Medeia

Uma mulher que levou a vingança até às últimas consequências. Essa é Medeia, heroína e vilã da tragédia que leva seu nome, escrita pelo poeta grego Eurípedes no século V a.C.

A obra traz a terrível história da maquiavélica feiticeira que foi esposa de Jasão, o príncipe da Tessália, na Grécia, e que foi a bordo da nau Argo, ao lados dos lendários argonautas, para a Cólquida em busca do Velocino de Ouro. Já falamos dessa história aqui no blog na postagem do filme "Jasão e o Velocino de Ouro".





Medeia foi uma princesa da Cólquida (atual Gergia) e teria vivido por volta de 1.200 a.C., algum tempo antes da guerra de Troia. 

Filha do rei Eetes, era também uma experiente manipuladora das artes ocultas, uma feiticeira perigosa, Medeia se apaixona por Jasão quando o jovem heroi grego chega à Cólquida em busca do velo de ouro, Ela o ajuda em sua empreitada, traindo assim a sua família e sua pátria e fugindo com ele para a Tessália. Para facilitar a fuga ela rapta e esquarteja o próprio irmão, e vai jogando as partes de corpo pelo caminho para que as tropas do rei precisem parar para recolhê-las, dando assim mais tempo para que ela, Jasão e os argonautas cheguem ao mar.






Depois de passarem por muitas aventuras nas quais a astúcia da vivida mulher foi fundamental, eles chegam a Iolcos e entregam então o velocino ao rei Pelias, que se recusa a cumprir sua parte no acordo, de passar o reino a Jasão. Medeia então trama contra ele um plano macabro e convence as filhas do rei a esquartejarem e cozinharem o pai, com a promessa de rejuvenecê-lo e dar-lhe boa saúde. Por causa desse crime bárbaro o casal é expulso da Tessália e busca exílio em Corinto.


Só que em Corinto o rei Creonte não queria a presença dela em sua cidade por temer seu comportamento bárbaro e perigoso, principalmente pela manipulação da magia. Mas queria que Jasão ficasse e ocupasse um alto cargo administrativo, casando-se com a sua filha Glauci (ou Creusa). Jasão aceitou a proposta pensando na sua situação social e econômica já que tinha ficado pobre e pensou também no futuro de seus filhos.

Porém o rei exigiu que Medeia saísse da cidade com os filhos imediatamente.

Medeia não aceitou essa decisão de Jasão e entendeu como uma traição. Ela que tinha feito tudo por ele, largado a família, o país e cometido muitas barbaridades. Além disso ela era muito apaixonada por ele e com seu orgulho ferido arquitetou uma traição que ultrapassaria qualquer limite do aceitável.

Ela pediu a Creonte que lhe concedesse mais um dia na cidade para se preparar para o exílio. Ele concedeu mas já pressentindo que iria se arrepender. Medeia então preparou um presente para a noiva: sua própria grinalda e suas jóias que seriam levada à Glauci pelos filhos. Quando a princesa viu tão belos ornamentos não resistiu e os vestiu imediatamente. Porém as peças estavam envenenadas e queimaram o corpo da moça levando-a à morte, juntamente com seu pai, o rei, que correu para socorrer a filha.

Mas sua vingança não iria parar por aí. Para dar o golpe fatal no coração de seu amado Jasão, ela tirou a vida dos próprios filhos, sabendo que aquela seria a maior dor que ela poderia causar no rapaz.

Como era neta do deus sol, a feiticeira então deixou a cidade numa carruagem de fogo e partiu para Atenas onde já tinha combinado asilo com o rei Egeu, que estava com problemas para conseguir ter um filho para quem deixar seu trono e contava com os conhecimentos ocultos da feiticeira.


Jason and Medea - by Carle van Loo

Ela então se casou com o rei Egeu e deu a ele o filho Medo que seria o próximo rei de Atenas se não aparecesse Teseu como filho legítimo que Egeu não sabia que tinha. Teseu, um dos argonautas e muito conhecido por seus feitos heroicos, tornou-se rei e Medeia voltou para a Cólquida com seu filho. Medo veio a ser um grande rei da Cólquida.
 
No cinema houve duas adaptações da obra que mereceram destaque: a primeira, de 1969, do diretor italiano Pier Paolo Pasolini, que traz a belíssima soprano grega Maria Callas no papel principal.



A segunda, de 1988, do diretor dinamarquês Lars von Trier,  traz um estilo completamente diferente mas também com altíssimo nível de qualidade de fotografia, com a atriz dinamarquesa Kristen Olesen, dando um show de interpretação no papel de Medeia.



