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Rebelião em Alto Mar

 Filme de 1984, do diretor neozelandês Roger Donaldson, ilustra o texto abaixo, de Vitor Grané Diniz da página "Noites de Cinema" - , a respeito do motim a bordo do navio HMS Bounty, uma história real ocorrida em 1787.




Filmes sobre o Bounty

Até hoje já foram realizados alguns filmes sobre a revolta do Bounty, os principais foram: O grande motim (1935), O grande motim (1962) e Rebelião em alto mar (1984). O primeiro foi um enorme sucesso e é considerado o melhor, com um forte elenco encabeçado por Charles Laughton, Franchot Tone e Clark Gable. Gable fez o papel de Fletcher Cristian, o astro apresenta o personagem de forma viril e heroica, que lidera o motim com pulso firme e convicção, bem diferente do que faria Marlon Brando anos depois. Nesse sentido, a versão de Fletcher Cristian interpretada por Mel Gibson no filme de 1984 está muito mais próxima à versão de Brando do que de Gable. Tanto no filme de 1962 quanto no de 1984, Fletcher Cristian se vê em um beco sem saída, tomado pelo desespero e por um sentimento de revolta, ele toma a posse do navio sem creditá-lo com um ato heroico. Aliás, a versão de 1984 é amplamente considerada por críticos e especialistas como a mais fiel aos fatos, pois nesse filme não há heróis ou vilões, mas sim excessos e exageros de ambos os lados, o capitão Bligh, interpretado por Anthony Hopkins é mais “humanizado” do que nas versões de Charles Laughton e Trevor Howard.

Dentre as três versões, pode-se dizer com certeza, que a de 1962 é a que mais se distancia dos fatos reais, basta comparar os finais dos três filmes, o único em que Fletcher Cristian morre é na versão com Marlon Brando, ele falece na praia em meio à sua esposa e amigos, uma morte muito poética com diálogos existencialistas e humanistas, onde ele expõe sua generosidade, dignidade e amor. Porém ainda assim, a morte retratada no filme é bem diferente da vida real, a versão oficial conta que Fletcher Christian morreu assassinato por outros habitantes da ilha em 1793. No filme, Fletcher morre após tentar recuperar alguns objetos do Bounty, que estava sendo destruído pelo fogo. Já nas duas outras versões, é o próprio Fletcher Cristian que ateia fogo no navio. Nunca se soube o verdadeiro destino do amotinado, por isso ele não é especificado nos filmes de 1935 e de 1984, apenas na versão de 1962.


Texto de Vitor Grané Diniz, página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram)

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O Príncipe Encantado

Filme de 1957, do diretor britânico Laurence Olivier, numa inusitada parceria com a atriz Marilyn Monroe, está ambientado na Inglaterra de 1911, durante a coroação do rei George V. 

Foi escolhido para ilustrar o texto abaixo, sobre a moda e o cinema dos anos 50, redigido por Vitor Grané Diniz, da página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram).





Os anos 50, assim como as décadas anteriores, tinha um específico padrão de beleza social dominante, por exemplo, anos 10: Charles Dana Gibson cria um esteriótipo de beleza denominado “Gibson girl”, a mulher elegante, educada, bem vestida, alta, magra, cabelos ondulados. Já o padrão de beleza masculino seria o do atleta, o artista de circo, os construtores civis, quase sempre com seus desenhados e bem cuidados bigodes; anos 20: as mulheres adotaram o estilo melindrosa, corpo magro, cabelos curtos, sobrancelhas finas, olhos delineados e lábios em formato de coração. Quanto aos homens, foi substituído o padrão de força bruta da década anterior pelos rostos lisos e cabelos bem penteados, no estilo músico de jazz. Apelidado de “amante latino”, o italiano Rodolfo Valentino é considerado o primeiro sex symbol do cinema; anos 30: a primeira década em que atrizes de cinema passaram a efetivamente servir de inspiração e referência no quesito de moda e beleza, maçãs do rosto mais salientes, cílios longos, sobrancelhas arqueadas e curvas suaves no corpo. O padrão masculino também sofre influência do cinema, Clark Gable passa a ser referência de beleza e estilo com seu bigode ralo e cabelo bem penteado, e para complementar a imagem, o charuto e o uísque complementavam a postura; anos 40: em plena Segunda Guerra, a mulher adota um padrão que combinava refinamento e força, logo, mulheres com ombros largos se tornaram um diferencial. O visual masculino também foi influenciado, os cabelos ultra penteados deixaram de ser moda, e em seu lugar foi adotado um corte militar. Enfim, chegamos aos anos 50: a mulher ideal deveria ter seios arrebitados, ombros estreitos, pernas longas, aparência ingênua, porém provocativa, cabelos cacheados e pele clara, e se fosse loira, melhor ainda. Já os homens adotaram uma postura mais viril, lábios carnudos, força física, queixos marcados e cicatrizes eram um charme a parte. Com base nessa análise, é possível afirmar que Marlon Brando e Marilyn Monroe foram, certamente, os dois maiores ícones sexuais de sua época.

