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A Queda de Troia

O curta-metragem italiano de 30 minutos "La Caduta di Troia", do diretor Giovanni Pastrone, foi apresentado pela primeira vez em 1911.

Ele conta a história dos últimos momentos da cidade de Troia, depois de ser atacada pelos Aqueus, os povos que viviam na Grécia no período de aproximadamente 1.200 a.C.



O diretor Giovanni Pastrone (1883-1959) foi um dos pioneiros mais inovadores do cinema. Começou a trabalhar em 1905, aos 22 anos de idade, como Assistente Administrativo na área de Contabilidade da empresa Carlo Rossi & Company, em Turim, na Itália.
 
Em 1907 tornou-se Diretor Administrativo da empresa, que passou a se chamar Italia Film em 1908 . Ele passou a ser sócio proprietário e reformulou o processo de produção de filmes.
 
Antes de "A Queda de Troia", Pastrone já tinha dirigido outros 3 curtas, mas esse foi o primeiro filme de 30 minutos sem interrupções produzido até então.


Giovanni Pastrone (1883-1959)

O estilo do filme é bem "operesco", mas com muita qualidade técnica para os recursos da época. Esse filme ainda usava planos ou enquadramentos fixos. Pastrone foi pioneiro no recurso de deslocamento da câmera sobre carrinho, mas ele só viria a usar essa técnica no filme "Cabiria", de 1914, um de seus maiores sucessos.


 
 
 

Tróia

Grécia, século VIII a.C.

O poeta grego Homero escreve os poemas Ilíada e Odisseia, relatando no primeiro, a Ilíada,  como ocorreu a guerra entre gregos e troianos, cujo estopim foi o rapto de Helena, princesa de Esparta, na Grécia, por Páris, príncipe de Tróia, e no segundo, Odisseia, como foi a viagem de volta para a Grécia, após a guerra, do rei e guerreiro Ulisses, ou Odisseu.

E é sobre a primeira estória, a Ilíada, que se refere o filme TRÓIA, que inaugura o ciclo de postagens sobre Grécia Antiga, esse fascinante tema.



A Ilíada conta a história da lendária guerra entre a Grécia e cidade de Tróia, situada onde hoje é a Turquia, que teria ocorrido por volta do ano 1200 a.C.

Menelau, rei da cidade grega de Esparta, irmão do bravo guerreiro Agamenon, rei de Micenas, era casado com a bela Helena. Ele estava recebendo a visita amistosa dos príncipes de Tróia, Heitor e Páris, filhos do rei Príamo.

Porém Páris, o mais novo, se apaixona por Helena e a leva com ele na sua viagem de volta para Tróia. Enfurecido, o rei Menelau pede a ajuda do irmão, Agamenon, e de todos os outros reis e guerreiros gregos, para trazer Helena de volta. Além desse motivo, também era interesse de Agamenon conquistar o poder sobre a cidade de Tróia.

Entre os principais guerreiros gregos estavam Aquiles e Ulisses.

Aquiles, (vivido no filme por Brad Pitt) nasceu na cidade de Larissa e era o mais brilhante guerreiro aliado de Agamenon. Estava em busca de fama e notoriedade, desejando que seu nome fosse lembrado por toda a eternidade. Ele viveria um romance com Briseida, a prima de Heitor e Páris, e sacerdotisa do templo de Apolo, que havia sido raptada pelos gregos.

Ulisses, também conhecido como Odisseu, era da ilha de Ítaca. Aliou-se a Agamenon temendo pela segurança de sua região, caso ficasse contra o poderoso rei.

Eis que se inicia a guerra que duraria longos dez anos. Ao final, com o exército grego já bastante desgastado por não conseguir invadir os muros da cidade de Tróia, Ulisses tem a grande ideia de construir um cavalo de madeira e oferecer presente a Tróia, dando a entender que a Grécia estava batendo em retirada, aceitando sua derrota.

No entanto, ao colocar o cavalo de madeira conhecido hoje em dia como "presente de grego" para dentro da cidade, Tróia permitiu que os guerreiros gregos escondidos dentro dele abrissem os portões para o restante do exército que também estava escondido perto dali, tomando assim a cidade definitivamente.

Um sobrinho do rei Príamo, Enéas, conseguiria escapar do incêndio de Troia e fugir pelo mar Mediterrâneo, vindo a fundar futuramente a cidade de Roma, como relatado no poema Eneida, de Virgílio.


