Filme italiano de 1960, do diretor Pietro Francisci, traz um romance fictício que se passa na ilha da Sicília, na cidade de Siracusa, durante um período histórico real, a Segunda Guerra Púnica, travada entre Roma e Cartago entre 218 e 201 a.C.
Soldados de Siracusa correm para avisar ao rei Hierão II que encontraram na praia destroços dos barcos cartagineses destruídos pelos romanos, que certamente estão vindo em direção à cidade. Siracusa era uma colônia da Magna Grécia que naquele momento era aliada dos cartagineses e rival dos romanos.
O rei Hierão II decide que irá recebê-los amigavelmente, mesmo porque os romanos até então estavam respeitando a independência da colônia grega e não tinham ainda infringido nenhum ataque contra os helenos.
Uma figura ilustre de Siracusa, o genial cientista Arquimedes, seria uma esperança para o reino com suas invenções bélicas que utilizavam a mais avançada tecnologia da época. Amigo de infância de uma das filhas do rei, a jovem e bela Clio, cujo nome remete à musa grega, deusa da memória.
Clio (Sylva Koscina) tinha por Arquimedes uma grande paixão, mas o físico preferia passar longos períodos afastado em sua caverna, imerso nos estudos e experimentos.
Rei Hierão II e sua filha Clio
Clio promete ao pai tentar fazer com que Arquimedes saia de seu refúgio para ajudá-lo na estratégia de segurança do reino, caso a guerra chegue de fato às portas de Siracusa.
E quem chega também à cidade é a trupe do malandro Gorgia, o fenício, e suas belas dançarinas, entre elas sua irmã Diana (nome romano para a deusa Artemis, a deusa grega caçadora), vivida pela atriz Tina Louise. Seu nome realmente era Artemis, mas seu irmão achou melhor que em Roma ela passasse a se chamar Diana.
Aquimedes (Rossano Brazzi) está testando um novo experimento, uma poderosa arma de guerra capaz de atear fogo à distância utilizando espelhos estratégicamente posicionados para direcionar os raios solares. Diana se banhava em um rio próximo e tem suas roupas incediadas acidentalmente pelo artefato. A moça vai se queixar com o cientista que finalmente tem a reposta para seus estudos: Eureka, a famosa palavra atribuída a Einstein mas que na verdade foi proferida pelo grego.
Em seguida Arquimedes vai à cidade e ao lado de Hierão recebe o gereral romano Marcelo.
Ao conhecer melhor o navio romano Arquimedes menciona os feitos do cônsul Duilio, general romano vitorioso na primeira batalha naval empreendida por Roma contra os cartagineses, a Batalha de Milas, graças ao "corvo", sua invenção. |
Enquanto Arquimedes analisa a embarcação romana enquanto os soldados se divertem com as moças da cidade. Um das bailarinas de Gorgia o aborda e diz que as dançarinas são filhas de Terpsícore, que na mitologia também é uma musa, da dança e da música, e irmã da musa Clio. Arquimedes então aprecia o espetáculo de dança e vê que a bailarina principal é Diana, por quem já está completamente apaixonado.
Mas Diana sabe que Arquimedes é um homem importante da cidade, um dos maiores gênios da atualidade, e não crê na possibilidade de um romance entre eles prosperar. Mas no templo de Zeus os dois voltam a se encontrar e se rendem à paixão.
O fenício Gorgia vende importantes informações sobre os planos dos romanos para Hierão, mas oferece os serviços de suas bailarinas para os soldados romanos e se prepara para partir com eles e as moças para Roma em busca de novas oportunidadedes para aplicar seus golpes.
Clio vai à casa de campo do pai de Arquimedes e lá fica sabendo do romance entre seu amado e Diana e, apesar da grande tristeza e decepção, deseja que ele siga seu caminho e que não fique com ela apenas por piedade.
Porém, quando Arquimedes vai à Siracusa, é interpelado por soldados romanos que o prendem por engano. Diana vai novamente ao local de encontro e com a ausência de Arquimedes, e depois de de quatro semanas sem nenhuma notícia dele, conclui que ele tenha perdido o interesse por ela. Na pousada onde está hospedada com a trupe, revela a seu irmão Gorgia que espera um filho de Arquimedes.
Gorgia conta a Diana que Arquimedes possui um compromisso com Clio, filha do rei Hierão, e diz que não vai permitir que essa criança represente um risco à relação de confiança que ele está desenvolvendo com o rei causando grande sofrimento à moça.
Aquimedes finalmente é libertado da prisão e vai direto à procura de Diana. Chegando na pousada seu irmão diz que ela foi embora com os barcos romanos em busca de ganhos na vida de prostituição.
A bordo da nave romana, Diana desperta de um sono profundo causado por ter ingerido sem conhecimento uma droga que seu irmão teria colocado em sua bebida. Desesperada, grita com os soldados querendo voltar à Siracusa. O guarda então a empurra e na queda ela bate fortemente a cabeça e mais uma vez tem um desmaio.
