França, 1625.
O jovem D'Artagnan deixa sua terra natal e segue viagem para Paris, com o objetivo de se juntar a Companhia dos Mosqueteiros do Rei, que na época era Luís XIII. Ele já havia recebido um intenso treinamento de seu pai, ex-mosqueteiro.
No caminho, envolve-se em um briga com agentes secretos do então primeiro-ministro da França, o Cardeal Richelieu, e é humilhado por eles. Entre esses agentes está a inescrupulosa Milady de Winter.
Ao chegar em Paris, em meio a muitas confusões, ele acaba desafiando três homens para um duelo: Athos, Porthos e Aramis. Ele não sabia que esses eram justamente os três mosqueteiros a quem D'Artagnan tinha a intenção de se juntar.
Porém os duelos estavam proíbidos naquele período, e os guardas do cardeal Richelieu tentam prender os quatro, os mosqueteiros e o jovem rapaz, mas eles lutam lado a lado e vencem bravamente um número bem maior de guardas. Isso acaba por aproximar o grupo.
Todas as aventuras que viriam a partir desse encontro, misturando ficção e fantasia com fatos e personagens reais, estão contadas no filme Os Três Mosqueteiros, do diretor inglês Paul W. S. Anderson, de 2011, baseado na obra homônima do escritor francês Alexandre Dumas.
Essa história já foi retratada no cinema diversas vezes. Escolhi particularmente essa versão, não porque a achasse a melhor, mas somente porque é a mais recente, conta com atores bem conhecidos como a atriz
Mila Jovovich no papel de Milady.
No filme, Richelieu tenta enfraquecer ainda mais a figura do rei, e volta-se contra sua esposa, a rainha Ana, criando uma suposta história de traição dela com o Duque de Buckingham, da corte do rei Carlos I, da Inglaterra.
Ele forja, junto com Milady, o desaparecimento de um colar de diamantes de Ana, que foi um presente de Luís, fazendo parecer que ela havia dado tal colar de presente ao duque inglês. Uma camareira da rainha, por quem D'Artagnan havia se apaixonado, descobre o plano e pede que ele e os mosqueteiros resgatem o colar a tempo de um baile que iria acontecer, o que acaba acontecendo.
Achei até que essa versão exagerou nos recursos, enfim, é um bom entretenimento, mas não esperemos mais do que isso (dessa versão, não da história). O que importa aqui é o contexto histórico. Vamos a ele.
Como já disse, quem estava no poder era o jovem rei
Luis XIII, filho do
Rei Henrique IV e sua segunda esposa,
Maria de Médici. A história de seu pai jáfoi postada aqui no blog nos filmes
A Rainha Margot e
Henrique IV - O Grande Rei da França. Sua mãe aparece somente no segundo filme.
Luís XIII nasceu em 1601, quando seu pai era o rei da França, o primeiro da casa dos Bourbon. Em 1610, com o assassinato do rei, Luís assumiu o trono aos 9 anos de idade, sob a regência de sua mãe, Maria de Médici, a qual deveria durar até que o rei atingisse sua maioridade, em 1614.
Luís XIII
Só que quando sua maioridade chegou Maria ainda não o achava preparado para governar, e continuou no poder ao lado de seus aliados, o que causou muita insatisfação em Luís.
Em 1615 Maria casa seu filho com a infanta da Espanha, Ana da Áustria.
Em 1617, através de um golpe de estado, Luís assume o trono e envia sua mãe para o exílio, colocando seu aliado, o duque de Luynes, à frente das questões do estado. Esse faz uma gestão desastrosa.
Em 1619 Maria foge do exílio e reúne um exército para lutar contra seu próprio filho, mas este faz as pazes com a mãe e lhe cede algumas terras.
Em 1620 Maria novamente se revolta contra o filho mas seu éxercito é derrotado.
Em 1621, quando o morre o duque de Luynes, aliado de Luís, Maria volta a ter influência e em
1624 consegue que o
cardeal Richelieu seja admitido no Conselho.
Cardeal Richelieu
Porém, Richelieu se voltou contra Maria e aliou-se aparentemente a Luís, de quem ficou ao lado até o fim de sua vida. O rei, jovem e inexperiente, não teve outra saída a não ser se apoiar na gestão do cardeal.
Após a morte de Luís XIII, em 1643, quem assume o trono é seu filho Luís XIV, o Rei Sol. Já falamos dele nos filmes sobre a Revolução Francesa, e falaremos a seguir, no filme americano O Homem da Máscara de Ferro, que é uma continuação de Os Três Mosqueteiros, e também no filme francês O Absolutismo - A Ascenção de Luís XIV, bem mais sério.