Marilyn Monroe foi a prova viva de que assim como a beleza ajuda a trazer fama, popularidade, dinheiro e status, ela também pode atrapalhar e muito. Inúmeros artistas talentosos acabaram não tendo o devido reconhecimento justamente por terem sido ofuscados por seus atributos físicos.

Em sua época Marilyn Monroe não foi devidamente reconhecida como uma grande atriz, sua fama se baseava em sua imagem, seu carisma e no que ela representava em praticamente todos os seus filmes, o papel de “loura burra”. Em determinado momento da carreira essa pecha chegou a incomodá-la tanto que ela decidiu estudar interpretação no Actors studio, onde seria uma das mais novas pupilas de Lee Strasberg.

O objetivo de Monroe era ser reconhecida pelo seu talento como intérprete e não apenas como sex symbol. Ela foi buscar ajuda justamente na escola onde Marlon Brando havia se formado e cujo “método” ajudara a popularizar, ela queria ser igual a ele não apenas no tocante ao sex symbol, mas também no tocante ao talento. No entanto, é fato que as atrizes levaram muito mais tempo para terem seus nomes e imagens ligadas ao “método” do que atores como Brando, Dean, Clift e Newman. Isso se explica porque a maior parte das atrizes ainda seguiam a tradição do glamour e do estrelato em Hollywood, destaquemos o exemplo de Ava Gardner, Susan Hayward, Elizabeth Taylor, Grace Kelly, Audrey Hepburn, e de certa maneira, a própria Marilyn Monroe.

E nessa nova fase da carreira, Monroe foi trabalhar justamente com Laurence Olivier, o ator mais tradicional e conservador que se podia imaginar. Eles fizeram par romântico na comédia O príncipe encantado (1957), e para piorar, Olivier era também o diretor da obra. Marilyn fez questão de ir aos sets sempre acompanhada de Paula Strasberg, esposa de Lee e professora de atuação; a loura sempre buscava alguns minutos extras para se concentrar e entrar na personagem, e não dava um único passo sem o aval de Paula. Olivier, como não queria constranger sua estrela principal, tratava de ter extrema paciência.


Texto de Vitor Grané Diniz, da página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram)

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Richard III

 O desafio de interpretar Shakespeare

 “Há um tom muito específico que Shakespeare usava nas suas histórias, todos os atores sonham em interpretá-lo”, confirma o autor Laurence Fishburn, e justamente nas décadas de 40 e 50, havia um ator cuja especialidade era essa: Sir Laurence Olivier, até então considerado o maior ator do mundo. Olivier, praticamente sozinho, ressuscitou o teatro britânico clássico e ajudou a estabilizar a cultura inglesa, seu nome se tornou referência em interpretação, com inúmeros trabalhos marcantes no teatro e no cinema.  E não era só de Shakespeare que Laurence Olivier vivia, ele também havia feito papéis marcantes como, por exemplo, em O morro dos ventos uivantes (1939) e Rebecca – a mulher inesquecível (1940).