Um pouco mais sobre a Grécia Antiga antes dos Poemas Homéricos:

Localização -  quando falamos da Grécia de 3.000 anos atrás estamos falando do mundo mediterrânico, ou da Hélade, formada pelos seguintes locais:

- sul dos Balcãs (Grécia continental)
- Península do Peloponeso (Grécia peninsular)
- ilhas do Mar Egeu (Grécia insular)
- colônias na costa da Ásia Menor e no sul da Península Itálica (Magna Grécia)

Períodos - a história da Grécia antiga é dividida em dois grandes períodos, com duas subdivisões cada um:

- História Creto-Micênica (2000 a.C - VIII a. C)
  • período Pré-Homérico
  • período Homérico
- História da Pólis (VIII a. C - II a. C)
  • período Arcaico
  • período Clássico

Período Pré-Homérico:

Vai do apogeu à decadência da população da ilha de Creta, a maior ilha do mar Egeu, que foi povoada por tribos provenientes da Ásia Menor, formando a sociedade cretense ou minoica.

Creta também é conhecida por causa do mito do Minotauro.

Minotauro


Entre 3000 e 2000 a. C, os povos aqueus chegaram à Hélade (Grécia Antiga), onde fundaram a cidade de Micenas e a civilização micênica. Nesse período predominava a talassocracia, ou governo dos mares.

Entre 2000  e 1200 a. C os povos eólios e jônios atingiram a Península Balcânica, e invadiram a ilha de Creta de maneira pacífica.

Por volta de 1400 a. C os aqueu (micênicos, ou vindos da cidade de Micenas) dominaram os cretenses, formando a civilização creto-micênica, e o foco passa da ilha para o continente.

Então, por volta de 1300 e 1200 a. C, chegam um dos povos mais importantes da época, os dórios, formados por bravos guerreiros que destruíram a civilização creto-micênica e conquistaram a Grécia, pondo fim à Idade do Bronze e dando início à Idade Grega das Trevas.

Nesse período ocorreu a Primeira Diáspora Grega, ou seja, a migração dos gregos que saíram em fuga para outros lugares, favorecendo a dispersão da cultura grega.


Período Homérico:

Esses períodos recebem os nomes de Homérico e Pré-Homérico por causa dos poemas escritos pelo poeta grego Homero, a Ilíada e a Odisseia, os quais são uma das maiores fontes de informação daquela época.

Homero
 
 
Nesse período inicia-se a constituição das comunidades gentílicas, formadas pelos genos (famílias), cuja autoridade máxima era o pater, e a unidade econômica era o Oiko.

A principal atividade econômica era a agrícola e ocorreu o aparecimento da propriedade privada e da aristocracia.

O crescimento populacional, o enfraquecimento do solo e a disputa por terras provocaram a Segunda Diáspora Grega.

A sociedade gentílica não possuía um governo, então,  por volta do século VIII a. C, começaram a surgir as cidades-Estados, ou Pólis, marcando o início do segundo grande período da história da Grécia Antiga, a História da Pólis, do qual falaremos em outras postagens.


Resumo da Ilíada:

Canto I

- O sacerdote do templo de Apolo, Crises, vai ao acampamento dos gregos para tentar resgatar a filha Criseida, sequestrada e entregue ao rei Agamemnon como espólio de guerra. O atreide (Agamemnon, filho de Atreu) se recusa a devolver a moça e expulsa o pai dela de lá furiosamente.

- Crises pede então a ajuda de Apolo e com suas flechas o deus lança pestes e doenças para o acampamento dos gregos.

- Os gregos então decidem consultar os oráculos para saber o que está causando toda aquela onda de má sorte sobre eles. O vidente Calcas se apresenta como adivinho capaz de interpretar os sinais da natureza. Ele pede que Aquiles o defenda da ira de Agamemnon para que ele possa revelar a causa do descontentamento de Apolo. Aquiles então garante a sua segurança e Calcas revela a que a razão é a moça sequestrada, Criseida. 

- Agamemnon de fato fica furioso com o áugure. Decide devolver o prêmio mas exige uma compesação. Ele quer a Briseida, espólio de Aquiles que o havia afrontado e ameaçado voltar a casa.

- Aquiles, irado, pensa em sacar a espada e matar Agamemnon ali mesmo pela afronta, mas a deusa Palas Atena o segura pelos cabelos, enviada por Hera. Ela aconselha que Aquiles aguarde o momento certo de sua revanche. 

- O ancião Nestor, rei de Pilos, filho de Neleu e neto de Poseidon,  intervem na briga.

Canto II

Exército Grego:

Região: Beócia
Comandantes: Pemeleu, Protoénor, Lito, Arcesilau e Clônio
Naves: 150 com 18.000 homens
Cidades:

Áulide Eritras Haliarto
Híria Eleona Platéia
Esqueno Peteona Glissa
Escolo Hila Hipotebas
Eteono Ocaleia Onquesto
Téspio  Medeona Arna
Graia Tisbe Nisa
Micalesso Eutrêssio Mideia
Harma Copas Antédon
Iléssio Coroneia  


Região: Beócia
Comandantes: o irmãos Ascálafos (Argonauta) e Iálmeno
Naves: 30 com 3.600 homens
Cidades: 

Asplédon Orcômeno Mínias