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1453 - A Rainha Vermelha

 Inglaterra, 1453. Logo após o término da Guerra dos Cem Anos, travada com a França, que saiu em grande vantagem devido à ajuda da jovem Joana D'Arc, a Donzela de Orléans. Anos depois, Lady Margaret, uma pequena jovem inglesa de 9 anos de idade e que também viria a ter um papel importante na história alguns anos mais tarde, tem visões com a francesa e nutri por ela imensa admiração. 

Assim começa o livro "A Rainha Vermelha", da escritora britânica Philippa Gregory, narrado pela pela própria Lady Margaret em primeira pessoa, ao longo de sua vida.



Antes de completar seus 10 anos de idade, já com "joelhos de santa" conquistados por longos períodos de oração, a pequena Lady Margaret Beaufort, passa horas refletindo sobre a vida da mártir francesa, sonhando em um dia poder também ser importante para seu país, governado pelo Rei Henrique VI e por sua esposa, a controversa francesa Margarida D'Anjou.

Margaret tem alta posição no reino da Inglaterra, por ser filha de um dos maiores comandantes do país nas guerras com a França, e é parente do Rei Henrique VI (o avô do rei e o avô dela eram meios-irmãos, o que colocava a família Beaufort legitimamente na linha de sucessão. Vive em Bletsoe, no coração do condado de Bedfordshire, longe dos grandes centros, tendo por companhia os criados da casa e seus meios-irmãos e meias-irmãs, todos bem mais velhos.

Quando tinha 6 anos de idade, foi acertado seu casamento de conveniência com o também infante John de la Pole, mas naquele momento o compromisso estava sendo rompido. Ela e sua mãe estavam partindo de viagem para a anulação formal do casamento. Mas a alegria de Margareth dura muito pouco. Seu grande sonho era seguir uma vida religiosa, tornar-se uma abadessa, porém logo ela estaria comprometida com outro senhor, como era o costume entre as famílias importantes.


O livro se passa durante um período de 32 anos entre 1453 ate 1485, e começa com Lady Margaret então com 9 anos de idade em sua casa em Bletsoe, no coração do condado de Bedfordshire

Descendente do Rei Eduardo III, grande patriarca da dinastia Plantageneta da qual descendiam as linhagens York e Lancaster, seu sonho era o de dedicar-se à vida religiosa, ser uma abadessa, mas seu dever, devido à sua posição na família, era o de gerar um herdeiro para a casa Lancaster, como uma ponte para a próxima geração.

A Inglaterra é governada pelo Rei Henrique VI, da família Lancaster, que estava no poder há 31 anos, mas que vinha demonstrando problemas de saúde mental, e por isso era aconselhado por Ricardo, Duque de York, que por sua vez era influenciado por Richard Neville, Conde de Warwick, o "fazedor de reis". 


Margaret nasceu em 1443 e casou-se aos 09 anos de idade, por conveniência, com Edmond Tudor, conde de Richmond. O casamento veio a ser consumado apenas quando chegou a idade de gerar filhos e, aos 12 anos, Lady Margaret deu à luz a seu primeiro e único filho, Henrique, quem aos depois viria a se tornar rei da Inglaterra dando início à era da Dinastia Tudor no poder. Foi um parto extremamente difícil e com muito sofrimento para ela. Edmond era meio irmão do rei Henrique VI por parte de mãe, Catarina de Valois. Morreu logo após Margaret ter engravidado, sem nem mesmo conhecer seu filho, que foi criado pelo tio, irmão de Edmond, Jasper Tudor, que será o tutor de Henrique e grande amor da vida de Margaret.

Seu segundo casamento, também arranjado, foi com o pacífico e pacato Sir Henry Stafford, filho do Duque de Buckingham, com quem permaneceu casada até a morte dele, decorrente de ferimentos em batalha. O casamento ocorreu em 1458 e ela tinha 15 anos de idade. Devido ao título de nobreza do filho, ele precisou ficar sob os cuidados da família do pai. 

Após ficar viúva pela segunda vez, veio a se casar novamente, em 1472, aos 29 anos, com pragmático Thomas Stanley, Conde de Derby, lorde condestável (uma espécie de chefe do exército) que foi seu companheiro de conspirações e que veio a ter papel decisivo na ascensão de Henrique VII ao poder. O casamento era apenas de fachada, um contrato para interesse de ambos, sem contato físico entre os dois, mas de grande cumplicidade.

Margaret passou grande parte de sua vida separada de seu filho e de Jasper, teve que conviver cordialmente contra a sua vontade na corte de York, mas nunca deixou de ter esperanças de ver seu filho, o verdadeiro herdeiro do trono da Inglaterra, coroado como rei. Conspirou o quanto pode e mesmo com sucessivas derrotas, manteve-se  paciente e firme em seu propósito até alcançá-lo. 