Embora Laurence Olivier seja considerado um antecessor de Marlon Brando no trono de melhor ator do mundo, seus estilos deles eram completamente diferentes, por exemplo: Olivier detestava improvisar, nem sequer cogitava essa possibilidade, passava as falas sempre da mesma maneira e tudo o que fazia, desde suas deixas até seus movimentos eram completamente pensados e ensaiados com antecedência. Laurence Olivier nunca se desviava do que havia planejado. O seguinte caso exemplifica muito bem a relação de Olivier com o estilo de atuação moderna: Em 1976, ele trabalhou ao lado de Dustin Hoffman – um ator do “método” – no drama Maratona da morte. Um dia, Laurence Olivier chegou ao set e se deparou com a seguinte situação: Dustin Hoffman com a cabeça baixa, suado, o semblante contraído, o sofrimento estampado em seu rosto. Sem entender nada, Olivier questionou: “o que está fazendo?”, “estou entrando no personagem”, respondeu Hoffman. Incrédulo, Olivier apenas retrucou: “por que você não tenta apenas representar?”. Na cabeça do shakespeariano, a profunda concentração de Dustin Hoffman era exagerada e desnecessária.

Já foram realizados mais de 420 projetos cinematográficos baseados na obra de Shakespeare, algumas muito fiéis ao texto original, outras nem tanto, algumas apenas vagas adaptações, mas a obra do autor inglês estava presente. William Shakespeare revolucionou o teatro inglês, escreveu poemas, crônicas, mas principalmente peças, e navegou pelos mais diversos gêneros, de comédias a tragédias. Sua linguagem ficou marcada, e mesmo após séculos de sua existência, sua obra ainda é extremamente influente e impactante.


Texto de Vitor Grané Diniz - página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram)
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Inglaterra, 1483.
 
Uma guerra civil divide o país, com a luta entre famílias rivais que disputam a coroa inglesa, a Guerra das Rosas.
 
A rosa vermelha é o símbolo da casa de Lancaster, e ao rosa branca é o emblema da casa de York.
 
A família rebelde de York luta contra o rei pelo direito ao trono de seu primogênito Eduardo. Seu irmão mais novo, o ambicioso Ricardo, Duque de Gloucester, vai à frente de seu exército.
 
Ele viria a se tornar o rei da Inglaterra, Ricardo III, após supostamente ter criado uma rede de intrigas e ter cometido ou encomendado alguns assassinatos, inclusive de familiares.
 
Essa reputação maligna do rei inglês mais controverso que já existiu foi endossada pela obra de William Shakespeare, "Richard III".
 
E a versão shakespeariana da estória do Rei Ricardo III pode ser apreciada no filme Richard III, de 1955, dirigida por Sir. Laurence Olivier, com a brilhante interpretação do próprio no papel principal.


 
 
Na segunda metade do século XV a Inglaterra estava bastante enfraquecida, vindo da disputa com França na Guerra dos Cem Anos.
 
 
Após o final dessa guerra, as famílias inglesas de York e Lencastre, ambas descendentes do Rei Eduardo III,  da dinastia Plantageneta, passam a disputar o trono, na guerra civil que ficou conhecida como Guerra das Rosas, e que acabou levando ao trono a casa da dinastia Tudor.




 



Uma outra brilhante montagem desse clássico é o filme também chamado Richard III, só lançada em 1995, e gravada de uma maneira muito ousada e inusitada, transportando exatamente a mesma estória para o ano de 1931, numa Inglaterra supostamente dominada pelos nazistas.




Texto de Lizandra Soave (YouTube / Filmow / Instagram)
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Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (You Only Live Twice)

Quinto filme da franquia, do ano de de 1967, agora com o diretor Lewis Gilbert. É o penúltimo filme que traz o ator escocês Sean Connery no papel de James Bond. 




O prológo mais uma vez começa com a morte de James Bond, dessa vez na China. Mas calma, porque trava-se apenas de uma encenação para despistar a atenção da SPECTRE e ganhar tempo para que o espião possa se dedicar à sua verdadeira missão, dessa vez no Japão, onde uma misteriosa nave espacial havia pousado,  tendo literalmente "engolido" a cápsula americana Júpiter 16, que estava realizando a quarta volta em torno da terra levando dois astronautas.