O gereral romano Marcelo a socorre no barco e se encanta com sua deslumbrante beleza, e quando desperta, Diana perde completamente a memória, em função do forte golpe que levou na cabeça. Ele passa a chamá-la de Lucrécia, nome da mulher mais importante da história de Roma (buscar por "O Rapto de Lucrécia" ou "The Rape of Lucretia" - 510 a.C.).
Enquanto isso, em Siracusa, o desapontado Arquimedes mergulha em seus experimentos. Decide depositar suas esperanças no amor de Clio, mesmo que não corresponda ao sentimento da moça com a mesma devoção. Casam-se numa cerimônia discreta, no mesmo templo de Zeus onde encontrou-se com Diana pela primeira vez.
Passam-se os anos e Lucrécia, agora esposa de Marcelo, eleito Cônsul de Roma, vive como uma sofisticada dama da alta sociedade romana. Seu filho mais velho, Marcos, foi adotado por seu marido como sendo dele, e o casal tem um outro bebezinho chamado Máximo.
Já o casal Arquimedes e Clio não recebem a mesma graça e não conseguem gerar um filho.
O rei Hierão menciona o vinho feito com uvas das colinas do monte Etna (o vulcão na Sicília) e que conservam "fogo de Avernus". Os gregos acreditavam que Avernus fosse a entrada, ou o portal para o submundo, o mundo subterrâneo, representado alí pelos lagos com gases tóxicos na cavidade vulcânica. |
A pedido do rei, Arquimedes vai a Roma numa missão diplomática, para tentar uma aliança com o cônsul Marcelo, pois percebe que já não há mais o equilíbrio de forças entre romanos e cartagineses no qual Siracusa era o fiel da balança com sua neutralidade.
Após negociarem a aliança entre as duas nações, Arquimedes vai descansar nos aposentos do palácio, e vê Diana no jardim colhendo flores. Vai até ela mas a esposa de Marcelo não o reconhece no primeiro momento. Aos poucos sua memória vai voltando com o choque do reencontro e eles conversam reservadamente sobre o passado, inclusive sobre o filho que os dois têm em comum.
Marcelo, que caminhava com Marcos ali próximo, escuta toda a conversa e diz que compreende a situação mas que agora as coisas são diferentes. A própria Diana, agora Lucrécia, decide ficar com seu marido e os dois filhos.
Ao voltar para Siracusa, Arquimedes prefere ficar em sua caverna. Quando Clio fica sabendo do ocorrido vai até ele muito abalada e sobre um acidente mortal no caminho, caindo com sua carruagem num precipício ao lado do mar.
Mais de dez anos se passam. Hierão está morto e Arquimedes fica em seu lugar, também aconselhado por Gorgia. Motivado pelo rancor pelo seu rival, Marcelo não vê mais motivos para honrar a aliança entre os povos e dá início e propõe ao senado a invação à cidade grega. Com a oposição do senado à sua idéia, promete enviar um emissário seu para investigar se Siracusa está de fato tramando contra os romanos e se aliando aos cartagineses para justificar um ataque.
O senado exige então que esse emissário seja seu filho Marcos, já um rapaz ávido por provar o seu valor nas questões de guerra.
A expedição de Marcos é descoberta, ele é preso e interrogado por Gorgia, que também tinha espiões em Roma e já sabia da vinda do rapaz, que é levado a julgamento. Sem saber de quem se trata, Arquimedes atribui a ele a pena de morte, e se desespera ao saber que o rapaz é na verdade seu filho.
A frota romana chega exigindo o uso estratégico da cidade e a devolução dos prisioneiros, mas Arquimedes se recusa, confiando no poder de destruição das armas de guerra desenvolvidas por ele. Durante esse tempo, Arquimedes aperfeiçoou muitos equipamentos bélica, principalmente o refletor parabólico ou "raio de calor de Aquimedes". Ele acredita que destruindo os navios romanos conseguirá salvar seu filho.
Para aumentar a aflição de Arquimedes o dia da batalha amanhece nublado, e sem o poder dos raios solares, seus conjuntos de espelhos não teria nenhuma serventia. Os romanos então avançam e cercam a cidade. Eis que finalmente o sol aparece e começa então um verdadeiro massacre com os raios de calor que incendeiam os navios e os soldados romanos, deixando o mar de Siracusa em chamas.
Durante a noite o nada confiável Gorgia parece levar um copo de veneno para que Marcos tire a própria vida e não seja morto por Arquimedes. No entanto, o conselheiro salva a vida do sobrinho, que retorna para junto de Marcelo. Gorgia na verdade havia se aliado novamente aos Romanos.
Arquimedes descobre que o filho fugiu e que provavelmente estaria em um dos navios afundados por ele. Mas Marcos reaparece em Siracus junto dos soldados romanos e Marcelo. Gorgia havia facilitado a entrada dos romanos.
Antes que todos os enganos pudessem ser finalmente esclarecidos inicia-se o confronto final entre os soldados romanos e os de Siracusa e Marcelo vem a ser morto. Marcos promete honrar aquela figura que teve como pai e que muito amou, para desilusão de Arquimedes e Artemis.