Um exército formado por 300 soldados espartanos, a "tropa de elite" dos exércitos gregos, comandada por Leônidas, enfrenta o numeroso exército do rei Xerxes da Pérsia, naquela que ficou conhecida como Batalha de Termópilas, a segunda das Guerras Médicas.
Essa é a história contada no filme Os 300 de Esparta, de 1962, do diretor polonés Rudolph Maté.
As Guerras Médicas:
Foram as guerras entre gregos e a Pérsia, e recebe esse nome porque os persas também eram chamados de medo-persas.
Havia conflitos de interesses comerciais entre os dois povos, pelo domínio do comércio e das comunicações no mar Egeu, que na época estava com os persas, que também dominavam algumas cidades gregas na Ásia Menor.
Os gregos ameaçavam essa hegemonia persa.
Em 498 a. C as cidades gregas (entre elas Mileto) se rebelaram contra os persas e a cidade de Atenas, na Grécia europeia decidiu apoiá-las.
Porém, em 490 a. C, os Persas, sob o domínio de Dario I, dominam a revolta, incendeiam a cidade de Mileto e invadem Atenas para puni-la por ter ficado ao lado das cidades revoltosas.
O exército ateniense, sob o comando de Milcíades, enfrentou sozinho o exército persa na cidade de Maratona, a 42 km de Atenas, e conseguiu derrotar o exército inimigo naquela que ficou conhecida como Batalha de Maratona.
O soldado Fidípedes foi então mandado a Atenas para dizer que os gregos haviam vencido a batalha. Chegando lá, após correr 42 km, ele apenas conseguiu dar a mensagem e caiu morto de ataque cardíaco. Essa é a origem das corridas de maratonas que são realizadas nos dias de hoje.
Segunda Guerra Médica - Batalha de Termópilas:
É o tema principal do filme em questão. O rei Xerxes, da Pérsia, filho de Dario I, possuía o maior e mais sofisticado exército do mundo na época e tinha o objetivo de tomar a cidade de Atenas.
Após a humilhante derrota de seu pai na Batalha de Maratona, Xerxes tinha sede de vingança contra os atenienses.
A Grécia daquela época não era um país unificado, mas sim um conjunto de cidades-estados que constantemente lutavam entre si pela supremacia na região. No entanto, todo o povo grego estava ameaçado pelas constantes invasões e pelo poderio dos persas.
Atenas, que até então era rival de Esparta, pede apoio a essa e a outras cidades gregas para lutarem juntos contras os persas e elas decidem ajudar. Esparta consultou o Oráculo de Delphos antes de tomar sua decisão. Essa foi a primeira vez que a Grécia se uniu em torno de um objetivo comum.
Assim é criada a Liga de Delos, ou a Confederação de Delos, que era a união dos gregos contras os persas.
Porém, o número de soldados persas era muito maior. Eram 7 mil gregos, liderados pelo rei de Esparta Leônidas e seus 300 soldados espartanos, contra 300 mil soldados persas.
Os gregos decidiram então fazer com que a batalha acontecesse em um local em que os persas ficassem em desvantagem, e o ponto escolhido foi o estreito ou o desfiladeiro de Termópilas.
Esse local foi estratégica e geograficamente escolhido pelos gregos porque dessa forma reduziriam o número de soldados persas com quem lutariam, anulando assim a vantagem numérica do inimigo.
A batalha durou três dias, e o esforço grego não foi suficiente para vencer Xerxes, no entanto, serviu para produzir uma baixa considerável em seu exército e ganhar tempo para que Temístocles, de Atenas, conseguisse proteger um canal no estreito de Artemísio, por onde os navios persas pretendiam entrar.
Ao perceber que a morte seria inevitável, muitos soldados gregos debandaram ou foram dispensados por Leônidas. Mas ele não dispensou os 300 soldados espartanos que tinham vindo com ele, e esses lutaram até a morte, marcando seu feito heroico pela eternidade.
Assim os gregos liderados pelos espartanos perderam a batalha mas ganharam tempo para as outras batalhas fossem preparadas.
A Batalha de Termópilas "determinaria o curso da civilização ocidental e o destino da democracia".
Falamos sobre ela com mais detalhes na postagem dos filme 300.
Terceira Guerra Médica - Batalha de Salamina
Após a vitória de Xerxes em Termópilas, o exército persa consegue avançar para dentro da Grécia e realiza seu objetivo de destruir a cidade de Atenas.
Porém, o experiente general ateniense Temístocles já previa o que iria acontecer e já havia evacuado a cidade, reduzindo assim o número de baixas gregas.
Temístocles havia combatido na Batalha de Maratona e sabia que os persas eram experientes guerreiros em terra mas tinham deficiências quando as batalhas eram travadas no mar.
Então ele conseguiu uma maneira de atrair os navios persas, muito mais numerosos que os gregos, para os Estreitos de Salamis, onde conseguiu derrotar os persas, utilizando um poderoso tipo navio criado por ele, o trirreme. Essa batalha ficou conhecida como Batalha de Salamina.
Assim os gregos venceram as Guerras Médicas e a cidade de Atenas despontou como a principal cidade grega.
Um pouco mais sobre a Grécia Antiga...
Na postagem sobre o filme Tróia falamos um pouco sobre os primeiro grande período da Grécia Antiga, a História Creto-Micênica, que se inicia por volta de 2000 a. C e vai até o séc. VIII a. C.
Vimos que ele era dividido em dois sub-períodos:
- Período Pré-Homérico
- Período Homérico
A História da Pólis também é dividida em dois sub-períodos:
- Período Arcaico
- Período Clássico
Período Arcaico:
Esse período se inicia após a guerra de Tróia e vai até as guerras médicas. É marcado pelo destaque de duas cidades-estados: Atenas e Esparta
Atenas tem o comércio como principal atividade e sua sociedade é formada por:
- eupátridas (homens livres)
- georgóis (ficam com as piores terras)
- demiurgos (georgóis que não conseguiram terras e trabalham no comércio)
- thetes (homens sem terra)
- escravos
Quando os bebês nasciam com algum tipo de deficiência, eram jogados de um precipício para que sobrevivessem apenas aqueles que teriam condições de lutar.
O treinamento militar era extremo e os espartanos eram considerados "a tropa de elite" dos exércitos gregos.
Sua sociedade era formada por:
- esparciatas (homens livres)
- periecos (sem direitos políticos)
- hilotas (escravos)
Esse período começa após as guerras médicas e vai até a tomada da Grécia pelos macedônios.
Nele está o período da Atenas Democrática, conhecido como Século de Péricles, ou Século de Ouro, que vai de 461 a. C a 429 a. C, quando ocorreu enorme desenvolvimento tecnológico, nas artes e na filosofia.
Esparta, revoltada com o imperialismo de Atenas após as Guerras Médicas, resolve criar a Liga do Peloponeso, formada em conjunto com outras cidades e luta contra Atenas em 431 a. C, saindo vitoriosa.
No entanto, toda a Grécia fica enfraquecida e sofre a invasão dos macedônios liderados por Filipe II e seu filho, Alexandre III, o Grande, dando início ao helenismo, mais detalhado na postagem do filme Alexandre.