O rapto da cápsula espacial levava o governo dos EUA a pensar que era um ataque da Rússia, o que poderia desencadear a Terceira Guerra Mundial a qualquer momento, mesmo os russos afirmando categoricamente que não foram os responsáveis pelo ocorrido.

A Inglaterra, por sua vez, acredita que os russos estejam dizendo a verdade e mandam James Bond dar início às investigações no Japão, onde contará com a ajuda do seu aliado local, Tiger Tanaka, chefe do Serviço Secreto Japonês e responsável por uma escola de formação de ninjas modernos.


Locação em Oslo - Magero Radar Station



Após muitas investigações bem ao estilo do 007, sempre com muitas lutas com adversários, encontros com belas e perigosas mulheres, e fazendo uso das traquitanas tecnológicas desenvolvidas por "Q", Bond acaba suspeitando do local onde a nave se encontra, próximo a um vulcão inativo em uma ilha.

Para conseguir acessar o local sem levantar suspeitas, Bond se casa com uma moça japonesa aliada, moradora da ilha, Kissy Suzuki, e se passa por pescador. Kissy é vivida pela atriz japonesa Mie Hama.

Mie Hama como Kissy Suzuki

Cultura Japonesa:


A cultura japonesa é apresentada ao público inicialmente pelo cenário altamente iluminado e tecnológido que já definia a cidade de Tókio na década de 60. Uma arena com lutadores de sumô também compõe a ambientação oriental. 

A arquitetura sofisticada bem característica, aliando tecnologia com uma simplicidade minimalista também está muito presente na fotografia.. 

A escola de formação de ninjas teve como locação o castelo "Garça Branca" na cidade de Himeji. O Himeji-Jo é um palácio que foi sendo construído e restaurado ao poucos desde 1300 a 1600 aproximadamente, e atualmente é reconhecido como Patrimônio Mundial da Humanidade.


Himeji-Jo


Nesse filme conhecemos pela primeira vez o "número 1" da SPECTRE, o polonês Ernst Stavro Blofeld, o vilão arqui-inimigo de James Bond, interpretado pelo ator Donald Pleasence.


Donald Pleasence como Blofeld



Como inovação tecnológica do "Q" vemos a "Little Nelly", um girocóptero todo equipado com armas e pequenos mísseis.



Curiosidades:

-  O livro é baseado no livro de mesmo nome do escritor Ian Fleming, de 1962, escrito logo após Fleming ter sofrido um ataque cardíaco. No início do livro está a frase: "Só vives duas vezes: quando nasces e quando tens a morte à tua porta.". 

- O filme contou com um orçamento de US$ 9,5 milhões, rendendo em bilheterias US$ 111 milhões em valores reais, que reajustados correspondem a US$ 739 milhões. Nada mal hein!

- A cápsula Júpiter 16 era um nome fictício para as cápsulas reais do Projeto Gemini do programa espacial dos EUA, que levavam dois astronautas para a órbita da Terra e permitiram a primeira caminhada espacial de um astronauta americano, fato que também é mostrado no filme. O projeto durou de 1961 até 1966 com 12 missões realizadas. Ele sucedeu o Projeto Mercúrio, abordado no filme Dr. No, e precedeu o Projeto Apollo, que levaria o homem à Lua. O termo "Capecomm", que também aparece no filme, refere-se ao controlador de vôo responsável pela comunicação com a cápsula.

Cápsula fictícia Júpiter 16

Cápsula real do Projeto Gemini


Insígnia do Projeto Gemini




- A trilha sonora novamente foi composta por John Barry e a música tema foi interpretada pela cantora Nancy Sinatra.

You only live twice

You only live twice, or so it seems
One life for yourself, and one for your dreams
You drift through the years and life seems tame
Till one dream appears and love is its name
And love is a stranger who'll beckon you on
Don't think of the danger or the stranger is gone
This dream is for you, so pay the price
Make one dream come true, you only live twice
And love is a stranger who'll beckon you on
Don't think of the danger or the stranger is gone
This dream is for you, so pay the price
Make one dream come true, you only live twice



007 Contra a Chantagem Atômica (Thunderball)

Quarto filme da franquia, de 1965, traz de volta o diretor Terence Young e o ator Sean Connery continua no papel do espião James Bond. Baseado no livro de mesmo nome do escritor Ian Fleming, de 1961.



