Lutero

Erfurt, Alemanha, 1505.

O jovem Martinho Lutero, de 22 anos, é atingido por um raio durante uma tempestade, e sobrevive. Ele interpreta esse sinal como um chamado para a vocação eclesiástica e entra para o seminário, tornando-se um monge católico agostiniano em Frankfurt, dois anos depois.

Em visita à Roma em 1510, ele se depara com um cenário de degradação moral em todos os sentidos. Miséria, violência, corrupção, clérigos em luxúria, e o que mais o impressionou, a venda da salvação no juízo final através das vendas das indulgênciasrelíquias supostamente sagradas.

Toda essa situação o fez questionar sua fé e principalmente a maneira de interpretar as sagradas escrituras, que estavam sendo manipuladas para atender aos interesses dos poderosos.

A história do homem que fundou a Igreja Luterana durante as Reformas Protestantes está contada no filme alemão Lutero (título original: Luther), dirigido pelo inglês Eric Til, lançado em 2003.

 

Apesar de já se situar cronologicamente na Idade Moderna, que começou por volta de 1453, o ambiente ainda é medieval, ainda está ocorrendo a transição da Idade Média para a Idade Moderna, no período conhecido como Renascimento.  
 
Naquela época a população devia obediência tanto ao Imperador como ao Papa. As cidades da Alemanha eram livres e ricas. Seus príncipes tinham o papel de defender o Imperador com seus exércitos.
 
Após se tornar sacerdote e passar por uma difícil fase de questionamento da fé, constatando o que estava acontecendo com a igreja católica, Lutero é incentivado pelo seu guia do monastério a buscar uma carreira acadêmica. Ele aceita o conselho e se torna doutor em teologia na Universidade de Wittenberg, onde também passa a lecionar.
 
Martinho Lutero
 
 
Essa universidade havia sido fundada pelo então príncipe da Saxônia, Frederico III (conhecido como Frederico, o Sábio), figura que teria um papel importante na vida de Lutero e que o protegeria em um momento crítico de sua história. O príncipe tinha grande admiração pelos pensamentos e pela inteligência de Lutero.
 
Frederico III da Saxônia
 
 
Tanto a universidade como o próprio Lutero estavam muito alinhados com as ideias de um outro teólogo, o holandês Erasmo de Roterdã, autor do livro O Elogio da Loucura, que criticava duramente os costumes e a igreja medieval, abrindo caminho para as Reformas Religiosas.
 
Em Roma, o então Papa Leão X tinha o objetivo de reconstruir a Basílica de São Pedro e para isso conseguiu levantar fundos através de empréstimos com os Banqueiros Imperiais. Para pagar essa dívida ele promoveu uma maciça campanha de vendas de indulgências, encabeçada pelo clérigo Johann Tetzel.
 
Papa Leão X
 
 
Uma indulgência era uma espécie de perdão de Deus no juízo final pelos pecados cometidos em vida, reduzindo dessa forma o tempo que seria passado no purgatório ou até mesmo no inferno após a morte.
 
A salvação também poderia ser obtida com a compra de relíquias, que podiam ser, por exemplo, os espinhos da coroa de Cristo, ou os pregos que o prenderam na cruz, ou ainda lascas da madeira da cruz, e por aí vai.
 
Aliás esse tema do juízo final era bastante recorrente em manifestações artísticas, inclusive nos afrescos de Michelângelo, artista renascentista, na Capela Sistina, concluído em 1541.
 
Juízo Final, de Michelângelo
 
Boa parte da Igreja Católica não costumava retratar um Deus misericordioso, mas sim um Deus punitivo, e a população tinha muito medo da danação relatada por alguns padres, caso não adquirisse a salvação em vida.
 