Pesam sobre ela terríveis suspeitas de que tenha encomendado a morte dos dois filhos do Rei Eduardo IV com Elizabeth Woodville, sua grande rival (a Rainha Branca, de Philippa Gregory). Os meninos, então com 13 e 9 anos, era os próximos na linha de sucessão, e foram presos na torre de Londres pelo tio, então rei Ricardo III, que os declarou ilegítimos. O misterioso desaparecimento dos dois, é um dos maiores enigmas da história. 

Mesmo sendo uma religiosa devota, é bem provável que ela tenha realmente desejado e contratado esse terrível assassinato, já que distorcia a sua interpretação das "vontades de Deus" conforme a sua própria conveniência. 

Só mesmo Deus para conhecer a verdade sobre esses fatos e só Ele para julgar e redimir a alma de Margaret Beaufort. Pelo menos em vida, ela alcançou a graça que tanto buscou, pois em 1485 seu filho foi coroado rei da Inglaterra. 

Para unir o país e colocar fim na guerra entre primos, Henrique se casou com a Elizabeth York, filha de sua maior rival e a quem a escritora Philippa Gregory retratou no livro "A Princesa Branca".



Richard III

 O desafio de interpretar Shakespeare

 “Há um tom muito específico que Shakespeare usava nas suas histórias, todos os atores sonham em interpretá-lo”, confirma o autor Laurence Fishburn, e justamente nas décadas de 40 e 50, havia um ator cuja especialidade era essa: Sir Laurence Olivier, até então considerado o maior ator do mundo. Olivier, praticamente sozinho, ressuscitou o teatro britânico clássico e ajudou a estabilizar a cultura inglesa, seu nome se tornou referência em interpretação, com inúmeros trabalhos marcantes no teatro e no cinema.  E não era só de Shakespeare que Laurence Olivier vivia, ele também havia feito papéis marcantes como, por exemplo, em O morro dos ventos uivantes (1939) e Rebecca – a mulher inesquecível (1940).

Embora Laurence Olivier seja considerado um antecessor de Marlon Brando no trono de melhor ator do mundo, seus estilos deles eram completamente diferentes, por exemplo: Olivier detestava improvisar, nem sequer cogitava essa possibilidade, passava as falas sempre da mesma maneira e tudo o que fazia, desde suas deixas até seus movimentos eram completamente pensados e ensaiados com antecedência. Laurence Olivier nunca se desviava do que havia planejado. O seguinte caso exemplifica muito bem a relação de Olivier com o estilo de atuação moderna: Em 1976, ele trabalhou ao lado de Dustin Hoffman – um ator do “método” – no drama Maratona da morte. Um dia, Laurence Olivier chegou ao set e se deparou com a seguinte situação: Dustin Hoffman com a cabeça baixa, suado, o semblante contraído, o sofrimento estampado em seu rosto. Sem entender nada, Olivier questionou: “o que está fazendo?”, “estou entrando no personagem”, respondeu Hoffman. Incrédulo, Olivier apenas retrucou: “por que você não tenta apenas representar?”. Na cabeça do shakespeariano, a profunda concentração de Dustin Hoffman era exagerada e desnecessária.

Já foram realizados mais de 420 projetos cinematográficos baseados na obra de Shakespeare, algumas muito fiéis ao texto original, outras nem tanto, algumas apenas vagas adaptações, mas a obra do autor inglês estava presente. William Shakespeare revolucionou o teatro inglês, escreveu poemas, crônicas, mas principalmente peças, e navegou pelos mais diversos gêneros, de comédias a tragédias. Sua linguagem ficou marcada, e mesmo após séculos de sua existência, sua obra ainda é extremamente influente e impactante.


Texto de Vitor Grané Diniz - página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram)
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Inglaterra, 1483.
 
Uma guerra civil divide o país, com a luta entre famílias rivais que disputam a coroa inglesa, a Guerra das Rosas.
 
A rosa vermelha é o símbolo da casa de Lancaster, e ao rosa branca é o emblema da casa de York.
 
A família rebelde de York luta contra o rei pelo direito ao trono de seu primogênito Eduardo. Seu irmão mais novo, o ambicioso Ricardo, Duque de Gloucester, vai à frente de seu exército.
 
Ele viria a se tornar o rei da Inglaterra, Ricardo III, após supostamente ter criado uma rede de intrigas e ter cometido ou encomendado alguns assassinatos, inclusive de familiares.
 
Essa reputação maligna do rei inglês mais controverso que já existiu foi endossada pela obra de William Shakespeare, "Richard III".
 
E a versão shakespeariana da estória do Rei Ricardo III pode ser apreciada no filme Richard III, de 1955, dirigida por Sir. Laurence Olivier, com a brilhante interpretação do próprio no papel principal.


 
 
Na segunda metade do século XV a Inglaterra estava bastante enfraquecida, vindo da disputa com França na Guerra dos Cem Anos.
 