O prólogo se passa durante um velório na França onde o caixão traz as iniciais JB, mas felizmente não se trata de James Bond e sim um integrante francês da SPECTRE, o número 6, coronel  Jacques Bouvar, que na verdade se faz de morto mas está disfaçado no lugar de sua esposa. Bond percebe a farsa quando a viúva abre ela mesma a porta do carro. No palacete da viúva, Bond espera pelo farsante e numa luta travada entre os dois Bouvar acaba morto por Bond, que foge com uma mochila a jato criada por Q.

Logo em seguida conhecemos, ainda em Paris, o vilão Emilio Largo, número 2 da SPECTRE, vivido pelo ator italiano Adolfo Celi. Ele se reúne secretamente com os outros membros da organização para prestação de contas com o número 1, e discutirão também a Operação OTAN.


Adolfo Celi como Emilio Largo

Um dos integrantes dessa organização irá se fazer passar por um piloto da OTAN que irá transportar duas bombas atômicas. Esse avião será então sequestrado e as bombas serão usadas para chantagear a Inglaterra e os Estados Unidos em troca de cem milhões de libras esterlinas.

Todos os agentes 00 são então chamados por M para uma reunião e saem em busca de pistas dos vilões. Mas Bond já sabia por onde começar suas buscas, e seria localizando a irmã do piloto.

A bond girl é Domino, vivia pela atriz francesa Claudina Auger, que já tinha sido miss França. A atriz também precisou de dublagem. Ela era irmã do piloto verdadeiro da OTAN, morto pela SPECTRE.


Claudine Auger como Domino

As locações principais aconteceram em Nassau, nas Bahamas, e um dos problemas encontrados, já que muitas cenas eram subaquáticas, era a quantidade de tubarões.

- Naquela é epoca o esporte de mergulho autônomo, scuba diving, estava se popularizando.

- O agente da Cia Felix Leiter também aparece nesse filme, agora com o ator americano Rik Van Nutter.

- O filme venceu o Oscar de melhores efeitos visuais em 1966, e foi o filme mais rentável de toda a franquia até o momento.

- A música tema, composta por John Barry, foi lindamente interpretada pelo cantor galês Sir Tom Jones.


Thunderball
(Tom Jones)

He always runs while others walk;
He acts while other men just talk.
They call him the winner who takes all;
And he strikes like Thunderball
He knows the meaning of success;
His needs are more so he gives less.
He looks at this world and once in all;
Then he strikes like Thunderball
Any woman he wants, he'll get;
He will break any heart without regret

His days of asking are all gone;
His fight goes on, and on, and on.
But he thinks that the fight is worth it all;
So he strikes like Thunderball

Assista também ao meu vídeo no YouTube falando sobre esse filme:

007 Contra o Satânico Dr. No

Filme de 1962, do diretor Terence Young, marca a estreia da franquia de enorme sucesso que traz o fictício agente secreto 007, James Bond, para as telas do cinema, aqui interpretado pelo ator escocês Sean Connery, então com 32 anos de idade.




O filme se passa no Caribe, na ilha da Jamaica e a primeira "Bond girl" é vivida pela atriz suíça Ursula Andress, no papel da caçadora de conchas Honey Ryder



Apesar de se tratar de uma ficção, não apenas esse filme mas quase toda a saga James Bond traz a temática da corrida espacial, da guerra fria, rivalidade com a Rússia, além do mundo da espionagem pelas agências de inteligência dos principais países, principalmente a britânica MI-6 (equivalente à CIA americana e KGB russa).

Basesado no livro Dr. No, do escritor britânico Ian Fleming, criador do personagem que iria marcar gerações. 




Trabalhando a serviço da rainha da Inglaterra, sob o código 007, Bond tinha "licença para matar", assim como todos os agentes com prefixo 00.