Lutero era totalmente contra essa teoria e não encontrava nas escrituras nenhum trecho que a justificasse. Por isso ele passou a se posicionar veementemente contra à venda de indulgências e relíquias em seus sermões, discursos em sala de aula e em seus livros. Em 1517 ele colou na porta da igreja de Wittenberg uma folha com as 95 Teses, questionando essa prática de alguns católicos.
  
Todo esse movimento fez com que a receita financeira esperada pelo Papa Leão X com a venda das indulgências para pagar a dívida da construção da basílica ficasse muito abaixo do esperado naquela região.
 
Isso incomodou muito o santo padre e toda a igreja católica e Lutero foi excomungado em 1521 na Dieta de Worms, perante o Imperador do Sacro Império Romano-Germânico Carlos V, por ter se recusado a se retratar por suas idéias. Ele só não foi executado pela Inquisção como herege por interferência do Príncipe Frederico III, já mencionado, que o protegeu e o ajudou.
 
Imperador Carlos V
 
O Imperador Carlos V, da dinastia austríaca dos Habsburgos, era pai de Felipe II, rei da Espanha e católico fervoroso, que atormentou a vida da rainha Elizabeth I da Inglaterra, construindo, com o objetivo de combatê-la, a frota de navios chamada de Armada Invencível, afundada por uma tempestade nas águas inglesas.

 
 
 
Lutero passou então a viver escondido e traduziu o Novo Testamento para do Latim e do Grego para o Alemão, para que a população pudesse ter acesso às sagradas escrituras.
  
No período de seu exílio, alguns de seus seguidores começaram a praticar a iconoclastia, ou seja, a destruição dos ícones religiosos. Eles passaram a queimar igrejas e destruir as imagens dos santos, crucifixos, etc. Essa prática foi duramente criticada em combatida por Lutero, que não concordava com ela.
 
Lutero uma nova igreja, a Igreja Luterana, sob muita turbulência e após muito derramamento de sangue, iniciando assim o movimento das Reformas Protestantes que viria a seguir, principalmente com a fundação da Igreja Anglicana, na Inglaterra, (ver a postagem do filme A Outra e a série The Tudors) e da Igreja Calvinista, na Suíça, que tinha como crença principal a predestinação
 
Lutero viveu até os 62 anos de idade. Ele se casou e formou uma família com a ex-freira Catarina von Dora.
 
Uma importante invenção da época foi a prensa móvel, criada pelo inventor alemão Johannes Gutemberg, por volta de 1439. A imprensa de Gutemberg permitiu que as novas ideias protestantes fossem rapidamente reproduzidas e disseminadas
 
 
 
Outra obra excelente que conta muito bem essa história, e é até mais rica em detalhes históricos, é o filme Martinho Lutero, de 1953, do diretor americano Irving Pichel.
 
 
 
 
 
 
 
 
 


O Guerreiro Gengis Khan

Estepes da Mongólia, 1172.

O menino Temudjin, aos nove anos de idade, vê sua vida mudar completamente quando parte ao lado do pai e de outros membros de seu clã, para escolher sua futura noiva no clã dos Merkitas, e, desse modo, restaurar a paz entre as duas tribos, que eram inimigas naquele momento.

No passado, seu pai, o Khan de sua tribo (líder), havia roubado a esposa do Khan dos Merkitas, que era a mãe de Temudjin.
 
Os principais acontecimentos da vida daquele que viria a unificar as tribos mongóis, tornando-se o Gengis Khan, o líder de um dos maiores impérios que já existiu, está contada no belíssimo filme O Guerreiro Gengis Khan (título original: Mongol), do diretor russo Sergei Bodrov, lançado em 2007.
 
 
No caminho para a tribo dos Merkitas eles pararam para pernoitar no clã aliado dos Onggirat, onde conheceu uma menina chamada Borte, com quem decidiu se casar, firmando com ela o compromisso de retornar em cinco anos, piorando assim a inimizade entre sua família e o clã dos Merkitas.
 
