Após o
fim da Segunda Guerra Mundial, Hollywood estabelecera um padrão para
caracterizar nazistas no cinema, eram sempre figuras maníacas, maldosas e
cruéis.
Nos anos 50, a segunda guerra mundial ainda era um
acontecimento relativamente recente, portanto o contexto era muito
desfavorável, e o assunto, delicadíssimo. Nos anos 30 tanto Adolf Hitler quando
Josef Stalin enxergavam no cinema uma forma de propaganda, a Alemanha, por
exemplo, tinha sua cineasta oficial, Leni Riefenstahl, que dirigiu obras de
exaltação nazista como O triunfo da
vontade (1935) e Olympia (1938).
Hoje essas obras são importantes fontes de estudo e análise sobre o contexto
social e político da época, mas em plenos anos 50, retratar um nazista de forma
gentil remetia aos filmes-propaganda de Leni Riefenstahl.
Tomemos também como exemplo um filme
realizado em pleno século XXI, A queda! as últimas horas de Hitler, esse (excelente) filme sobre o final
do terceiro reich foi duramente criticado ao ser lançado em 2004. O motivo?
Retratava um Hitler mais “humanizado”, capaz de ser educado, gentil e até ter
apreço pelas pessoas. Se ainda nesse século retratar um nazista dessa maneira
foi motivo de polêmica, é de se imaginar como o público e a crítica reagiria no
período pós Segunda Guerra.
Texto de Vitor Grané Diniz, da página "Noites de Cinema" (Facebook e Instagram)
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