A jovem princesa Carolina Matilde, da Casa de Hanover, da Inglaterra, chega ao país aos 15 anos de idade para se casar com seu primo, o Rei Christian VII, então com 17 anos de idade.
O casal não terá proximidade maior do que a exigida pelo protocolo convencional e a intimidade entre ambos será a mínima necessária para a geração dos herdeiros do trono.
Porém, tudo muda quando um terceiro elemento chega ao núcleo familiar. O médico alemão Johann Friedrich Struense, conquista a confiança e a admiração do rei e compartilha ideias iluministas com a rainha.
A história desse triângulo ideológico e amoroso, propulsor de ideias e reformas iluministas na Dinamarca, está contado no filme "O Amante da Rainha" (En kongelig affaere), de 2012, do diretor dinamarquês Nikolaj Arcel.
O filme concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2013.
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O filme começa em 1775, com a Rainha Carolina Matilde já no exílio em Hanover, na Alemanha, onde estava desde 1772. Ela escreve uma carta para os filhos onde conta sua versão da história e os motivos que a levaram a tomar as atitudes que tiveram tais consequências..
Ele então retrocede para 1766, na Inglaterra, quando Carolina se prepara para se mudar para a Dinamarca e finalmente conhecer seu esposo.
Carolina, que gostava muito de ler, leva consigo alguns livros que, quando descobertos, são imediatamente mandados de volta para a Inglaterra por serem considerados inapropriados na Dinamarca. São livros de escritores precursores do iluminismo, considerados subversivos, e são então censurados.
Apesar de logo conseguir engravidar e gerar um herdeiro para o trono, seu relacionamento com o marido era instável, principalmente devido aos problemas mentais do monarca, que agia de maneira infantil e irresponsável, e não escondia sua vida sexual desregrada.
É nesse momento que entra em cena o rústico porém letrado médico alemão Johann Friedrich Struensee. Inserido no seio real como uma espécie de espião por conspiradores liberais, o médico, com seu jeito seguro de si ele consegue exercer uma forte dominância sobre o rei.
O médico logo percebe que Christian gosta muito de atuar, de representar como um ator, como se estivesse o tempo todo diante de uma plateia. E conclui que essa é a melhor maneira de persuadi-lo, induzindo-o a vencer seus medos e inseguranças através da atuação.
Johann também passa a exercer um facínio sobre a rainha, que compartilha dos mesmos ideais reformadores, inspirados pelos livros dos iluministas Rosseau e Voltaire, que ambos gostavam de ler. Não demorará para que essa afinidade ideológica se torne algo mais entre os dois.
Rainha Carolina Matilde da Dinamarca 1766-1775 |
Rei Christian VII da Dinamarca 1766 - 1808 |
Dr. Johann Friedrich Struensee |