O desafio de interpretar Shakespeare
“Há um tom muito específico que Shakespeare usava nas suas histórias, todos os atores sonham em interpretá-lo”, confirma o autor Laurence Fishburn, e justamente nas décadas de 40 e 50, havia um ator cuja especialidade era essa: Sir Laurence Olivier, até então considerado o maior ator do mundo. Olivier, praticamente sozinho, ressuscitou o teatro britânico clássico e ajudou a estabilizar a cultura inglesa, seu nome se tornou referência em interpretação, com inúmeros trabalhos marcantes no teatro e no cinema. E não era só de Shakespeare que Laurence Olivier vivia, ele também havia feito papéis marcantes como, por exemplo, em O morro dos ventos uivantes (1939) e Rebecca – a mulher inesquecível (1940).
Embora Laurence Olivier seja considerado um antecessor de
Marlon Brando no trono de melhor ator do mundo, seus estilos deles eram
completamente diferentes, por exemplo: Olivier detestava improvisar, nem sequer
cogitava essa possibilidade, passava as falas sempre da mesma maneira e tudo o
que fazia, desde suas deixas até seus movimentos eram completamente pensados e
ensaiados com antecedência. Laurence Olivier nunca se desviava do que havia
planejado. O seguinte caso exemplifica muito bem a relação de Olivier com o
estilo de atuação moderna: Em 1976, ele trabalhou ao lado de Dustin Hoffman –
um ator do “método” – no drama Maratona
da morte. Um dia, Laurence Olivier chegou ao set e se deparou com a
seguinte situação: Dustin Hoffman com a cabeça baixa, suado, o semblante
contraído, o sofrimento estampado em seu rosto. Sem entender nada, Olivier
questionou: “o que está fazendo?”, “estou entrando no personagem”, respondeu
Hoffman. Incrédulo, Olivier apenas retrucou: “por que você não tenta apenas
representar?”. Na cabeça do shakespeariano, a profunda concentração de Dustin
Hoffman era exagerada e desnecessária.
Já foram realizados mais de 420 projetos cinematográficos baseados na obra de Shakespeare, algumas muito fiéis ao texto original, outras nem tanto, algumas apenas vagas adaptações, mas a obra do autor inglês estava presente. William Shakespeare revolucionou o teatro inglês, escreveu poemas, crônicas, mas principalmente peças, e navegou pelos mais diversos gêneros, de comédias a tragédias. Sua linguagem ficou marcada, e mesmo após séculos de sua existência, sua obra ainda é extremamente influente e impactante.
Uma outra brilhante montagem desse clássico é o filme também chamado Richard III, só que lançada em 1995, e gravada de uma maneira muito ousada e inusitada, transportando exatamente a mesma estória para o ano de 1931, numa Inglaterra supostamente dominada pelos nazistas.
É muito interessante esta história de intrigas entre a família York e a família Lancaster. Não é a toa que inspirou Game of Thrones...
ResponderExcluirSe trata de uma séria de intrigas que inicia com o fraco rei Henrique VI, que recebe um forte apoio e vence Ricardo de York. Depois o filho, Eduardo de York vinga o pai, tomando o trono e mantendo o antigo rei cativo, com o apoio de um barão que era conhecido como "fazedor de reis", o Barão de Wareick. E por aí vai...
A história da Guerra das Rosas parece que foram uma longa série de batalhas pelo poder travadas entre a família Lancaster e a família York.
Abraços!