Nessa história um outro agente do MI-6, John Strangways, baseado na Jamaica, é assassinado juntamente com sua secretária. Ele estava colaborando com a CIA na investigação de interferências por sinais de radio nos lançamentos dos foguetes americanos no Cabo Canaveral.

O vilão, o chinês Dr. No, ex membro da organização mafiosa TONG, trabalha agora para a organização SPECTRE - Special Executive for Counter-Intelligence, Terrorism, Revenge and Extortion, e tem o objetivo de boicotar os lançamentos de foguetes americanos do Projeto Mercúrio e dar inínio à guerra entre EUA  e União Soviética. Ele tem próteses metálicas no lugar das mãos devido ao contato com material radiativo.



É justamente na ilha da organização que a bela Honey Ryder está colhendo conchas valiosas e acaba se envolvendo perigosamente na operação de combate de James Bond.


Outros personagens recorrentes na franquia são: 

- "M": chefe do MI-6

- "Q": Major Boothroyd, mestre de armas (Quartermaster), inventor das sofisticados engenhos tecnológicos usados por Bond em suas missões (não aparecem nesse filme Dr. No)

- Miss Moneypenny: secretária de "M"


Curiosidades:

- Como em todos os filmes da série, temos a presença de cenas em cassinos, geralmente com o jogo "Chemin de Fer" ou Bacará. 

- A arma preferida de James Bond é a italiana Beretta. 

- A patente de James Bond na marinha britânica era a de Comandante.

- O drink "batido, e não mexido" pedido sempre por Bond, é o Vesper, em homenagem à Bond Girl do primeiro livro, Cassino Royale. Leva vodka, gim e vermute branco (Lillet Blanc), além de azeitona verde e casca de limão.

- O Projeto Mercúrio fazia parte do programa de exploração espacial da NASA, criada em 1958, e foi o primeiro projeto a contar com uma tripulação (na verdade apenas um astronauta por vôo)  e tinha o objetivo de realizar vôos na órbita da Terra . Durou de 1958 até 1963 e foi sucedido pelo Projeto Gemini e pelo Projeto Apollo, que levou o homem à Lua.






Sobre o autor Ian Fleming:

Nascido em Londres, em 1908, no seio de uma família rica e influente, até a juventude Fleming enfrentou a pressão de sofrer comparações com o pai, um herói da Primeira Guerra, e com o bem sucedido irmão mais velho, além de ter uma mãe autoritária e dominadora.

Depois de uma experiência como repórter, onde já começou a se envolver com o mundo da espionagem, ele foi convidado para trabalhar no MI6, como assistente do diretor, o General Godfrey. Ali ele acumulou experiências e conhecimentos que ele utilizaria em seus romances anos mais tarde, quando começou a escrever, em 1952, na sua casa Goldeneye, na Jamaica, onde passava 3 meses por ano, durante suas férias para fugir do rigoroso inverno inglês, ao lado de sua esposa Ann. Ele escreveu 12 livros da série 007, sendo "Cassino Royale" o primeiro deles,e morreu em 1964, aos 56 anos de idade, de ataque cardíaco, fruto de uma vida de excessos, mas que foi vivida com o máximo de intensidade.







As Loucuras do Rei George

Londres, Inglaterra, 1788.
 
O poderoso e energético Rei George III, da Casa de Hanôver, aos 50 anos de idade governa o país e cumpre sua agenda de monarca com todo rigor de sempre.
 
Pai de quinze filhos, ele é um pai e marido amoroso, fiel à sua esposa, a Rainha Carlota, o que era inesperado para um rei.
 
Porém, algumas atitudes parecem suspeitas e fora do comum. Sua saúde também começa a dar indícios de que alguma coisa não vai bem. Quando surtos de demência parecem ser irreversíveis e incuráveis, e toda a equipe médica já não sabe mais o que fazer, um terapeuta pouco convencional, Dr. Francis Willis, conhecido por ter tido sucesso em tratamentos de casos similares, é chamado para cuidar da saúde do rei.
 
Esse período de tratamento do Rei George III está contado no divertido e emocionante filme "As Loucuras do Rei George" (The Madness of King George), de 1994, do diretor inglês Nicholas Hytner, trazendo interpretações magníficas do atores Nigel Hawthorne, no papel do rei, e Helen Mirren no papel da rainha.


