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O Nome da Rosa

Norte da Itália, 1327.
 
Um monge franciscano chamado William de Baskerville chega a um mosteiro beneditino acompanhado de seu aprendiz, o jovem aspirante Adso de Melk, para um debate teológico que iria acontecer nos próximos dias, contando também com monges dominicanos.
 
Porém, um misterioso suicídio havia ocorrido poucos dias antes no mosteiro, o qual seria seguido de alguns assassinatos, aparentemente relacionados a uma biblioteca que estava interditada, mas que foram atribuídos a uma suposta força demoníaca, que alguns monges pensavam ser causada por hereges ou por bruxaria.
 
As mortes despertaram a curiosidade investigativa de William, que passou a procurar por pistas que levassem a uma explicação racional e sobre o que havia verdadeiramente ocorrido.
 
Essa estória de ficção que está cercada de personagens reais está contada no filme O Nome da Rosa, do diretor francês Jean-Jacques Annaud, de 1986, baseado no livro homônimo do escritor italiano Umberto Eco.

 
O filme fez muito sucesso quando foi lançado. Apesar de tratar-se de uma ficção, ele passou a ser uma referência sobre a Idade Média, no que diz respeito ao poder da igreja católica e à Inquisição.
 
William, personagem fictício vivido pelo ator Sean Connery, era um monge mais adepto à lógica, a uma visão de mundo mais racional. Ele se interessava muito pela ciência, em especial pela astronomia. Andava acompanhado de instrumentos como a ampulheta, o astrolábio e o quadrante náutico.
 
 
Ampulheta
 

Astrolábio
 
Quadrante Náutico
 
 
O debate em questão, motivo pelo qual estavam todos ali reunidos, seria em torno da "riqueza da Igreja", fazendo referência às posses que Jesus teria tido. Cada ordem religiosa (franciscanos, beneditinos e domenicanos) interpretava os fatos e defendia a teoria que melhor se enquadrasse em seus interesses e em seus preceitos.
 
Também teria o tema do "riso". O ato de rir era condenável entre os monges. A obra do filósofo grego Aristóteles também é referenciada a todo momento no filme. Sua obra era proibida na época por ser contrária aos dogmas da Igreja, trazendo a razão como a característica mais importante do homem.
 
Iria participar também o poderoso inquisidor francês dominicano Bernard Gui, esse sim um personagem que realmente existiu. No filme, vivido pelo ator Murray Abraham, ele aparece como um antigo desafeto de William, por conta da visão mais aristotélica do monge.
 
Uma breve biografia de Bernard Gui aparece no livro Homens e mulheres da Idade Média, de Jacques Le Goff, uma das minhas mais novas aquisições literárias.