Na volta para casa, seu pai foi morto por envenenamento por um líder dos maiores inimigos dos mongóis, os tártaros. Como seu pai não havia deixado filhos em idade de assumir a liderança da tribo, um de seus soldados, Targutai, passou a ser o novo Khan. Ele expulsou a família de Timudjin da tribo e o fez prisioneiro, para que pudesse matá-lo quando não fosse mais uma criança, e  não pudesse reivindicar sua legítima posição de liderança.
 
Ele conseguiu fugir e no caminho conheceu o rico menino Jamukha, que o ajudou. Os dois tiveram uma empatia imediata e fizeram um pacto de sangue, tornando-se verdadeiros irmãos. Aos 17 anos, Temudjin finalmente consegue ir ao encontro de Borte, com que se casou e seguiu como nômade, sempre fugindo de seus inimigos.
 
Numa noite tranquila, quando Temudjin estava com sua família, chegaram os homens da tribo dos Merkitas e sequestram Borte, como vingança pelo que seu pai havia feito no passado. Temudjin vai até o seu amigo Jamukha e lhe pede ajuda para resgatar Borte. Esse promete ajudá-lo mas somente no ano seguinte.
 
Temudjin e Jamukha conseguem derrotar os Merkitas, e ele encontra Borte grávida, porém assume seu filho, sem ter certeza da paternidade, já que ela havia sido feita prisioneira durante esse período. Ao deixar a tribo do amigo, alguns soldados de Jamukha decidem partir com Temudjin, pois ele era um homem mais generoso. Isso despertou a revolta em Jamukha, que passou a ser inimigo de Temudjin.

Jamukha e Temudjin lutaram um contra o outro e o ex-amigo de Temudjin saiu vitorioso, fazendo-o de escravo e vendendo-o posteriormente para o imperador Renzong do reino de Tangut, no noroeste da China. Isso foi em 1192 e Temudjin estava então com 29 anos.

Lá ele ficou preso em praça pública como uma besta humana, humilhado e exposto ao frio, chuva, e todas as interpéries. Até que um monge de um mosteiro local, já vislumbrando o que aconteceria com a cidade quando  ele conseguisse se libertar, decidiu ajudá-lo e pediu, em troca, que ele poupasse o mosteiro quando viesse a atacar a cidade no futuro.

O monge então conseguiu encontrar Borte, e essa planejou e executou a fuga de Temudjin.

Em liberdade, ele conseguiu derrotar todos os seus inimigos. Como conhecia muito bem o povo mongol, conseguiu unificar as tribos fundando a Mongólia. Não está mostrado no filme, mas outras fontes indicam que ele se tornou desde cedo um homem amargo, rancoroso e extremamente violento.

No entanto, ele criou leis que eram verdadeiros mandamentos, e exigia rigorasamente o seu  cumprimento.  

 
Gengis Khan se achava um enviado e protegido de seu deus, por isso tinha tanta confiança em si mesmo. Uma de suas frases mais famosas foi:
 
“Eu sou um castigo de Deus. E se você não cometeu grandes pecados, Deus não teria enviado um castigo como eu.”


Boa parte de seu sucesso se deveu ao tipo de arma que ele usava: o arco mongol composto. Ele era mais fácil de ser usado estando montado a cavalo.


Além disso, por baixo das armaduras de couro, os mongóis usavam uma camisa de seda que barrava a penetração das flechas, fazendo com que seus inimigos achassem que eles eram imunes a elas, ou até mesmo imortais.

Os mongóis também foram pioneiros no aprimoramento do uso do trebuchet, uma espécie de catapulta que era uma inovação tecnológica bélica que passou a ser muito utilizada na idade média.



Além de Borte ele teve muitas outras esposas e concumbinas, e tomava para si as mulheres dos territórios subjugados, deixando um legado de muitos descendentes.

Seu império se estendeu do oceano Pacífico até a Europa e foi o maior em extensão territorial em terras contínuas.

