A perturbadora distopia apresentada no filme "Soylent Green", lançado no ano de 1973 e dirigido pelo americano Richard Fleischer, traz o ator Charlton Helston no papel do policial Robert Thorn, que tenta revelar ao mundo a terrível descoberta que fez acerca da indústria de alimentos ao investigar o assassinato de um alto executivo da empresa que dá nome ao filme: Soylent Green, que por sua vez é um cobiçado suplemento alimentar fornecido à população.
Baseando no livro de 1966, "Make Room! Make Room!", do escritor Harry Harrison.
A história se passa na cidade de Nova York, no futuro ano de 2022, com uma população de 40 milhões de pessoas (atualmente, no ano de 2024 a cidade conta com 8,8 milhões de pessoas). A ecologia e a natureza tinham sido totalmente destruídas devido ao aquecimento global que mantinha o desconforto de um calor permanente.
Para chegar ao extremo da total insegurança alimentar, outras mazelas além do aquecimento global assolaram a humanidade, como a superpopulação, o consumismo exacerbado e a objetificação das mulheres.
A grande maioria da população vivia de maneira precária, com várias famílias dividindo o mesmo espaço. Inclusive as igrejas eram tomadas por pessoas que não tinham onde morar. A alimentação era basicamente à base de uns biscoitos de várias cores feitos de certos nutrientes, produzidos pela empresa Soylent.
O biscoito verde Soylent Green, era o mais nutritivo e por isso o mais consumido, por ser supostamente feito de planctons, um tipo de alga marinha. No entanto, as pessoas nem imaginavam qual era a verdadeira origem daquele macabro biscoito.
Alimentos tradicionais eram difíceis de encontrar e passaram a ser artigos de luxo, consumidos apenas pelos poucos privilegiados.
Esses moravam em apartamentos modernos e tecnológicos, bem equipados com água corrente, ar condicionado, comida à vontade eu um tipo bem peculiar de "mobília": uma bela jovem que vinha com o apartamento para servir ao morador do imóvel de todas as maneiras.
No livro a história se passa num futuro 1999 e o biscoito é feito de soja e lentilha. Já no filme o ingrediente principal da ração foi substituído por algo muito mais perturbador e que fez com que o filme se tornasse tão icônico. Essa base do produto é revelada na cena final e o objetivo do filme foi realmente o de chocar a sociedade e trazer a reflexão sobre os riscos aos quais a humanidade estava (e de certa forma ainda está!) exposta.
Felizmente a tecnologia no setor da agricultura evoluiu muito nas últimas décadas, principalmente no Brasil, onde a Embrapa, Esalq e outras instituições tiveram papel preponderante no desenvolvimento de grãos e de uma pecuária sustentável, garantindo que um maior número de pessoas tenha acesso a quantia necessária de nutrientes para uma vida saudável.
No entanto, por interesses políticos alguns ditadores muitas vezes impedem que esses alimentos cheguem à sua própria população, pois assim conseguem mantê-la subjugada sob seu poder.
Além disso, em países como China e Índia o crescimento da população realmente atingiu níveis tão altos que fontes mais diversificadas de proteína passaram a fazer parte da dieta das pessoas desses países.
Outro risco alimentar é a excessiva industrialização, como acontece nos Estados Unidos, onde alimentos altamente processados substituem quase que integralmente os alimentos tradicionais. Até mesmo as frutas lá estão ganhando novas consistências e texturas, parecendo mesmo que são sintéticas.
Em vários sentidos o filme foi "avant gard", e foi pioneiro também em fazer a primeira publicidade de um vídeo game tipo fliperama, no caso o Computer Space Arcade Game, que usava moedas.
Apesar de se passar no futuro, o filme mantém a estética do início dos icônicos anos 1970.
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