Jasão e os Argonautas (Jasão e o Velo de Ouro)

Jasão, filho do rei da Tessália, Eseu, era ainda uma criança quando seu tio Pelias usurpou o trono assassinando seu pai.

O menino foi salvo por um soldado e entregue ao centauro Quirón, que o educou.

O rei Pelias desejava os poderes de um objeto divino chamado Velo de Ouro (também conhecido como  Tosão de Ouro ou ainda Velocino de Ouro), a pele do carneiro alado, Crisómalo, enviado pelos deuses para salvar duas crianças que iriam morrer injustamente, Frixo e sua irmã Heles.

O carneiro carregou as crianças mas Heles caiu no mar. Frixo chegou em segurança na Cólquida e sacrificou o animal em oferta aos deuses e a pele foi colocada em uma árvore num bosque sagrado sob os cuidados de um dragão.


Pelias sabia, através de uma professia, que um dos filhos de Eseu voltaria para reinvindicar o trono e vingar a morte de seu pai. Quando ele o reconheceu, deu ao jovem a missão impossível de trazer o tosão de ouro para ele, em troca da vida de sua mãe, a rainha.

Foi assim que Jasão formou então o grupo dos Argonautas, os guerreiros que foram com ele a bordo da nau Argos, enfrentar muitas aventuras até conseguir o desejado objeto.

Após passar por vários tormentos, todos influenciados pelos deuses, o grupo chega a Cólquida. Porém, não seria tão fácil chegar até o tosão. Eles teriam que enfrentar o rei local, o Rei Eetes, além do próprio dragão que era guardião do divino artefato.

Essa empreitada só foi possível com a ajuda da princesa Medea, filha do rei e hábil feiticeira, além de conhecedora dos poderes do tosão. Ela se apoixonou por Jasão e traiu sua famíla, seguindo com o jovem grego para a Tessália.



A viagem da nau Argos serviu de inspiração para o poema épico "As Argonáuticas", do poeta grego Apolônio de Rodes, no século III a.C., bem ao estilo dos poemas de Homero - Ilíada e Odisseia.






No cinema a história foi contada em dois filmes, o primeiro em 1963 e o segundo no ano 2000.



O filme "Jasão e os Argonautas", de 1963, do diretor americano Don Chaffey, traz o ator Todd Armstrong no papel do heroi Jasão e a atriz Nancy Kovack como Medea.



Já o filme do ano 2000 com o título no Brasil "Jasão e o Velo de Ouro", traz o ator Jason London como Jasão, Jolene Blalock como a Medea, e foi dirigido por Nick Willing.



Gostou dessa postagem? Assista ao vídeo sobre o assunto que eu deixei lá no meu canal do YouTube: Lizandra Soave


Rei Davi

O filme "Rei Davi" (original: King David), de 1985, dirigido pelo australiano Bruce Beresford, traz o aclamado ator Richard Gere no papel do maior rei de Israel, de acordo com o Antigo Testamento, mais precisamente nos livros I Samuel, I Reis e I Crônicas.

 
O Senhor Deus havia se arrependido de ter escolhido Saul como rei de Israel, e ordenou que o Juíz e Profeta Samuel ungisse um novo rei que seria indicado por Ele, para ser o sucessor do Rei Saul.
 
Assim Deus indicou o jovem Davi, um pastor de ovelhas, filho de Jessé (ou Isaí), da tribo de Judá.
O Senhor havia mandado Samuel procurar um dos filhos de Jessé mas não tinha deixado claro qual deles seria o escolhido. Samuel então avaliou um por um, todos fortes e imponentes, mas nenhum era o aprovado pelo Senhor.
 
Deus disse a Samuel: "Não te deixes impressionar pelo seu belo aspecto, nem pela sua alta estatura, porque eu o rejeitei. O que o homem vê não é o que importa: o homem vê a face, mas o Senhor olha o coração." I Sm 16, 6-7
 
Samuel já não sabia mais o que fazer, pois nenhum dos filhos era o escolhido e perguntou então a Jessé se não havia mesmo mais nenhum. Ele então disse que havia mais um, o filho mais novo que estava pastoreando ovelhas. Quando o viu, o Senhor disse a Samuel: "Vamos, unge-o: é ele." I Sm 16, 12
 
Davi era louro, de belos olhos e mui formosa aparência. I Sm 16, 12
 
 
O rei Saul já vinha perdendo as graças do Espírito do Senhor e às vezes um espírito mau se apoderava dele, enviado por Deus, que já tinha seu plano traçado.
 