Gengis Khan morreu em 1227, aos 65 anos (idade bastante avançada para aquela época), em sua casa, após uma forte indisposição.

A principal fonte de informações sobre Gengis Khan está no livro "A História Secreta dos Mongóis", escrito alguns anos após a sua morte e encomendado por seus descendentes. Recebeu esse nome porque por muito tempo ele pôde ser lido apenas por reis.

Fazendo um paralelo com o que estava acontecendo no ocidente naquele momento, o fato mais relevante eram as Cruzadas, que mobilizaram todos os reinos Europeus.

 
 
 
Estátua Equestre de Gengis Khan
Localizada na cidade de Erdene, na Mongólia
Possui 40 metros de altura feita em aço inoxidável



 
 
 
 
 
 
 
 

Barbarossa

Lombardia, norte da Itália, 1155.
 
O então rei alemão Frederick I, conhecido como Barbarossa é coroado rei da Itália e logo em seguida, no mesmo ano, é coroado Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, pelo Papa Adriano IV.
 
O objetivo de Barbarossa era expandir seu império, retomando o que havia sido conquistado pelo Imperador Carlos Magno, no século VIII.
 
Sua história está contada no filme Barbarossa (título original), de 2009, do diretor italiano Renzo Martinelli.
 
No Brasil o título ficou Frederick Barbarossa - A Companhia da Morte.




 
Para alcançar seu objetivo, Barbarossa sabia que teria que dominar a cidade italiana de Milão, e ele conseguiu destruir completamente a cidade.

Porém, ele se deparou com um grupo chamado Companhia da Morte, formado por 900 jovens de várias cidades da Lombardia, liderado pelo jovem milanês Alberto Da Giussano, também protagonista do filme.

Em 1158, Barbarossa decretou seu poder sobre toda a Península Itálica na assembléia que ficou conhecida como Dieta de Roncaglia. Dietas, nesse caso, significavam reuniões para que o imperador deliberasse sobre suas decisões com os senhores feudais e eclesiáticos, bem como com os chefes das comunas (cidades italianas) lombardas (da Lombardia, no norte da Itália) e emilianas (da Emilia-Romana, região que ficava logo ao sul da Lombardia).

Em oposição à Barbarossa também foi formada, em 1167, a Liga Lombarda, composta por 30 cidades da região da Lombardia. Ela tinha o apoio do Papa Alexandre III, que sucedeu o Adriano IV.

Em 1176, Barbarossa foi derrotado pelas tropas de Alberto Da Giussano na Batalha de Legnano. Ele saiu com vida mas renunciou a seu trono em nome de seu filho mais velho, e partiu alguns anos depois para Jerusalém para lutar na Terceira Cruzada, liderando os cruzados contra a invasão do chefe muçulmano Saladino.

No caminho para Jerusalém, quando passava pela Cilícia, região da Ásia Menor, ele caiu em um rio ao tentar atravessá-lo, e morreu afogado por causa do peso de sua armadura.

A liderança então passou para o jovem rei inglês recém coroado Ricardo I, conhecido posteriormente como Ricardo Coração de Leão.

A história das cruzadas está contada aqui no blog nas postagens dos filmes Cruzada (Kingdom of Heaven), de 2005, e As Cruzadas, de 1935. Esse último está mais focado na história de Ricardo Coração de Leão.

 


 
 

Electra - A Vingadora

Micenas, Grécia, século XVIII a. C.

De acordo com a mitologia grega, após a vitória sobre a cidade de Tróia, o rei Agamenon volta para casa aclamado por seu povo, tendo lutado numa guerra que durou dez anos, por causa inicialmente do rapto de Helena, esposa de seu irmão Menelau.

Porém, enquanto estava na guerra, sua esposa Clitemnestra, irmã mais velha de Helena, passa a ter um caso amoroso com Egisto, sobrinho de Agamenon, e, junto com ele, ela realiza do assassinato do marido.