 
 
Entre outros prêmios, o filme ganhou um Oscar de direção de arte em 1995, e também foi indicado aos prêmios de melhor ator, melhor atriz coadjuvante e melhor roteiro adaptado, já que o filme foi uma adaptação de uma peça de mesmo nome, do dramaturgo Alan Bennett.

 

Contexto Histórico:

 
Nesse momento o rei já estava conformado por ter perdido suas colônias americanas, depois do término da Guerra de Independência dos Estados Unidos, em 1783. Mas ele ainda se referia a essa perda com tristeza.
 
Aos primeiros sinais de transtornos mentais apresentados pelo rei, o ambicioso filho mais velho e herdeiro do trono, George, de Príncipe de Gales, começa a lutar para assumir o trono como regente do pai. Essa disputa se dá no parlamento, entre os representantes de ambos os lados, num momento que ficou conhecido como Crise da Regência.
 

Rei George III, da Inglaterra
1760 - 1820
Suspeita-se que a demência temporária e recorrente fosse causada por uma doença genética chamada porfiria. Mas os métodos utilizados pelo Dr. Willis conseguiram trazê-lo de volta à sanidade e ele pôde governar por mais trinta anos, atravessando momentos históricos importantes como a Revolução Francesa e a era napoleônica.
 
 
 
 



A Duquesa

Londres, 1774.
 
A jovem Lady Georgiana Spencer casa-se aos 17 anos de idade com o maduro e poderoso Duque Sir William Cavendish, numa espécie de acordo entre as famílias.
 
Romântica, bem instruída, cheia de vida e de ilusões, a bela moça ainda assim não consegue agradar totalmente seu rígido e infiel esposo, que dela quer apenas um filho do sexo masculino.
 
Como ela só conseguia dar a luz a meninas, o marido julgava-lhe por "não estar cumprindo seu papel" no acordo matrimonial, e com isso a relação foi se desgastando.
 
O tumultuado relacionamento do casal, está contado no filme  "A Duquesa" (The Duchess), de 2008, do diretor inglês Saul Dibb, trazendo a atriz Keira Knightley no papel principal.


 

O filme tem como pano de fundo menções ao início da Guerra de Independência dos Estados Unidos da América, que começaria em 1775 e duraria até 1783, contra a Inglaterra  governada pelo Rei George III, da Casa Hanover.
 
Outro elemento político permeia a estória, com o caso amoroso que Georgiana teve com o Conde Charles Grey, então um jovem político em começo de carreira que viria a se tornar Primeiro-Ministro do Reino Unido pelo Partido Whig, um precursor do atual Partido Liberal Democrata.
 
Tanto a família de Georgiana, os Spencer, como a de seu marido, os Cavendish, eram partidários do Whig.
 
Georgiana foi uma ancestral da Lady Diana, Princesa de Gales, também da família Spencer, e a história das duas é muito parecida.





A Outra

Inglaterra, 1525.

O rei Henrique VIII, da dinastia Tudor, aos 34 anos de idade e 16 anos de reinado, está casado com Catarina de Aragão, 6 anos mais velha que ele, e já impossibilitada de gerar o filho que ele e todo o reino tanto desejam.
 
Frustrado com a falta do herdeiro, Henrique conhece as irmãs Maria e Ana Bolena, sendo Ana apresentada a ele já com o interesse prévio de sua família de obter uma proximidade bastante conveniente e proveitosa com o monarca.
 
Os acontecimentos que viriam após esse encontro mudariam radicalmente a história da Inglaterra, e estão contados no excelente filme A Outra (título original: The Other Boleyn Girl), de 2008, do diretor inglês Justin Chadwick.
 
 
O elenco também merece destaque: 
 
- Natalie Portman no papel de Ana Bolena
- Scarlett Johansson interpreta Maria Bolena
Eric Bana no papel do rei Henrique VIII
 
O rei Henrique VIII e a esposa, a rainha Catarina de Aragão tinham perdido mais um filho recém nascido, e a rainha não poderia mais gerar filhos. Eles já tinham uma filha, Maria.
 