 
Após o final dessa guerra, as famílias inglesas de York e Lencastre, ambas descendentes do Rei Eduardo III,  da dinastia Plantageneta, passam a disputar o trono, na guerra civil que ficou conhecida como Guerra das Rosas, e que acabou levando ao trono a casa da dinastia Tudor.




 



Uma outra brilhante montagem desse clássico é o filme também chamado Richard III, só lançada em 1995, e gravada de uma maneira muito ousada e inusitada, transportando exatamente a mesma estória para o ano de 1931, numa Inglaterra supostamente dominada pelos nazistas.




Texto de Lizandra Soave (YouTube / Filmow / Instagram)
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Richard III

O desafio de interpretar Shakespeare

 “Há um tom muito específico que Shakespeare usava nas suas histórias, todos os atores sonham em interpretá-lo”, confirma o autor Laurence Fishburn, e justamente nas décadas de 40 e 50, havia um ator cuja especialidade era essa: Sir Laurence Olivier, até então considerado o maior ator do mundo. Olivier, praticamente sozinho, ressuscitou o teatro britânico clássico e ajudou a estabilizar a cultura inglesa, seu nome se tornou referência em interpretação, com inúmeros trabalhos marcantes no teatro e no cinema.  E não era só de Shakespeare que Laurence Olivier vivia, ele também havia feito papéis marcantes como, por exemplo, em O morro dos ventos uivantes (1939) e Rebecca – a mulher inesquecível (1940).

Embora Laurence Olivier seja considerado um antecessor de Marlon Brando no trono de melhor ator do mundo, seus estilos deles eram completamente diferentes, por exemplo: Olivier detestava improvisar, nem sequer cogitava essa possibilidade, passava as falas sempre da mesma maneira e tudo o que fazia, desde suas deixas até seus movimentos eram completamente pensados e ensaiados com antecedência. Laurence Olivier nunca se desviava do que havia planejado. O seguinte caso exemplifica muito bem a relação de Olivier com o estilo de atuação moderna: Em 1976, ele trabalhou ao lado de Dustin Hoffman – um ator do “método” – no drama Maratona da morte. Um dia, Laurence Olivier chegou ao set e se deparou com a seguinte situação: Dustin Hoffman com a cabeça baixa, suado, o semblante contraído, o sofrimento estampado em seu rosto. Sem entender nada, Olivier questionou: “o que está fazendo?”, “estou entrando no personagem”, respondeu Hoffman. Incrédulo, Olivier apenas retrucou: “por que você não tenta apenas representar?”. Na cabeça do shakespeariano, a profunda concentração de Dustin Hoffman era exagerada e desnecessária.

Já foram realizados mais de 420 projetos cinematográficos baseados na obra de Shakespeare, algumas muito fiéis ao texto original, outras nem tanto, algumas apenas vagas adaptações, mas a obra do autor inglês estava presente. William Shakespeare revolucionou o teatro inglês, escreveu poemas, crônicas, mas principalmente peças, e navegou pelos mais diversos gêneros, de comédias a tragédias. Sua linguagem ficou marcada, e mesmo após séculos de sua existência, sua obra ainda é extremamente influente e impactante.


Texto de Vitor Grané Diniz - página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram)
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Inglaterra, 1483.
 
Uma guerra civil divide o país, com a luta entre famílias rivais que disputam a coroa inglesa, a Guerra das Rosas.
 
A rosa vermelha é o símbolo da casa de Lancaster, e ao rosa branca é o emblema da casa de York.
 
A família rebelde de York luta contra o rei pelo direito ao trono de seu primogênito Eduardo. Seu irmão mais novo, o ambicioso Ricardo, Duque de Gloucester, vai à frente de seu exército.
 
Ele viria a se tornar o rei da Inglaterra, Ricardo III, após supostamente ter criado uma rede de intrigas e ter cometido ou encomendado alguns assassinatos, inclusive de familiares.
 
Essa reputação maligna do rei inglês mais controverso que já existiu foi endossada pela obra de William Shakespeare, "Richard III".
 
E a versão shakespeariana da estória do Rei Ricardo III pode ser apreciada no filme Richard III, de 1955, dirigida por Sir. Laurence Olivier, com a brilhante interpretação do próprio no papel principal.


 
 
Na segunda metade do século XV a Inglaterra estava bastante enfraquecida, vindo da disputa com França na Guerra dos Cem Anos.
 
 
Após o final dessa guerra, as famílias inglesas de York e Lencastre, ambas descendentes do Rei Eduardo III,  da dinastia Plantageneta, passam a disputar o trono, na guerra civil que ficou conhecida como Guerra das Rosas, e que acabou levando ao trono a casa da dinastia Tudor.




 



Uma outra brilhante montagem desse clássico é o filme também chamado Richard III, só que lançada em 1995, e gravada de uma maneira muito ousada e inusitada, transportando exatamente a mesma estória para o ano de 1931, numa Inglaterra supostamente dominada pelos nazistas.




Texto de Lizandra Soave (YouTube / Filmow / Instagram)
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