Os dois filhos de Clitemnestra com Agamenon, Electra e Orestes, foram poupados, mas o filho foi expulso do país ainda menino, e Electra, um pouco mais velha,  ficou presa no castelo em Micenas, até que, já em idade adulta, foi entregue em casamento com um pobre e velho camponês, e exilada na ciade de Argos, a poucos quilometros de Micenas, onde alimentaria um sentimento de rancor e forte desejo de vingança.

A história dessa vingança está contada no filme Electra, a Vingadora, de 1961, em preto e branco, do diretor grego Michael Cacoyannis.

 

Sendo bem sincera, esse não é um filme muito fácil de ser assistido como entretenimento. É bastante denso, tem poucos diálogos, longos silêncios e foi filmado bem no estilo teatral das tragédias gregas.
 
Agora, para quem quer conhecer a história, que é bem interessante e emblemática, vale muito a pena assistir. Ela é baseada nas peça homônimas dos escritores gregos Sófocles e Eurípedes.
 
Clitemnestra teve ainda uma outra filha, Ifigênia, que foi sacrificada por Agamenon antes de partir para a guerra de Tróia. Ele mentiu para a esposa dizendo que Ifigênia seria levada para casar-se com Aquiles, mas na verdade ela iria mesmo seguir para o sacrifício. Esse teria sido o verdadeiro motivo de Clitemnestra ter arquitetado a morte de seu marido.
 
O grande amor de Electra por seu pai Agamenon, fez com que ela se voltasse violentamente contra a própria mãe. Na psicanálise esse amor é conhecido como Complexo de Electra, a versão feminina do Complexo de Édipo.
 
A história da guerra entre Grécia e Tróia já foi contada aqui no blog na postagem do filme Tróia.
 
 

O Mordomo da Casa Branca

Estados Unidos, 1926.

As plantações de algodão absorvem e exploram a mão de obra dos negros. No sul do país, na cidade de Macon, estado Geórgia, um menino chamado Cecil Gaines, negro e filho de trabalhadores das lavouras, vive um trágico acontecimento, marcado pela intolerância racial tão presente naquela época, principalmente naquela região do país.

Esse menino, no entanto, terá a oportunidade de aprender um novo ofício, que exercerá com tanta excelência, que, após deixar sua terra natal e se estabelecer na capital Washington, acaba por se tornar mordomo da Casa Branca, onde irá trabalhar por mais de 20 anos, vendo passar por ali oito presidentes.

Essa belíssima história está contada no filme O Mordomo da Casa Branca (The Butler), do diretor Lee Daniels, de 2013.

 
 
O elenco merece nossa atenção: Forest Whitaker no papel principal, Oprah Winfrey, John Cusak, Jane Fonda, Cuba Gooding Jr., Terrence Howard, com participações ainda dos cantores Mariah Carey e Lenny Kravitz.
 
Cecil começa a trabalhar na Casa Branca na década de 50, quando os EUA estavam sob o governo de Eisenhower. Em seguida são mostradas ao longo do filme as passagens de Kennedy, Johnson, Nixon e Reagan, cada um com seu próprio estilo e com seus próprios dramas.
 
Mas o que marca realmente a história é a luta pelos direitos civis dos negros americanos, que sofrem todo o tipo de descriminação.  Cecil leva sua vida com muita dignidade e resignação para que sua família possa ter todo o conforto necessário. Sua esposa (vivida por Oprah) sente muito a ausência do marido em casa.
 
O filho mais velho de Cecil, Louis, é revoltado com a situação dos negros do país e não é muito confortável com a idéia do pai ser o mordomo da Casa Branca. Quando ele vai estudar na Universidade de Fisk, no Tennessee, ele passa a ter contato com movimentos negros pacifistas liderados por Martin Luther King, e passa a dedicar sua vida totalmente à causa negra, sofrendo inclusive ataques da Ku Klux Klan. Ele filia-se mais tarde ao partido dos Panteras Negras, quando rompe com sua família.
 
