiz, um clássico com Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, que se passa em Marrocos no contexto da II Guerra Mundial.

Foi uma das muitas obras do cinema que passaram pelo rigoroso crivo da censura conhecida como Código Hays, explicado no texto abaixo, do colaborador Vitor Grané Diniz (página "Noites de Cinema" - Facebook e Instagram).




 Código Hays

 Entre as décadas de 30 e 60, havia em Hollywood o chamado Production code administration (órgão controlador da produção cinematográfica americana), também conhecido como o famigerado código Hays, liderado por Joseph Breen. O trabalho de Breen consistia basicamente em passar o dia inteiro assistindo a filmes, procurando qualquer sinal de imoralidade; ele ainda tinha o poder de vetar a obra, exigir que determinada cena fosse excluída ou refeita; em outras palavras, só iria para as salas cinemas o que Breen determinasse.

Todos os filmes feitos na época tinham que receber o selo de aprovação do órgão. O caso mais notório de uma censura de Joseph Breen foi com O proscrito (1943), de Howard Hughes; Breen determinou que aproximadamente 37 closes dos seios da atriz Jane Russell fossem cortados, caso contrário o selo de aprovação lhe seria negado por “glamourizar o crime e a imoralidade”.

O Código Hays tinha uma lista de dezesseis tópicos que, em hipótese nenhuma, poderiam ser abordados nos filmes da época: sexo apresentado de maneira imprópria; cenas românticas prolongadas e apaixonadas; ridicularizar funcionários públicos; retratar religiosos de maneira pejorativa ou cômica; abordar temáticas de escravidão branca; destacar o submundo; ofender crenças religiosas; referências a doenças venéreas; tornar os vícios atraentes; tornar o jogo e a bebida atraentes; enfatizar a violência; consumir drogas; expor nudez; exibir em detalhes método de ação criminosa; retratar gestos e posturas vulgares; miscigenação e alusão romântica entre negros e brancos. As exigências, se não cumpridas, eram dignas de banir os filmes das salas de cinema.

Vários filmes tiveram que ser reestruturados para serem lançados, um deles foi a famosa comédia Quanto mais quente melhor (1959), o clássico estrelado por Marilyn Monroe, Tony Curtis e Jack Lemmon teve o roteiro bastante modificado e algumas piadas foram alteradas, além de vários cortes nas cenas de Marilyn Monroe. Casablanca (1942) também passou por um problema similar, no roteiro original o casal de protagonistas Rick e Lisa deveria ficar junto, mas o código não aceitava que um casal adúltero tivesse um final feliz, então o desfecho foi modificado, o que foi bom, pois o final de Casablanca é um dos mais memoráveis da história do cinema.


Texto de Vitor Grané Diniz da página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram)

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