Rei Henrique VIII
 
Rainha Catarina de Aragão
 
 
 As pessoas próximas ao rei sabiam que ele em breve procuraria uma outra mulher, e, apesar dessa mulher não poder passar de uma amante, já que o casamento real não poderia ser desfeito, ela e sua família desfrutariam de muitas regalias e teriam muitas influências e vantagens na corte.
 
O rei parte para uma caçada no campo e hospeda-se na casa da aristocrata família Bolena, que já tinha o interesse de apresentá-lo a sua filha solteira, Ana Bolena. Porém, o comportamento de Ana não agradou ao rei, que ficou mais entusiasmado com sua irmã, Maria Bolena, que já estava casada.
 
Maria resistiu mas não teve como ir contra aos interesses de sua família e inclusive de seu próprio marido, e passou a ser a amante oficial do rei, dando-lhe um filho homem, mas que não era reconhecido oficialmente.
 
Ana, como punição pelo comportamento que havia desagradado ao rei, fora mandada para a França, em 1514, para ser dama de companhia da rainha Cláudia de Valois, de onde voltou oito anos depois completamente mudada, ainda mais bonita, inteligente e sofisticada. Essa nova Ana Bolena agradou muito ao rei, já cansado de Maria Bolena.
 
Ana Bolena
 
Ele se apaixonou por ela e passou a cortejá-la, mas Ana soube se valorizar, pois não queria ser mais uma amante, mas sim a rainha. Só que, de acordo com a religião, o rei não poderia desfazer seu casamento com Catarina de Aragão, mas estava completamente enlouquecido por Ana, que o convenceu a romper com a Igreja Católica e fundar uma nova Igreja, seguindo o movimento protestante que já havia começado com Lutero na Alemanha.
 
Assim, em 1534, o rei Henrique VIII assinou o Ato de Supremacia, rompendo de vez com a Igreja Católica e com Roma, cujo líder era o Papa Clemente VII, e confiscando as terras da igreja na Inglaterra. Ele casou-se com Ana Bolena, que passou a ser a rainha, e fundou então a Igreja Anglicana, desagradando a opinião de seus súditos.
 
Só que Ana também não conseguia dar um herdeiro para o trono inglês, e após tantos problemas em torno desse casamento, o rei já havia perdido o interesse por ela. Ela já tinha dado a luz a uma menina, Isabel (também conhecida como Elizabeth).
 
Ana então comete seu maior erro. Ela estava grávida e tinha grandes esperanças de que fosse um menino, e assim ela pudesse recuperar o amor de Henrique, já perdido há muito tempo. Só que ela perde o bebê, e, sabendo que o rei dificilmente a daria uma nova chance, não conta o fato ao rei e pede para que seu irmão, Jorge Bolena, a ajude a engravidar novamente. Ele recusa tal aberração, mas cede com pena da irmã.  
 
A história do incesto é logo descoberta. Ana e Jorge, apesar de não terem consumado a traição, foram condenados à morte e executados em 1536. Ana tinha então 35 anos de idade.
 
Henrique VIII, então com 45 anos, viveu e governou por mais 10 anos. Teve outras esposas e outros filhos, inclusive um menino, Eduardo VI, que o sucedeu no trono inglês ao 9 anos de idade, mas que faleceu logo, aos 16 anos.

Em seguida Maria I, sua filha com Catarina de Aragão, assumiu o trono. Ela governou por mais 5 anos, até sua morte em 1558.
 
Assume então Elizabeth I (ou Isabel I), filha de Henrique VIII com Ana Bolena, a primeira rainha prostestante, que governaria a Inglaterra por 45 anos. Falaremos dela na postagem do filme Elizabeth.
 
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A dinastia dos Tudors iniciou com Henrique VII, pai de Henrique VIII, marcando o fim da Guerra das Rosas, ocorrida entre 1455 e 1485.
 
Essa guerra era uma disputa pelo trono da Inglaterra travada entre as famílias York, cujo símbolo era a rosa branca, e Lancaster, que tinha a rosa vermelha como emblema.