O filho mais novo, muito amoroso e querido, vai lutar por seu país no Vietnã.
 
Após se aposentar e viver mais algumas tragédias pessoais, Cecil vê finalmente e com enorme satisfação a chegada de um presidente negro: Barak Obama. 
 
 



Maria Antonietta

Áustria, 1770.

A princesa Maria Antonieta, de 14 anos, filha da imperatriz Maria Teresa, é levada à França, para se casar com o príncipe e herdeiro do trono, o desajeitado Luis Augusto Capeto, que viria a se tornar o rei Luis XVI.

Sua história está contada no filme Maria Antonietta, de 1938, em preto e branco, dos diretores W. S. Van Dyke (americano) e Julien Duvivier (francês).



Esse já é o terceiro filme postado aqui no blog sobre a mais famosa rainha que a França já teve. Os outros foram Maria Antonieta, de Sofia Coppola, e Adeus Minha Rainha, de Benoît Jacquot. Ambos maravilhosos e merecem muito ser vistos.

Pouco se fala sobre a Revolução Francesa propriamente dita, ou sobre o Iluminismo, mas sobre Maria Antonieta, existem vários filmes.

Apelidada na vida real de "Rainha Déficit", por gastar demais e contrair muita dívidas, aqui nesse filme ela aparece mais como uma vítima das intrigas daqueles que cobiçavam o poder, do que como a frívola rainha que só pensava em jóias, roupas, sapatos e festas.

Nele é enfatizado o romance que teria vivido com o Conde Fersen, que também aparece no filme homônimo de Sofia Coppola.

É um filme muito bonito, bem feito, com ótimas atuações, e do ponto de vista histórico é mais abrangente que os demais.




Adeus Minha Rainha

Paris - França, 1789.

Uma serviçal do palácio de Versalhes, a leitora oficial da então rainha da França, Maria Antonieta, segue com seus deveres com especial devoção à sua senhora. Os nobres da corte de Luis XVI continuam com suas vidas repletas de luxo, rituais, fofocas e intrigas.

Enquanto isso, o povo da França vive na mais dura miséria, com altos impostos e escassez de alimentos.

Quando chega ao palácio a notícia de que a população tomou a Bastilha e que já havia uma lista com os nomes dos condenados à guilhotina, é instaurado um verdadeiro pânico entre a nobreza, que começa a fugir de Versalhes para tentar salvar a própria pele.

A história dos dias que antecederam à Revolução Francesa no palácio de Versalhes, sob o ponto de vista da leitora de Maria Antonieta, está contada no filme "Adeus Minha Rainha", de 2011, do diretor francês Benoît Jacquot.

 
 
Confesso que esse filme me surpreendeu muito positivamente. Eu esperava uma estória tola sobre os possíveis romances da rainha da França, mas não foi isso que encontrei.
 
O roteiro é denso, um pouco mais crível que os outros filmes que eu vi sobre esse tema e retrata uma Maria Antonieta mais madura, apaixonada sim, mas não tão fútil e alheia à realidade como foi retratada no também ótimo filme "Maria Antonieta", da diretora Sofia Coppola, por exemplo (já postado aqui no blog).
 

 
A leitora da rainha, Sidonie, nutre por ela uma forte paixão e tem inveja do relacionamento da patroa com a polêmica amiga, Gabrielle de Polignac (Yolande Martine Gabrielle de Polastron - Duquesa de Polignac). 
 
 
 
Polignac também aparece no filme da Sofia Coppola, só que com o nome de Yolande, e não é feita nenhuma menção clara sobre um possível caso amoroso entre ela e a rainha.
 
Enfim, quando todos no palácio começam a debandar, inclusive Gabrielle, somente a fiel leitora, Sidonie, insiste em permanecer ao lado da sua patroa até o último momento, mas recebe da rainha uma perigosa e arriscada missão.