Nesses momentos de fúria sob influência desse espírito mau, somente o suave som da harpa era capaz de acalmar o rei. Assim seus servos procuraram um bom tocador de harpa, e encontraram o jovem Davi.
 
Saul logo se afeiçoou por Davi e pediu ao pai do rapaz que o deixasse com ele como seu escudeiro. Assim ele tocava a harpa sempre que o rei estava tomado pelo mau espírito. (ISm 16, 14-23)
 
O que Saul ainda não sabia é que Davi já havia sido ungido por Samuel para se tornar o próximo rei de Israel.
 

Davi e Golias

 
O jovem Davi continuava sua vida como um simples pastor enquanto seus irmãos mais velhos serviam ao exército do rei Saul, na guerra contra os filisteus.
 
Um certo dia, o gigante filisteu Golias fez um desafio ao exército de Israel: se algum soldado israelita o derrotasse, os filisteus seriam seus escravos, mas se ocorresse o contrário, os israelitas seriam escravos dos filisteus.
 
O rei Saul havia prometido a mão de sua filha em casamento ao soldado que conseguisse derrotar Gol...ias, além da isenção de impostos à sua família, mesmo assim ninguém se apresentou.
 
O frágil Davi, que havia deixado suas ovelhas com outro pastor para procurar por seus irmãos, chegou ao acampamento exatamente no momento em que Golias fazia o desafio e zombava da fé do povo de Deus.
 
Davi, tomado de cólera e de toda a confiança no Espírito do Senhor, sob o olhar incrédulo de seus companheiros, partiu para o duelo com Golias armado apenas com seu cajado de pastor e um alforje com cinco pedras, que arremessou e acertou mortalmente a fronte do gigante. ISm 17, 1-58

 

Amizade de Jônatas e Davi

 
Depois do episódio da vitória de Davi sobre o gigante Golias, o rapaz ficou morando no palácio com a família de Saul, e deveria se casar com a filha mais velha do rei como prêmio pelo seu feito heróico. No entanto ela já havia sido dada em casamento a outro homem.

Jônatas, filho de Saul, desenvolveu um profundo amor fraternal por Davi, e ambos estabeleceram uma forte aliança de amizade que duraria para sempre.

Dali em diante o jovem Davi passou a lutar bravamente contra os filisteus ao lado do rei e de seus filhos, obtendo muitas vitórias. O povo começou a amá-lo e a ovacioná-lo quando retornavam de alguma batalha dizendo: "Saul matou mil. Davi matou 10 mil."

Isso provocou ciúme e raiva no Rei Saul, que já sentia-se ameaçado ao perceber que estava perdendo as graças de Deus. Ele desconfiava que não conseguiria deixar o trono para nenhum de seus descendentes e por isso passou a perseguir Davi, como se o jovem representasse fisicamente essa ameaça.

Ele então ofereceu a mão de sua filha Micol, que realmente o amava, caso ele conseguisse matar 100 filisteus. Era na verdade uma armadilha para que Davi fosse morto pelos inimigos. Mas Davi voltou tendo matado 200 filisteus, e se casou com Micol.

Saul compreendeu que o Senhor estava realmente ao lado de Davi, e sua ira cresceu ainda mais.
ISm 18, 1-30
 
 
 

Três Homens em Conflito

"Três Homens em Conflito", de 1966, é o terceiro filme da Trilogia dos Dólares e é a maior obra do diretor italiano Sergio Leone, mestre do gênero faroeste espaguete.
 
O título original é "Il Buono, il brutto, il caitivo", The Good, the Bad and the Ugly, ou "O Bom, o Mau e o Feio.
 
 
 
 
 
Trazendo a brilhante e conhecidíssima trilha sonora do compositor também italiano Ennio Morricone, o filme tem como pano de fundo a Guerra Civil Americana no ano de 1862.
Os três homens em questão são três pistoleiros anti-heróis que estão à procura de uma grande quantia de ouro dos soldados confederados escondida em um cemitério.
 
São eles: Blondie (Lourinho), o Bom, vivido pelo ator Clint Eastwood, Angel Eyes, o Mal, e Tuco, o Feio, um mexicano brilhantemente interpretado por Eli Wallach.
 
Esse super clássico do gênero é simplesmente obrigatório.

O Nascimento de Uma Nação

"O Nascimento de Uma Nação" é um filme de 1915, do diretor americano D. W. Griffith, ambientado entre os anos de 1860 e 1871, que fala da Guerra Civil Americana, do processo abolicionista e da ascenção da Ku Klux Clan.



O filme é uma adaptação da peça teatral "The Clansman" (O Membro do Clã), de 1905, do reverendo Thomas Dixon Jr.